segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

IAHWEH E EL, ou: Semelhanças e diferenças entre as tradições israelita e cananéia


O Anjo do Grande Concílio



Em O Judaísmo não era Monoteísta, escrevi que os israelitas não se adaptavam ao conceito moderno de Monoteísmo até, pelo menos, a emergência e consolidação do "Rabinismo'', a partir do século III da Era Cristã. Ora, isso não quer dizer que praticassem exatamente a mesma religião das demais populações cananéias [e greco-romanas]. Da mesma forma que existia um fundo comum de crenças, também podemos citar divergências significativas. Neste texto, vou explorar convergências e dissimilaridades entre estas tradições, como também algumas das polêmicas acadêmicas.



1. Iahweh é El?

Um desses debates se dá em torno da identificação entre Iahweh e o Deus Altíssimo cananeu [El]. Há quem alegue uma disjunção entre as duas divindades nos tempos do Primeiro Templo. É o caso, por exemplo, de Margaret Barker, que imagina Iahweh como um dos Filhos de Deus para os quais as nações foram divididas por El; Iahweh seria apenas o deus designado para o povo de Israel. Sem entrar na complexa teologia desenvolvida por esta autora, outros pesquisadores sugeriram que o Salmo 82 [81 na Septuaginta], em conjunção com Deuteronômio 32, flagra o momento do Judaísmo pós-exílico em que se consolida um Monoteísmo entre os judeus, ou seja, em que a existência de todas as demais divindades passa a ser negada:

"Salmo [referente] a Asaf
Deus esteve de pé na reunião de deuses,
No meio, Ele julga deuses.
"Até quando dais injustiça como julgamento?
E [até quando] recebeis rostos de pecadores?"
Julgai órfão e mendigo
Um humilde e pobre retificai!
Libertai um pobre e um mendigo!
Salvai-o da mão de um pecador!
Não souberam nem compreenderam;
Na escuridão caminham.
Serão sacudidos todos os alicerces da terra.
Eu disse: "Sois deuses
E todos filhos do Altíssimo.
Porém como seres humanos morreis
E tombai como um dos regentes."
Levanta-te, Ó Deus! Julga toda a terra!
Porque Tu terás herança entre todas as nações!"


Mas a ideia de que Iahweh está pedindo a El um juízo contra seus irmãos distorce a fraseologia da passagem tanto em hebraico quanto em grego. O Deus sentado no concílio é o próprio Iahweh ["Levanta-te ó Deus!"], e é ele quem pronuncia a sentença. Assim também, em Deuteronômio 32 [um material que todos os pesquisadores consideram não só pré-exílico, mas bastante antigo, remontando ao fim do segundo milênio antes de Cristo], é o próprio Iahweh quem faz a partilha das nações entre os demais deuses, reservando para si o povo de Israel. No fim do capítulo se lê na Septuaginta, que neste caso é versão mais consistente do que o Texto Massorético:

"εὐφράνθητε, οὐρανοί, ἅμα αὐτῷ, καὶ προσκυνησάτωσαν αὐτῷ υἱοὶ θεοῦ· εὐφράνθητε, ἔθνη, μετὰ τοῦ λαοῦ αὐτοῦ, καὶ ἐνισχυσάτωσαν αὐτῷ πάντες ἄγγελοι θεοῦ· ὅτι τὸ αἷμα τῶν υἱῶν αὐτοῦ ἐκδικᾶται, καὶ ἐκδικήσει, καὶ ἀνταποδώσει δίκην τοῖς ἐχθροῖς· καὶ τοῖς μισοῦσιν ἀνταποδώσει, καὶ ἐκκαθαριεῖ Κύριος τὴν γῆν τοῦ λαοῦ αὐτοῦ."

["Louvai, ó Céus, junto com Ele, e O adorem todos os filhos de Deus; Louvai, ó nações, junto com Seu povo; e que todos os anjos de Deus estejam fortes com Ele; porque Ele vingará o sangue dos seus servos; Se vingará de Seus adversários e purificará a terra de seu povo."]


Além disso, existem outros textos pré-exílicos que revelam a identificação entre Iahweh e El, como o próprio capítulo citado de Deuteronômio é testemunha:

"É assim que agradeceis ao Senhor, povo frívolo e insensato? Não é ele teu Pai, teu Criador, que te fez e te estabeleceu?"


Eu poderia dar exemplos semelhantes em Gênesis. A troca de epítetos entre El e Iahweh é comum destes os textos mais primitivos da Torah. O consenso forte na historiografia é de que a ''fusão'' entre os dois deuses já estava dada, pelo menos, desde o século IX a.C., e provavelmente até antes, um período que abarca a redação dos documentos escriturísticos mais antigos. O que deixa boa parte das teses de Margaret Barker e similares em maus lençóis. 




2. A Deusa Mãe e os Filhos de Deus

O Concílio Divino fazia parte das crenças judaicas tanto no Primeiro quanto no Segundo Templo. E era formado por seres celestiais chamados "filhos de Deus". Entre os cananeus, era a família de El, o deus supremo, que tinha voz ativa no concílio. A família era gerada pela união entre Ele e Athirat/Asherá, e estes seres tinham uma natureza similar a do Altíssimo, simbolizada pelo caráter celeste e régio que todos carregavam. O Cosmos era governado pelo Casal Real, e seus filhos eram os príncipes que administravam todos os demais elementos, esferas e regiões. À parte do Conselho existiam ''deuses mensageiros'' sem caráter régio e sem participação ativa nas reuniões divinas. 

A particularidade e a polêmica aqui é que a Deusa Mãe some entre os israelitas. Não há qualquer menção a uma consorte de Iahweh nos textos canônicos, incluindo os pré-exílicos mais antigos. Existem sim controvérsias em relação a inscrições encontradas no deserto do Sinai, em Kuntillet 'Ajrud, que poderiam indicar que alguns grupos judaicos acreditavam em uma deusa-consorte. Mas esses dados são escassos e estão longe de conclusivos. Não se sabe se a asherá era uma hipóstase de Iahweh e se o termo se refere a um objeto de culto mais do que a uma entidade divina. A própria menção a asherás em versículos escriturísticos levanta uma pluralidade de hipóteses, sem que se tenha chegado a conclusões sólidas. 

Enfim, sabe-se que israelitas praticaram cultos a outros deuses até mesmo no Templo, rompendo a exigência de monolatria que caracterizava sua tradição espiritual; e é possível, ainda que não seguro, que dentre as entidades cultuadas estivesse até mesmo Asherá.  Mas daí não se implica, num salto, uma esposa divina para Iahweh. E é este último ponto que nunca foi demonstrado e para o qual não há sustentação nos 'redatores' dos livros bíblicos. Encontramos menção ao Concílio Divino e outros aspectos da religiosidade cananeia, como os combates com os Monstros aquáticos e o papel do Vice-Regente, em textos tanto de natureza pré quanto pós-exílica. Mas o tema da Deusa-Mãe está flagrantemente ausente do braço principal da espiritualidade que desaguou nos escritos sagrados no Primeiro Templo. 

Vou me reportar, porém, a um aspecto interessante dessa discussão: a figura da Gebirah, a Rainha-Mãe na Corte do Rei israelita:

"E ele disse-lhe: "Fala ao rei Salomão, pois ele não te virará a cara; e ele dar-me-á Abisaque, a somanita, como esposa." E Bersabé disse: "Muito bem. Intercederei por ti junto ao rei." E Bersabé foi ter com o rei Salomão, para lhe falar a respeito de Adonias. E o rei levantou-se para a cumprimentar e beijou-a; e enquanto ele se sentava no trono, um trono foi colocado para a mãe do rei; e ela sentou-se à sua direita. E ela disse-lhe: "Peço-te um pequeno favor, não desvies o teu rosto.'' E o rei disse-lhe: "Faz o teu pedido, minha mãe, pois não to recusarei."

[3 Reinados/1 Reis 2:17 a 20]



Neste episódio, o Rei Salomão acaba por não atender o pedido de sua mãe por entender que fazia parte de uma conspiração de seu irmão Adonias para usurpar o trono. A cena reproduz no terreno histórico mitos de disputa pela realeza entre os deuses do Concílio, como vou me referir em outra oportunidade. O ponto principal, no entanto, é o arranjo da Corte salomônica, considerada uma imitação em escala menor do Concílio Divino, com um trono à direita para que a mãe do Monarca exercesse o papel de conselheira e intercessora. 

A figura da Gebirah não se esgota nesta passagem. Após a divisão do Reino, os livros históricos das Escrituras tem o curioso costume de mencionar o nome da mãe cada Rei de Judá, o que não ocorre no caso dos Monarcas de Israel. Alguns exemplos:

"Roboão adormeceu com os seus pais e foi sepultado com eles na cidade de Davi. Sua mãe chamava-se Naama, a amonita. Seu filhão Abião sucedeu-lhe no trono." [3 Reinados/1 Reis 14:31]

"No décimo oitavo ano do reinado de Jeroboão, filho de Nabat, Abião tornou-se rei de Judá. Reinou três anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Maaca, filha de Absalão." [3 Reinados/1 Reis 15:1 e 2]

"No vigésimo ano de Jeroboão, rei de Israel, Asa tornou-se rei de Judá, e reinou quarenta e um anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Maaca, filha de Absalão." [3 Reinados/1 Reis 15:9 e 10]

"No quarto ano de Acab, rei de Israel, Josafá, filho de Asa, tornou-se rei de Judá. Tinha trinta e cinco anos quando começou a reinar, e reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Azuba, filha de Salai''. [3 Reinados/1 Reis 22:41 e 42]

"No décimo segundo ano de Jorão, filho de Acab, rei de Israel, Ocozias, filho de Jorão, tornou-se rei de Judá. Ocozias tinha vinte e dois anos quando começou a reinar, e reinou um ano em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Atalia, e era filha (neta) de Amri, rei de Israel." [4 Reinados/2 Reis 8:25 e 26]

"Joás tinha sete anos quando subiu ao trono. Começou a reinar no sétimo ano de Jeú e reinou durante quarenta anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Sébia, e era natural de Bersabéia." [4 Reinados/2 Reis 12:1]


Muitos católicos consideram a tradição de nomear a mãe do Rei de Jerusalém, cidade associada a Davi e às expectativas messiânicas, como indicação de que a função da Gebirah era um tipo, um símbolo, da Toda Santa e Pura Virgem Maria, considerada Rainha das Hierarquias Angélicas. O argumento se fundamenta, dentre outras coisas, no papel do Monarca davídico como representante do Vice-Regente de El

Seja como for, a ausência de uma Deusa-consorte de Iahweh implica que os filhos de Deus não são descendentes diretos do Altíssimo. Eles são criaturas tanto quanto os homens e os demais seres. Seu caráter celeste e filiação está vinculada não à sua natureza, mas ao domínio que exercem em áreas do cosmos sob autoridade do Criador. E também a um status de sacralidade e/ou santidade que entre os israelitas será cada vez mais estendido a certos seres humanos. A entrada de homens no Concílio Divino é um tema que vai ganhar espaço no Judaísmo ao longo dos séculos, mas estava presente desde as origens. A filiação divina é afirmada em relação a Israel como um todo, ao rei em particular, e cada vez mais aos ''santos''. A ênfase nessa ideia será maximizada na tradição enoquiana e também no Cristianismo, em que os ''santos'', ''filhos de Deus'' também, substituem seres celestes rebeldes no Concílio Divino.

"Moisés subiu com Aarão, Nadab e Abiú, e setenta anciãos de Israel. E eles viram o lugar em que se encontrava o Deus de Israel. E sob seus pés havia como que um lajeado de safiras transparentes, tão límpido quanto o próprio céu. Sobre os eleitos dos Israelitas, Deus não estendeu sua mão. Entraram no lugar de Deus, e comeram e beberam."

[Êxodo 24:9 a 11]



3. Monolatria

A singularidade de Iahweh como Deus criador e soberano global se associa à exigência de culto único a esta divindade. Os israelitas não eram monoteístas, mas intolerantes quanto a adoração a qualquer outra deidade. Os escritos pré-exílicos compartilham com os cananeus a ideia de que o Deus único é incomparável e que sua autoridade é incontestável, declarações que algumas vezes foram vistas como profissão de fé monoteísta, mas cujo sentido está na exaltação na superioridade do Altíssimo. 

Não bastava aos israelitas serem monólatras, eles também tinham de se recusar terminantemente à idolatria, cujo conceito é hoje em dia pouco compreendido por grande parte dos cristãos. Sumérios, acadianos, egípcios, cananeus, gregos, romanos, fenícios e outras populações acreditavam que era possível criar uma hipóstase -- um ponto focal de manifestação e interação com o mundo material, um 'corpo' -- para uma deidade por meio de certas técnicas e ritos. Desse modo, uma estatueta, imagem ou outro objeto cúltico se tornava ''morada'', ''habitação'' daquela divindade específica, um meio pelo qual era possível ''tratar'', ''negociar'' com ela, e até certo ponto manipulá-la. 

Esta operação mágico-religiosa era terminantemente proibida no Judaísmo não só em relação a qualquer entidade espiritual, incluindo as celestes, mas também ao próprio Iahweh. A monolatria exigia adoração apenas ao Altíssimo, mas esta adoração não podia ser acompanhada pela tentativa de dialogar com Ele a partir de ídolos construídos de forma mágico-operativa. Iahweh exigia subordinação absoluta à Sua Vontade, era a Divindade com a qual nenhum ''comércio'' era possível, cujo Nome era inescrutável, que não podia ser controlada ou objetificada. Era ele quem escolhia as condições, o lugar e o modo com que ele se manifestaria a seus fiéis. 

Vou tratar desse tema em uma postagem específica, mas existem dois episódios cruciais relacionados à Idolatria: a Torre de Babel, descrita em Gênesis, e o Bezerro de Ouro, descrito em Êxodo. Em ambos os casos, houve tentativa de se criar um ídolo do próprio Iahweh, uma tentativa de relacionamento religioso vetado com penas severas.

O pano de fundo das crenças cananeias colocava, no entanto, um desafio a mais para a monolatria: o Vice-Regente de El no Concílio dos deuses. Durante o segundo milênio a.C., Baal exercia esse papel sob autoridade de El. Isto quer dizer que existia uma segunda divindade, um filho do Altíssimo, que era responsável pelo governo no dia a dia, e que recebia o epíteto de Rei dos Reis. Como os israelitas lidavam com essa figura sem quebrar a regra rígida e definitiva de que não poderiam adorar nenhuma outro deus a não ser Iahweh?



4. O Segundo Iahweh

Tanto os mitos sumérios e acadianos, quanto as religiosidades greco-romanas trazem ''mitos de sucessão'', em que um Deus Celeste Primordial é destronado por um de seus filhos e se torna distante, inacessível. O usurpador passa a reinar como novo manda-chuva entre os deuses. Um exemplo é a geração olímpica liderada por Zeus tomando o poder de Cronos. Até o segundo terço do século XX, muitos pesquisadores liam a relação entre Baal e El por esse prisma. Mircea Eliade imaginava existir um mito de sucessão por meio do qual o Altíssimo seria sucedido por Baal, o novo Rei, em um esquema similar àquele sumério, em que um Deus guerreiro surge para derrotar o Caos Personificado [Chaoskampf] e se torna, a partir desta vitória, o novo Cosmocrata.

Esta perspectiva começou a mudar na medida em que as fontes da espiritualidade cananeia eram traduzidas e se tornavam mais acessíveis. O consenso é que, apesar de ter de provar seu mérito e derrotar irmãos ou monstros aquáticos e caóticos, Baal é entronizado pelo próprio El, que nunca perde sua autoridade final. Na verdade, entre os cananeus o Vice-Regente governava em nome do Altíssimo.

"Os dados sobre a vice-regência são retirados da religão ugarítica. Sob a autoridade de El, a função mais poderosa na burocracia divina de Ugarite era a de senhor dos deuses. Como os pesquisadores há muito reconheceram, é esta função, o direito de ser aquele que ''governa os deuses'', que é o foco do conflito entre Yamm, Baal e Mot no Ciclo de Baal. O contexto de autoridade suprema de El no panteão e a conclusão praticamente unânime da pesquisa moderna de que El não foi substituído por Baal da posição reclamada por este merecem consideração com relação à vice-regência e como pano de fundo para a adaptação monólatra desta vice-regência em Israel. [...] 

Neste mito, a derrota de Yamm [''mar''] leva à proclamação de Baal como rei dos deuses com aprovação de El. Os primeiros estudos sobre a realeza divina em Ugarite em geral viam esta luta como a deposição de El do posto de deus supremo. A pesquisa mais recente, entretanto, refutou esta visão em favor da concessão da realeza a Baal (incuindo o título de "rei dos deuses") sob a contínua autoridade de El. Baal continua aparecendo em subordinação intencional a El como seu vice-regente em textos fora do Ciclo de Baal..." [Heiser, 2004]


Existiam dois poderes no Céu segundo os cananeus, duas divindades distintas exercendo as funções de poder total sobre todos os deuses e sobre toda a terra: Baal mais ativo, cotidiano, e militarizado, descrito como aquele que reina sobre as forças e os monstros do caos, que derrota os inimigos escatológicos, e que "cavalga sobre as nuvens", reina sob a égide de seu pai ElA presença de dois soberanos no Céu traria problemas para a monolatria israelita não fosse uma adaptação sutil. O vice-regente era considerado como uma Hipóstase do Nome de Yahweh, uma extensão pessoal sua.

"Vou enviar meu anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei. Está de sobreaviso em sua presença, e ouve o que ele te diz. Não lhe resistas, pois ele não te perdoaria tua falta, porque meu nome está nele. Mas, se lhe obedecerem pontualmente, se fizeres tudo o que eu te disser, serei o inimigo dos teus inimigos, e o adversário dos teus adversários. Porque meu anjo marchará adiante de ti e te conduzirá contra os amorreus, os hiteus, os ferezeus, os cananeus, os heveus e os jebuseus, que exterminarei." [Exodo 23:20 a 23]


"E aconteceu que, quando Josué estava em Jericó -- e olhando para cima com os olhos --,viu um homem de pé diante dele; e a espada estava desembainhada na mão dele. E Josué, aproximando-se, disse-lhe: "És nosso ou um dos oponentes?" Este disse-lhe: "Eu sou comandante supremo da força do Senhor e agora estou aqui presente." E Josué caiu com o rosto no chão e disse-lhe: "Senhor, o que ordenas ao teu escravo?" E o comandante supremo diz a Josué: "Desata a sandália dos teus pés. Pois o lugar, em que estás, é sagrado." [Josué 5:13 a 15]

"Porque um menino nasceu para nós,
Um filho nos foi dado;
Ele cuja soberania estava no seu ombro;
E é chamado o nome dele
"Anjo do grande concílio".
Maravilhoso, conselheiro, Deus poderoso, potentado, príncipe da paz, Pai do mundo vindouro.
Pois eu trarei paz para os regentes"
[Isaías 9:5]

 
Tratarei deste assunto em uma postagem específica dada sua importância para o Cristianismo. Ressalto, porém, que o desenvolvimento da cristologia repousa, em grande parte, nesses temas míticos, místicos e simbólicos que remontam ao pano de fundo religioso cananeu. Os termos filosóficos com que se fez referência a este segundo Poder [Logos] se sobrepõem a essa estrutura religiosa mais arcaica que se faz presente desde o livro de Gênesis, como se flagra pelos escritos de São Justino Mártir sobre a visita de Iahweh a Abrão, por exemplo. Mas vou tratar desse tema de forma mais detida em um próximo texto.

O Anjo do Grande Concílio


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