O mineiro Henrique substituiu Índio e se tornou o terceiro maior goleador da história do Flamengo, com mais de 200 gols com o Manto Sagrado. E não importa se Nunes era ou não craque: o Danado marcou os gols de dois títulos brasileiros e do Mundial Interclubes. É ou não é um legítimo Artilheiro das Decisões? Acompanhe a série dos maiores da História do Flamengo, apresentados por posição e em ordem cronológica.
5) HENRIQUE [1954/63]
Criado no interior de Minas e profissionalizado no Flamengo em 1954, aos 20 anos de idade, Henrique formou uma das mais mortíferas duplas de ataque da história d’O Mais Querido. Junto com Dida, marcou mais de 450 gols com o Manto Sagrado. Sim, o segundo e o terceiro maiores goleadores do clube jogaram e se consagraram juntos.
Se Dida substituiu Evaristo na ponta-de-lança, Henrique substituiu Índio. Os dois foram negociados no mesmo ano, em 1957. A diretoria acreditava ter substitutos à altura. E nenhum deles decepcionou.
É verdade que o Flamengo deixou de ser o time dominante do Rio de Janeiro. Entre 1958 e 1960, havia um certo equilíbrio no Rio, que só foi rompido com a explosão de vez do Botafogo de Mané Garrincha, Didi e Zagallo. Mas ainda que não fosse mais protagonista, o Rolo Compressor ainda impunha respeito e levantava torneios.
Henrique conquistou o Torneio Hexagonal de Lima e foi artilheiro do Rio São Paulo em 1959. Teve papel fulgurante também na conquista do Torneio Rio São Paulo de 1961.
Veloz, rompedor e com finalização muito acima da média, chegou à seleção brasileira muito cedo, participando da preparação pra Copa da Suécia. Mas foi o único do ataque do Flamengo a não ser convocado para a competição. Ainda assim continuou presente no time canarinho depois da Copa, até que foi emprestado pelo Flamengo ao Nacional de Montevidéu, em 1963, time pelo qual foi campeão uruguaio.
Nos anos seguintes, já sem a mesma mobilidade, passou pela Portuguesa de SP [onde era chamado de “Frade” para diferenciar de outro Henrique da equipe titular] -- junto também de seu companheiro e parceiro Dida --, Atlético Mineiro e, finalmente, fechando seu ciclo, atuando de novo pelo time de sua cidade natal, o Formiga-MG.
Foram 214 gols pelo Flamengo. Além do Rio SP 1961, conquistou também os cariocas de 1954/55 e 1963.
Nos dias em que João Batista ‘Fio Maravilha’ fazia folclore e era a alegria da Magnética, o sergipano João Batista era um adolescente que acabava de chegar no Rio de Janeiro em busca do sonho de vestir o Manto Sagrado. Fez parte das categorias de base do Flamengo, mas foi dispensado por deficiência técnica.
Não desanimou, porém: atuou em times amadores, voltou para a terra natal, virou ídolo do pequeno Confiança. Fazendo o caminho de volta, foi contratado pelo Santa Cruz e, ainda muito jovem, tornou-se artilheiro e campeão do Pernambucano. De lá para o Fluminense, para a seleção brasileira, para uma curta passagem no futebol do exterior, até que finalmente realizou seu sonho de infância.
O “João Danado”, mais conhecido como Nunes, se tornou titular do ataque rubro-negro em 1980, quando já contava 26 anos de idade. Discutia-se se era um “bonde” que deu sorte de jogar ao lado de Zico ou se era um “craque incompreendido”. O que não se pode discutir é a justiça da fama que angariou como “Artilheiro das Decisões”.
Foi de Nunes o golaço que garantiu o primeiro título brasileiro d’O Mais Querido, contra o Atlético Mineiro. Segundo Nelson Rodrigues, “o mais belo gol da história e da lenda do Flamengo”. Foi dele o gol decisivo que garantiu o Carioca de 1981 contra o Vasco. Marcou dois na decisão do Mundial Interclubes. E, por fim, fez o gol do título brasileiro contra o Grêmio, em 1982.
Dizem que o sucesso lhe subiu à cabeça. Alguns funcionários do clube se magoaram com sua nova postura. Vacilando, o João Danado brigou com o técnico e acabou emprestado para o Botafogo. Voltou à Gávea outras vezes, mas a magia já não era a mesma, principalmente depois que completou 30 anos.
No entanto, seu legado de raça e capacidade de decisão é inesquecível na Gávea. É o 21º maior goleador do Flamengo, com 99 gols. Conquistou os brasileiros de 1980, 82 e 87; o Carioca de 1981; a Taça Guanabara de 1980/81/82. Fez parte de um dos 10 maiores times da história. Honrou o Manto como poucos.
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