Para terminar a série sobre laterais e iniciar a de volantes, falo um pouco sobre o grande Filipe Luís, e sobre aqueles que não estão na minha ''prateleira principal'' mas que quase chegaram lá. Ou seja, considero laterais muito importantes, embora um pouco menos que o escalão que elenquei. Para ler as demais postagens da série, clique nos link no fim desse texto.
10) FILIPE LUÍS [2019/23]
O lance daquele jovem catarinense de Jaraguá do Sul era futsal, não futebol de campo. Mas aos 14 anos de idade quase que recebeu uma intimação do pai para mudar de esporte. Dito e feito, chegou ainda adolescente à titularidade do Figueirense e dali partiu para a Espanha, onde construiu sólida carreira internacional, primeiro no Real Madri B, depois no La Coruña, e finalmente no Atlético de Madri, clube pelo qual fez mais de 300 partidas. [Teve também rápidas passagens pelo futebol uruguaio e inglês.]
Com bastante habilidade e excelente passe, além de consciência tática exuberante, Filipe se destacou com um dos melhores laterais esquerdos sul-americanos da década passada. O fim de sua carreira na Europa, no entanto, foi na verdade um início: o da imortalidade no coração da maior torcida do mundo. Projeto pessoal do presidente Rodolfo Landim, por sua liderança de grupo e profissionalismo, desembarcou no Rio de Janeiro em 2019, já aos 34 anos, para participar de uma das equipes mais vitoriosas já montadas pelo Flamengo.
Dispensável dizer que venceu quase tudo nos anos em que vestiu o Manto Sagrado. Terminou a carreira na Gávea e hoje é técnico das bases do clube, um passo calculado no rumo para se tornar treinador.
Filipe foi recorrentemente convocado para a seleção brasileira a partir de 2009, embora quase nunca tenha sustentado a condição de titular inconteste da posição. Integrou os elencos do time canarinho na Copa do Mundo de 2018, na Copa América especial de 2016, na Copa das Confederações de 2013 e na Copa América de 2019, se sagrando campeão nestas duas últimas competições.
Suas principais conquistas no Flamengo são os Cariocas de 2020/21; as Supercopas do Brasil de 2020/21; a Recopa Sul-Americana de 2020; a Copa do Brasil de 2022; os Brasileiros de 2019/20; e as Libertadores da América em 2019 e 2022, vencendo esta última invicto e com a melhor campanha de um clube na história da competição. Vestiu a camisa preta e encarnada e, 176 partidas oficiais.
I) Toninho Baiano [1976/80]
Pau pra toda obra, que era escalado em ambas as laterais e até na ponta, Toninho construiu sólida e vitoriosa carreira no Fluminense antes de aportar na Gávea em um dos troca-trocas do Horta. Conquistou a torcida com seu esforço e dedicação, se tornando titular do time que engrenaria o tricampeonato estadual de 1978/79/79 especial e o Brasileiro de 1980, quando então saiu para as Arábias. Jogando pelo Flamengo, se tornou titular absoluto da lateral direita da seleção brasileira, participando da campanha da Copa de 1978, em que terminamos em 3º lugar. Perdeu a posição na seleção para um lateral que o havia substituído n'O Mais Querido, o genial Leandro.
II) Jorginho [1984/89]
Revelado pelo América-RJ, foi contratado pelo Flamengo porque Leandro já não tinha mais condições físicas de atuar na lateral-direita. Acabou também substituindo Leandro na seleção brasileira. Pelo Flamengo, conquistou as Taças Guanabara de 1984, 88/89; o Carioca de 1986; e o Brasileiro e 1987. Pela seleção, foi medalhista de prata na Olimpíada de Seul, em 1988 e titular na campanha do tetra, nos EUA em 1994. Saiu da Gávea em 1989 pra construir sólida carreira na Alemanha, primeiro no Bayern Leverkusen e depois no Bayern de Munique. Depois do Mundial de 1994, rumou para o Kashima Antlers, no Japão. Terminou a carreira em rivais do Flamengo, primeiro o Vasco e depois o Fluminense.
III) Leonardo [1987/90; 2002]
O garoto de 17 anos entrou em campo pela primeira vez pelo clube de coração, pega na bola e dá passe para o seu grande ídolo marcar o gol da vitória. Ele esconde o rosto na mão e começa a chorar. Parece aqueles sonhos de infância de boleiro, mas é como Leonardo, Prata da Casa, estrou no Flamengo de Zico em 1987. Foi campeão brasileiro naquele ano, e depois bicampeão da Taça Guanabara em 88/89. Vendido para o Valencia, fez sucesso também em empréstimos ao São Paulo. Construiu carreira no PSG e no Milan. Foi titular em duas Copas do Mundo pela seleção, em 1994 e em 1998 [dessa vez já no meio campo], sendo parte da campanha do tetra e vice-campeão na França. Com o time canarinho, venceu também a Copa América e a Copa das Confederações em 1997. Voltou ao Flamengo em 2002, já no fim da carreira, mas se aposentou mesmo no ano seguinte, vestindo a camisa do Milan.
IV) Athirson [1996/98; 99/2000; 2002/03; 04]
Prata da casa que colocou no banco Gilberto [outra prata da casa e irmão de Nélio, meia esquerda importante no início dos anos 1990, Gilberto faria história no Cruzeiro e na seleção brasileira], Athirson se tornou ídolo do clube comandando um Flamengo apenas mediano a títulos consecutivos em cima do Vasco. Brigou com a diretoria d'O Mais Querido e foi para Juventus, na Itália, mas nunca desenvolveu todo seu futebol sem o Manto Sagrado. Voltou rapidamente ao Flamengo em 2002, sendo o melhor lateral esquerdo do Campeonato Brasileiro daquele ano. Conquistou os Cariocas de 1996, 1999/2000, 2004; a Copa Ouro Conmebol de 1996 e a Mercosul de 1999. Pela Seleção, fez parte do elenco campeão da Copa América de 1999.
V) Juan [2006/10]
Revelado pelo São Paulo e com carreira internacional antes de chegar à Gávea, Juan fez parte do grupo que tirou o Flamengo da era de trevas do início do século e o devolveu à disputa e conquista de títulos nacionais. Foi tricampeão carioca em 2007/08/09, da Copa do Brasil em 2006 e do Brasileiro em 2009. Chegou à seleção brasileira em rápida passagem em 2008, mesmo ano em que foi eleito o melhor lateral-esquerdo do campeonato brasileiro.
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