Dando continuidade à série sobre o Maiores jogadores do Flamengo, que iniciei pela posição de Goleiro. Sigo em ordem cronológica.
Acompanhe as postagens anteriores:
i. Amado Begnino e Yustrich [David Knipel]
Sinforíano García era goleiro da Seleção do Paraguai vice-campeã de 1949, ano em que o Campeonato Sul-Americano [Copa América] foi realizado no Brasil. O Flamengo decidiu contratá-lo pelo desempenho de García naquela competição, fechando o gol em uma histórica vitória sobre a seleção brasileira por 2 a 1. [o Brasil acabaria campeão, mas a partida paraguaia foi marcante.]
Estreou no Mengão num amistoso contra o Arsenal, que vencemos por 3 a 1, e fez parte da equipe rubro-negra que dominou o Rio durante grande parte dos anos 1950 e ganhou o epíteto de ''Rolo Compressor''. García levantou o tricampeonato carioca -- o primeiro tri da Era Maracanã -- atuando ao lado de ídolos inesquecíveis como Evaristo, Dida, Rubens, Dequinha, Pavão, Joel, Zagalo e outros.
Sinforíano vestiu o Manto Sagrado em mais de 270 jogos, segundo atleta estrangeiro com mais participações pelo Flamengo, atrás apenas do também paraguaio Modesto Bria.
4) CANTARELI (1973/1990)
O mineiro Antônio Luís Cantareli é uma instituição rubro-negra. Formado no famoso time juvenil que mais tarde levaria o clube à sua Era de Ouro, o goleiro atuou toda a vida pelo Flamengo [com exceção de um empréstimo ao Náutico, em 1983]. E depois de aposentado ainda foi treinador de goleiros do clube e auxiliar técnico de Jayme de Almeida na conquista da Copa do Brasil de 2013.
Cantareli é o goleiro que mais vestiu a camisa número 1 d'O Mais Querido: 557 partidas. O que também o transforma no sexto jogador que mais vezes vestiu o Manto Sagrado.
Tanto tempo no Flamengo fez dele um dos jogadores mais vitoriosos da história do clube. Dureza encontrar alguém que tenha mais faixas de campeão pelo Flamengo: 8 Taças Guanabara, 6 Campeonatos Cariocas, 4 Campeonatos Brasileiros, Libertadores da América, Mundial Interclubes, dentre outras em torneios menores.
O detalhe é que Cantareli tem apenas 1,78 m de altura, baixo pra um goleiro mesmo nos anos 1970 e 1980. Isso não o impediu, no entanto, de ter uma das carreiras mais vistosas do futebol brasileiro e de escrever seu nome na história do clube de maior torcida do país.
Considerado por muitos o arqueiro mais marcante da história d'O Mais Querido, Raul já chegou no Flamengo consagrado e bastante experiente, aos 34 anos de idade. Naqueles tempos, era uma idade avançada para um atleta, mesmo atuando debaixo das traves.
Paranaense que começou a carreira no Athletico, o ''Velho'' se destacou em um dos mais memoráveis esquadrões já montados no nosso futebol, o Cruzeiro de Tostão. Foi na Raposa que se consolidaram algumas das legendas em torno de Raul, como a camisa amarela -- atípica dos goleiros naquela época, já que a maioria vestia negro e cinza --, o apelido de Wanderléa e também a profusão de títulos, dentre os quais a Libertadores da América.
Ninguém sabia que o melhor ainda estava por vir. Chegou na Gávea em 1978, já pensando em encerra a carreira. E participou da equipe mais lendária da Gávea, acumulando quatro títulos Cariocas [inclusive um tricampeonato], o pentacampeonato da Taça Guanabara, três Campeonatos Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial Interclubes.
Se aposentou com 39 anos de idade, e ainda é um dos dez goleiros que mais vestiram o Manto Sagrado: foram 228 partidas defendendo a meta rubro-negra. Sua defesa mais importante talvez tenha sido contra o Grêmio, na final do Brasileiro de 1982, em pleno estádio olímpico. Até hoje os tricolores gaúchos juram que a mão que tirou a bola do gol rubro-negro era de Andrade, mas Raul sempre garantiu que a defesa foi feita por ele. A foto abaixo confirma a versão do goleiro, o ângulo permite ver que o ''braço negro'' que evitou o gol de empate do Grêmio era do uniforme de um dos maiores mitos vivos da meta rubro-negra. Muitos lamentam a ausência de Raul na Copa do Mundo de 1982
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