sexta-feira, 17 de maio de 2024

OS MAIORES DA HISTÓRIA DO FLAMENGO -- Volantes: Dequinha e Carlinhos

 Continuação da  série sobre os maiores da história do Flamengo, que estão sendo apresentados por posição e em ordem cronológica. Abaixo, dos dois maiores ídolos da história do clube. Para ler os demais textos, clique nos links no fim desta postagem.


3) DEQUINHA [1950/1960]




O imortal José Mendonça dos Santos talvez tenha sido o maior volante da história d'O Mais Querido. E seguramente é um dos atletas mais técnicos e clássicos dessa posição em toda a longa epopéia do futebol brasileiro. Seu nome também está vinculado a uma nova revolução tática capitaneada pela Gávea.

Se os dois primeiros volantes rubro-negros eram estrangeiros, o nome que os sucederia viria do Nordeste. [lembrando que a posição se consolidou com as novas funções dadas ao ''centro-médio'' no WM/Diagonal, introduzido no país por Kurschner e Flávio Costa em 1937 e 1938]




Nascido em Mossoró, Dequinha começou a jogar bola em times semi-amadores da cidade, ganhando fama como ponta esquerda. Logo foi contratado para o ABC de Natal, se firmando no meio campo e se profissionalizando definitivamente. Foi vendido para o então forte América de Recife e convocado para o Campeonato Brasileiro.* Foi assim que chamou a atenção do Flamengo.

A torcida do América o idolatrava, mas o clube decidiu vendê-lo ainda assim. Consta que Rubem Moreira, presidente do América, era fanático pelo Flamengo. E assim, em 1950, com apenas 21 nos de idade, o tímido e reservado potiguar desembarcou no Rio de Janeiro.



O Mais Querido vivia um período conturbado, de jejum de títulos, em crise pela saída de Zizinho, e sem constar entre os principais favoritos ao título carioca. A auto-estima do time foi resgatada com uma famosa e vitoriosa excursão à Europa, com 10 vitórias em 10 jogos. Dequinha já era titular incontestável, ainda que atuasse algumas vezes de meia-armador e outras de meia-esquerda.

A grande transformação aconteceu com a contratação do técnico da seleção paraguaia de futebol. Fleitas Solich, conhecido como ''El Brujo" [''o bruxo''] conduziu o Paraguai a uma inesperada e inédita vitória no Campeonato Sul-Americano [atual Copa América] de 1953, com vitórias, inclusive, sobre o Brasil.



No Flamengo, Fleitas Solich superou de vez a Diagonal de Flávio Costa, que reinava absoluta no futebol brasileiro desde fins dos anos 1930, e introduziu de fato o 4-2-4 [que o Brasil consagraria na Copa do Mundo da Suécia, cinco anos depois]. No novo sistema, os volantes tinham de ser capazes não apenas de marcar os meias adversários e fazer a saída de bola, mas também de acionar o ataque com passes certeiros. E aí explodiu o futebol esplendoroso de Dequinha.

O Flamengo se tornou o "Rolo Compressor", time dominante do Rio de Janeiro. E o volante era uma de suas principais estrelas, flutuando pelo gramado com exibições magistrais de domínio da bola, capacidade de desarme, dribles nos adversários [os famosos 'lençóis' ou 'chapéus' que aplicava no Maracanã] e passes precisos. O próprio Modesto Bría dizia que Dequinha foi o melhor volante que viu jogar. Carlinhos, que o sucederia na década seguinte, o tinha como ídolo e inspiração.




Dequinha se tornou capitão da equipe que esmagou as rivais naqueles anos e levantou o primeiro tricampeonato da Era Maracanã, em decisão de melhor de três contra o América-RJ em abril de 1956. De modo incrível, atuou em todos e cada um dos jogos da campanha do tricampeonato.

Mesmo que o Flamengo perdesse fôlego nos próximos dois anos, com perdas de jogadores importantes como Evaristo e Zagallo [e por contusões do próprio Dequinha], continuou um dos mais poderosos times do Brasil e um dos mais temidos e conhecidos fora, como o demonstram os amistosos [repletos de peso político e importância esportiva] contra o Honved, da Hungria, e a conquista do então prestigiado Hexagonal de Lima em cima do River Plate.

Dequinha chegou também à seleção, participando do elenco da Copa de 1954, na Hungria, embora tenha sido preterido no time principal titular em prol de Brandãozinho, jogador apenas esforçado na marcação. Atuou no time canarinho até 1956, mas as contusões o tiraram definitivamente da briga pelo 'ciclo' que levou ao Mundial seguinte.



Sua carreira foi encurtada por uma fratura ocorrida em treino, já em 1959. Ficou nove meses fora dos campos e já não conseguia render como antes. Ainda jogou no Campo Grande, da Zona Oeste do Rio, antes de se aposentar em 1962.

Levantou quase uma quinzena de taças pelo Flamengo, as principais os cariocas de 1953/54/55. Defendeu o Manto Sagrado em mais de 360 partidas e foi imortalizado no famoso samba de Wilson Baptista:

''Flamengo joga amanhã
Eu vou pra lá
Vai haver mais um baile no Maracanã
O mais querido
Tem Rubens, Dequinha e Pavão
Eu já rezei pra São Jorge
Pro mengo ser campeão''


* Chamava-se de 'Campeonato Brasileiro' os torneios que aconteciam entre as Seleções Estaduais, e que tiveram enorme importância e público entre meados dos anos 1920 e meados dos anos 1950, quando passaram a ser substituídos, gradativamente, pelos confrontos inter-estaduais entre clubes, e não mais seleções. [crescimento da importância do Rio-SP na segunda metade da década de 1950; criação da Taça Brasil entre os campeões estaduais; e mais tarde ampliação do Rio-SP para servir de protótipo para a criação do campeonato brasileiro de clubes.]



4) CARLINHOS "VIOLINO" [1958/1969]




Nestes dias em que o futebol promove quantidades infindáveis de ídolos de papel, dispostos a cuspir na camisa que juraram amar sempre que pequenas pendengas ou incômodos triviais aparecem. Lembrar de figuras como Luís Carlos Nunes da Silva é um antídoto certeiro.

Carioca e rubro-negro fanático, Carlinhos se formou nas categorias de base do clube tendo Dequinha como grande inspiração. Já entre os juniores ganhou o apelido de ''Violino'' pela classe e elegância de seu futebol. Grande promessa, recebeu as chuteiras de Biguá quando o imortal lateral-direito se aposentou, em 1953. As chuteiras deram sorte. Carlinhos assumiu o posto de seu ídolo Dequinha em 1959, aos 22 anos de idade, e construiu uma das carreiras mais marcantes da história d'O Mais Querido.





Não é exagero dizer que o ''Violino'' foi o melhor volante brasileiro dos anos 1960. Ficou de fora da Copa de 1962 por politicagem. O titular era o intocável Zito, campeão em 1958. Mas Carlinhos perdeu a viagem para o Chile porque a diretoria da CBD [atual CBF] queria manter no elenco um número igual de jogadores paulistas e cariocas. O reserva da posição foi Zequinha, do Palmeiras.

A partir de meados daquela década, já próximo dos 30 anos, o ''Violino" atuou mais de armador do que de volante, já que surgia outra 'instituição' rubro-negra na posição, de quem falaremos adiante. Ainda assim, permaneceu como principal referência técnica na segunda metade dos anos 1960, época difícil para rubro-negro.




Carlinhos era circundado de tanta mágica na carreira que, quando se aposentou, em 1969, entregou suas chuteiras para outro jovem talento que surgia nas divisões de base da equipe: um molecote de nome Arthur Antunes Coimbra.

Aquilo que parecia uma despedida, aliás, virou só o começo. Carlinhos se tornou funcionário do clube, e trabalhou como auxiliar técnico e depois como treinador. Era o ''bombeiro'', chamado sempre que o Flamengo precisava tapar algum buraco na comissão técnica. Foi enchendo o papo aos poucos e se tornou um dos mais bem reputado e vitoriosos treinadores da Gávea. Venceu dois campeonatos brasileiros, em 1987 e em 1992. E levantou três campeonatos cariocas, em 1991, 1999 e 2000. Ainda liderou uma equipe jovem e frágil na conquista de um título continental, a Mercosul de 1999 diante do Palmeiras.



Eis aí um ídolo total, sempre à disposição d'O Mais Querido. Uma das lendas cuja vida explicam de imediato o que é ser Flamengo.

Suas principais conquistas como jogador foram os Cariocas de 1963 e 1965, e o Torneio Rio São Paulo de 1961. Ele é o oitavo atleta com mais partidas defendendo o Manto Sagrado, em um total de 515 jogos. Começou atuando com Dida, Jordan, Moacir, Henrique Frade, e também foi companheiro de Murilo, Paulo Henrique, Gérson ''Canhotinha de Ouro'', Reyes, Liminha, Evaristo de Macedo e outros.





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quarta-feira, 15 de maio de 2024

OS MAIORES DA HISTÓRIA DO FLAMENGO -- VOLANTES: Carlos Volante e Modesto Bría

A posição de volante mudou de modo bastante impactante ao longo do futebol do último século. De certo modo, ela nasce também com o WM, quando um dos 'médios' passar a marcar os meias adversários. No futebol sul-americano, o volante tinha também papel importante na saída de bola.


Aliás, existe uma diferença entre o uso sul-americano e europeu do termo. Por aqui, 'volante' diz respeito ao 'primeiro' homem do meio campo, aquele que joga mais perto da área. Já na Europa, todos os meias eram volantes, e cada uma deles tinha uma função específica. Daí as diferentes definições do papel do 'primeiro volante', do 'segundo volante' etc., ou dos ''volantes de contenção'' e os de ''armação''.


Nos anos 1980 e 1990, os times multiplicaram o número de volantes, que perderam um bocado da qualidade técnica, ficando mais conhecidos como ''cabeças-de-área'', enquanto a saída de bola passou a ser feita cada vez mais pelos laterais, transformados em ''alas''. Mas nesse século, o papel de saída de bola e primeira distribuição do jogo voltou a ser enfatizado.

A História d'O Mais Querido é repleta de volantes de muita longevidade no clube. Vamos aos mais importantes deles.

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1) CARLOS VOLANTE [1938/1943]




Se vamos falar de volantes, comecemos pelo original. O homem que deu origem à função.
Damos o nome de 'volante' ao primeiro homem do meio-campo por causa do Flamengo. Toda equipe queria um volante, ou seja, queriam um atleta que atuasse da maneira que atuava Carlos Volante, médio argentino contratado pelo clube da Gávea e que adquiriu novas funções quando Kurschner e depois Flávio Costa revolucionaram o futebol brasileiro.

Carlos era um dos sete filhos de uma família de imigrantes italianos que foi uma das primeiras a habitarem a região que viria a ser a cidade de Lanús. Iniciou sua carreira no clube Lanús em 1924, mas depois se transferiu para outras equipes naqueles tempos de consolidação do profissionalismo argentino. Quando atuava pelo San Lorenzo, em 1929, recebeu uma proposta 'irrecusável' para atuar na Itália.




E lá foi Volante para a terra onde tudo começou para sua família. Atuou por Napoli e Torino, e cinco anos depois decidiu se transferir para a França por causa do clima belicoso que existia na Europa. Foi atleta do Rennes e do Lille, até que percebeu a aproximação da Segunda Guerra Mundial e decidiu voltar para a América do Sul.

Aconteceu em 1938. Carlos Volante foi contratado pelo Flamengo depois da Copa, que foi disputada na França, e em que trabalhou como massagista da delegação brasileira. O Flamengo tinha duas das maiores sensações daquele Mundial, Leônidas e Domingos, e era treinado por Dori ''Kruschner'' , famoso técnico húngaro que o Presidente José Bastos Padilha contratou para levar a outro patamar a equipe de mestiços e mulatos da Gávea, em torno da qual se criava uma identidade nacional e popular.



Kurschner trouxe o sistema tático WM pro Brasil, mas foi demitido ainda em 1938. A genialidade de Flávio Costa, lendário técnico que dirigiu o Flamengo em quase 800 partidas ao longo de três décadas diferentes, transformou o WM na Diagonal, o esquema tático que prevaleceria nos times do país durante os quinze anos seguintes, até que outro técnico do Flamengo -- o paraguaio Fleitas Solich -- ajudasse em nova transformação.

Nesse contexto, o 'médio-central' Carlos Volante se tornou 'O' volante do esquema WM/Diagonal. E todas as demais equipes passaram a buscar um volante.


Carlos fez parte de uma das mais vitoriosas e míticas equipes da história do nosso futebol, o Flamengo de Leônidas da Silva, Zizinho, Domingos da Guia, Yustrich, Valido, Biguá e Jayme de Almeida. Seu fôlego, raça e capacidade de marcação foram inestimáveis pra conquista do fundamental título de 1939 e para as duas primeiras taças do primeiro tricampeonato, em 1942/43.

O Flamengo foi o time em que Volante mais atuou na vida, e até os anos 1950 ele foi o estrangeiro que mais tempo jogou no país. Se aposentou com O Manto Sagrado em 1943 e iniciou carreira de treinador. Comandou, por exemplo, o Bahia campeão da Taça Brasil de 1959.

Jogou também na seleção argentina, talvez a melhor do mundo junto da uruguaia, entre 1929 e 1933, mas não esteve no grupo que disputou a Copa de 1930.


2) MODESTO BRÍA [1943/53]




O que o imortal compositor Ary Barroso, funcionários dos Correios, e militares da representação diplomática brasileira podem ter em comum? Resposta na lata: a paixão pelo Clube de Regatas do Flamengo. Foi assim que, em 1943, Ary Fogaça, que trabalhava em um alto posto da administração dos Correios, recebeu fotos e carta de um amigo de Assunção que tecia mil elogios ao futebol do jovem ''centro-médio'' do Nacional e que acabava de ser campeão e chegar à seleção paraguaia.



Fogaça não pensou duas vezes: foi à Gávea falar com o técnico Flávio Costa, avisando que conhecia alguém em Assunção que podia ajudar na negociação, o adido militar Santa Rosa. Depois de analisar a questão, a diretoria d'O Mais Querido deu aval pra que Santa Rosa iniciasse as negociações, já que Carlos Volante se aposentaria naquele ano.


Quando soube que o River Plate estava na disputa pelos direitos federativos do jovem ''centro-médio'', o Flamengo mobilizou outra de suas grandes armas. Ary Barroso, rubro-negro fanático, se dispôs a viajar ao país vizinho pra intimar a grande promessa. Dito e feito, Modesto ''Cachito" Bría chegou no Rio com Barroso em vôo fretado.




E assim, Modesto Bría se tornou o ''novo volante'', já que o volante original, o argentino Carlos Volante, estava pendurando as chuteiras. Foi o início de uma história de amor que nunca mais passou.

Bría já era ídolo quando vestiu o Manto Sagrado pela primeira vez. Técnico, veloz e inteligente, foi titular incontestável do Flamengo por toda a década de 1940. Só se aposentou depois de ter a certeza de ter um substituto à altura, já em 1953. Até lá, foram quase 370 jogos defendendo o Flamengo.





Sua relação com a Gávea não terminou quando se retirou dos gramados. Nunca mais conseguiu ficar longe do clube, seja como auxiliar técnico ou em funções administrativas. Tornou-se funcionário permanente d'O Mais Querido e treinador dos juvenis. Serviu também de ponte entre compatriotas e o clube, e participou ativamente na contratação do goleiro García, do atacante Benítez, do técnico Fleitas Solich, e do zagueiro Reyes. Foi um dos responsáveis pela formação de atletas incríveis nas categorias de base do Flamengo, dentre eles Gérson ''canhotinha de ouro'' e Zico, o ''Galinho de Quintino''. Para completar, foi ele quem descobriu Júnior ''Capacete'' em uma pelada na praia e o levou para Gávea.

Não tem como ser mais ídolo do que isso.


Modesto Bría assumiu o cargo de treinador do Flamengo em três oportunidades, uma delas em 1981, logo após o falecimento de Cláudio Coutinho. Considerava Zizinho o melhor jogador que viu jogar. Na sua posição, achava seu sucessor, Dequinha, o atleta mais técnico que acompanhou. E dizia, "O Flamengo é uma vida. Ser Flamengo é um nó na garganta, e nada mais”.

terça-feira, 14 de maio de 2024

OS MAIORES DA HISTÓRIA DO FLAMENGO -- Laterais, parte final: Filipe Luís e Outros

 Para terminar a série sobre laterais e iniciar a de volantes, falo um pouco sobre o grande Filipe Luís, e sobre aqueles que não estão na minha ''prateleira principal'' mas que quase chegaram lá. Ou seja, considero laterais muito importantes, embora um pouco menos que o escalão que elenquei. Para ler as demais postagens da série, clique nos link no fim desse texto.



10) FILIPE LUÍS [2019/23]




O lance daquele jovem catarinense de Jaraguá do Sul era futsal, não futebol de campo. Mas aos 14 anos de idade quase que recebeu uma intimação do pai para mudar de esporte. Dito e feito, chegou ainda adolescente à titularidade do Figueirense e dali partiu para a Espanha, onde construiu sólida carreira internacional, primeiro no Real Madri B, depois no La Coruña, e finalmente no Atlético de Madri, clube pelo qual fez mais de 300 partidas. [Teve também rápidas passagens pelo futebol uruguaio e inglês.]

Com bastante habilidade e excelente passe, além de consciência tática exuberante, Filipe se destacou com um dos melhores laterais esquerdos sul-americanos da década passada. O fim de sua carreira na Europa, no entanto, foi na verdade um início: o da imortalidade no coração da maior torcida do mundo. Projeto pessoal do presidente Rodolfo Landim, por sua liderança de grupo e profissionalismo, desembarcou no Rio de Janeiro em 2019, já aos 34 anos, para participar de uma das equipes mais vitoriosas já montadas pelo Flamengo.



Dispensável dizer que venceu quase tudo nos anos em que vestiu o Manto Sagrado. Terminou a carreira na Gávea e hoje é técnico das bases do clube, um passo calculado no rumo para se tornar treinador.



Filipe foi recorrentemente convocado para a seleção brasileira a partir de 2009, embora quase nunca tenha sustentado a condição de titular inconteste da posição. Integrou os elencos do time canarinho na Copa do Mundo de 2018, na Copa América especial de 2016, na Copa das Confederações de 2013 e na Copa América de 2019, se sagrando campeão nestas duas últimas competições.

Suas principais conquistas no Flamengo são os Cariocas de 2020/21; as Supercopas do Brasil de 2020/21; a Recopa Sul-Americana de 2020; a Copa do Brasil de 2022; os Brasileiros de 2019/20; e as Libertadores da América em 2019 e 2022, vencendo esta última invicto e com a melhor campanha de um clube na história da competição. Vestiu a camisa preta e encarnada e, 176 partidas oficiais.






11) OUTROS


I) Toninho Baiano [1976/80]




Pau pra toda obra, que era escalado em ambas as laterais e até na ponta, Toninho construiu sólida e vitoriosa carreira no Fluminense antes de aportar na Gávea em um dos troca-trocas do Horta. Conquistou a torcida com seu esforço e dedicação, se tornando titular do time que engrenaria o tricampeonato estadual de 1978/79/79 especial e o Brasileiro de 1980, quando então saiu para as Arábias. Jogando pelo Flamengo, se tornou titular absoluto da lateral direita da seleção brasileira, participando da campanha da Copa de 1978, em que terminamos em 3º lugar. Perdeu a posição na seleção para um lateral que o havia substituído n'O Mais Querido, o genial Leandro.


II) Jorginho [1984/89]




Revelado pelo América-RJ, foi contratado pelo Flamengo porque Leandro já não tinha mais condições físicas de atuar na lateral-direita. Acabou também substituindo Leandro na seleção brasileira. Pelo Flamengo, conquistou as Taças Guanabara de 1984, 88/89; o Carioca de 1986; e o Brasileiro e 1987. Pela seleção, foi medalhista de prata na Olimpíada de Seul, em 1988 e titular na campanha do tetra, nos EUA em 1994. Saiu da Gávea em 1989 pra construir sólida carreira na Alemanha, primeiro no Bayern Leverkusen e depois no Bayern de Munique. Depois do Mundial de 1994, rumou para o Kashima Antlers, no Japão. Terminou a carreira em rivais do Flamengo, primeiro o Vasco e depois o Fluminense.


III) Leonardo [1987/90; 2002]




O garoto de 17 anos entrou em campo pela primeira vez pelo clube de coração, pega na bola e dá passe para o seu grande ídolo marcar o gol da vitória. Ele esconde o rosto na mão e começa a chorar. Parece aqueles sonhos de infância de boleiro, mas é como Leonardo, Prata da Casa, estrou no Flamengo de Zico em 1987. Foi campeão brasileiro naquele ano, e depois bicampeão da Taça Guanabara em 88/89. Vendido para o Valencia, fez sucesso também em empréstimos ao São Paulo. Construiu carreira no PSG e no Milan. Foi titular em duas Copas do Mundo pela seleção, em 1994 e em 1998 [dessa vez já no meio campo], sendo parte da campanha do tetra e vice-campeão na França. Com o time canarinho, venceu também a Copa América e a Copa das Confederações em 1997. Voltou ao Flamengo em 2002, já no fim da carreira, mas se aposentou mesmo no ano seguinte, vestindo a camisa do Milan.



IV) Athirson [1996/98; 99/2000; 2002/03; 04]



Prata da casa que colocou no banco Gilberto [outra prata da casa e irmão de Nélio, meia esquerda importante no início dos anos 1990, Gilberto faria história no Cruzeiro e na seleção brasileira], Athirson se tornou ídolo do clube comandando um Flamengo apenas mediano a títulos consecutivos em cima do Vasco. Brigou com a diretoria d'O Mais Querido e foi para Juventus, na Itália, mas nunca desenvolveu todo seu futebol sem o Manto Sagrado. Voltou rapidamente ao Flamengo em 2002, sendo o melhor lateral esquerdo do Campeonato Brasileiro daquele ano. Conquistou os Cariocas de 1996, 1999/2000, 2004; a Copa Ouro Conmebol de 1996 e a Mercosul de 1999. Pela Seleção, fez parte do elenco campeão da Copa América de 1999.



V) Juan [2006/10]



Revelado pelo São Paulo e com carreira internacional antes de chegar à Gávea, Juan fez parte do grupo que tirou o Flamengo da era de trevas do início do século e o devolveu à disputa e conquista de títulos nacionais. Foi tricampeão carioca em 2007/08/09, da Copa do Brasil em 2006 e do Brasileiro em 2009. Chegou à seleção brasileira em rápida passagem em 2008, mesmo ano em que foi eleito o melhor lateral-esquerdo do campeonato brasileiro.


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