segunda-feira, 23 de abril de 2018

Como o gradualismo reformista matou o PT, ou: da necessidade de coragem caudilhesca



''Ao subir a rampa do Planalto, sentar na cadeira e pegar a caneta, meu primeiro ato como presidente será suspender a concessão da GLOBO, porque entendo que lhe foi dada de forma inconstitucional, com capital privado internacional''

Leonel Brizola





De modo recorrente, sou criticado por alguns por não ter a mesma leitura negativa que eles possuem do PT. De certo modo, há uma ironia aqui. Durante a minha vida toda tive ojeriza pelo PT. Cresci em tempos de grande polarização e debate político, os anos 1980 da 'redemocratização'. Minha família possuía forte posição trabalhista, meu pai era 'pedetista' e 'brizolista'.


Nesse cenário, desenvolvi desde cedo uma perspectiva bastante negativa sobre o significado político do PT, que só aumentou com a dolorida derrota de Brizola para Lula nas eleições de 1989. Foi por meio por cento dos votos válidos, e impediu Brizola de disputar o segundo turno contra Collor. Naquela apuração, que era ainda manual e demorava semanas, acompanhei as divulgações periódicas dos resultados com a mesma paixão com que assistia jogos do Flamengo.


Durante toda a década de 1990 me recusei a apoiar o PT em qualquer eleição que fosse. Tenho título de eleitor desde 1994, e não votei no partido para eleições municipais, estaduais ou federais. Lembro que o voto dos meus pais migrou de Brizola para Enéas em 1994, as primeiras eleições presidenciais em que pude votar -- e meu escolhido foi Brizola. Depois de 1994, anulei meu voto tanto nas eleições de 1996 quanto nas de 1998.


Só três vezes depois de 1994 me recusei a anular o voto, e só duas vezes ele foi dado ao PT. No primeiro turno das eleiçoes municipais de 2000 votei em Benedita da Silva. Mas não por causa da dita cuja, nem por causa do PT. É que essa senhora se encontrava em uma peleja indefinida contra César Maia, para decidir quem iria ao segundo turno contra Conde. Eu queria tirar César Maia da disputa e votei na única que poderia fazê-lo. Hoje vejo que estava errado, César Maia era a melhor, e não a pior opção para a cidade. O ponto aqui é que se fosse uma pedra ameaçando Maia no primeiro turno, eu teria votado na pedra, é assim que deve ser lido aquele meu voto. A segunda vez foi no segundo turno das eleições presidenciais de 2002. Ali votei em Lula com a intenção explícita de impedir que o PSDB continuasse no poder. Eu não me conformava com qualquer possibilidade de eleição do vampiro José Serra. Foi a única vez que votei de fato no PT e em Lula de maneira consciente e politicamente engajada, motivado antes de tudo pelo meu ódio ao neoliberalismo paulistocêntrico tucano. Na ocasião, cabe frisar, eu estava correto. Era o melhor voto. A terceira vez em que evitei o voto nulo foi no referendo sobre o Estatuto do Desarmamento, ocasião em que votei 'não', e, portanto, a favor do comércio de armas e contra a posição do governo Lula e do 'beatiful people' progressista mobilizado pela Rede Globo.


Durante o período de hegemonia petista, sempre fui crítico e oposição ao partido. Todas as críticas repetidas ad infinitum ao petismo eram feitas por mim naqueles anos. Minhas posições políticas mudaram ao longo desse tempo, eu cheguei a flertar com o liberal conservadorismo entre 2005 e 2007, e depois com a social democracia, antes de retornar a posturas dissidentes. Mas a crítica ao PT foi sempre a mesma: cheguei a criar o epíteto de ''Lulla-lá'' depois do mensalão -- ação política capitaneada por José Dirceu e à qual vejo hoje com bons olhos, por sua coragem e desprezo pela democracia representativa brasileira. Chamei o governo petista de neoliberal, de subordinado a interesses financeiros, de progressista na ordem moral e portanto colonizado pela esquerda pós-moderna etc. etc. etc. Minhas críticas se estenderam no tempo a ''Dilma-má'', como qualquer um que tenha acompanhado minhas postagens sabe.


E, apesar disso, sou acusado de ''petista''. A única razão convincente é a de que não sou engolido em minhas análises e posições recentes pelo ódio ao PT, que grassa e corrói o fígado de muitos conhecidos meus. Como raras vezes li justificativas respeitáveis e coerentes teoricamente para esse antipetismo, só posso encará-lo como um misto de preconceito de classe; um repúdio ao socialismo,  muito comum em meios dissidentes -- e que se constitui num dos erros mais crassos da terceira teoria política quando numa correta análise das reais forças e confrontos na sociedade moderna --; equívocos na leitura da realidade do país; uma certa tendência psico-emotiva meio torpe e que leva alguém a sempre querer dar aquele chutinho no cachorrão que acaba de sofrer uma queda; e um certo ressentimento político temperado por orgulho e miopia estratégica. Essa confluência de elementos explica, caso a caso, o 'antipetismo' ferrenho com que muitos conhecidos meus, nas redes sociais e fora dela, justificam sua abordagem da história política recente.


Erros de leitura e posicionamento político acontecem. Fazem parte do jogo, não é vergonha cometê-los. Nos anos 2000, por exemplo, eu me afastei do trabalhismo para adotar uma postura conservadora que foi primeiramente articulada em torno do neoconservadorismo anglo-saxão. Essa postura foi impulsionada pelo meu vínculo cada vez maior com o tradicionalismo perenialista e minha conversão ao cristianismo. Apesar de manter continuamente minha crença na necessidade de intervenção social do Estado -- nunca fui liberal e olavete em sentido estrito --, apoiei o neo conservadorismo nesse período porque achava que era a melhor forma de manter os resquícios de uma tradição cristã contra o avanço da esquerda pós-moderna -- que eu sinonimizava à esquerda e ponto. Foi só quando percebi que se tratava de uma aliança impossível em termos concretos e que violentava demais minha formação intelectual e ética, é que me afastei totalmente desse tipo de conservadorismo e adotei outros.


Foram erros políticos que eu não escondo. Acontecem. Muita gente que eu admiro em cenários muito mais importantes do que meu pequeno raio de ação cometeram leituras e atitudes equivocadas. Vejam por exemplo Brizola, o grande Leonel Brizola, que se abraçou a Collor em 1991 e 1992 e praticamente morreu politicamente junto com ele. O que foi isso senão um erro capital de leitura e posicionamento político? Recentemente, um conhecido meu criticou um elogio que fiz a Renan Calheiros lembrando que o dito cujo fazia parte da ''República de Alagoas''. Será que ele se recorda ou vivenciou essa época, em que Leonel Brizola se uniu a Collor? Enquanto Renan Calheiros foi um dos primeiros no Congresso a romper com o Presidente e pedir seu impeachment, Brizola acabou preso ao navio que afundava até o fim, em correntes que ele mesmo fabricou. A leitura do líder pedetista, então Governador do Rio de Janeiro, era a seguinte: Collor é um populista que, como Jânio Quadros, não tem bases sociais organizadas. Seu partido era a Globo, que agora o abandonou. Então, nós trabalhistas e esquerdistas podemos aproveitar esse vácuo para apoiá-lo e manipulá-lo. Deu merda. Erro de leitura, de estratégia e de execução. Eu participei de passeatas pela derribada de Collor em que cantos sobre a traição de Brizola eram comuns -- adianto que eu não os entoava e votei em Brizola em 1994. Foi um erro político do grande líder, acontece. O próprio Brizola ironizava seus erros políticos nas propagandas eleitorais. Ele começava dizendo assim na telinha da TV, ''amigos, X está governando não sei onde, e Y foi eleito pra não sei o quê, e eles saíram de nossas fileiras e foram apoiados por nós. Peço desculpas. Mas vejam vocês que, se até Cristo, que era Deus, tinha um traidor entre os Doze, que poderia ser dito de nós?''


É necessário aprender a reconhecer, conviver e corrigir os próprios erros de leitura, os erros políticos etc. Isso faz parte não só do amadurecimento pessoal mas político. Dá mostras de distanciamento de si mesmo, de comprometimento com uma correta hierarquia de valores. É um exercício diário, inclusive, e que transcende a política. Se não se faz isso, a trajetória do sujeito deixa de ser passível de erro pra se tornar ela própria um erro. O antipetismo fanático originado do fígado é causa de uma séria de equívocos cuja justificativa é nula, só se dá no âmbito afetivo, é quase que um ressentimento. Ou, pior, não passa de um orgulho tolo por ter se posicionado de maneira equivocada em determinada situação capital. Não estou dizendo que não se pode criticar o PT, ter repúdio da ideologia do partido e negar o retorno de petistas ao poder. Concordo plenamente com todos os três pontos. Mas isso não significa fechar os olhos para os aspectos do PT e de petistas que podem contribuir para a emancipação do povo brasileiro e para a derrota do inimigo liberal.

O antipetismo ''do fígado'' é incapaz de explicar de forma coerente, por exemplo, o porquê todos os setores produtivos associados à economia financeirizada se voltaram contra Dilma entre 2013 e 2015. Ela não entende o pato da FIESP. Se Dilma e o PT são apenas agentes políticos da bancocracia, porque foram derribados com militância explícita dos setores mais associados ao domínio rentista? Se eles são apenas agentes do neoliberalismo vinculado à revolução cultural pós-moderna da esquerda europeia, por que a Globo se voltou contra eles? Para sustentar essa posição ridícula, os ''antipetismo do fígado'' tem de cair na esparrela de que o país está passando por uma reforma moral, um progresso civilizacional, está derrubando os ''donos do poder'' do Estado patrimonial, e fechar os olhos para quem os governa de verdade: Temer e a cleptocracia, chantageados por sua vez pela Banca. Fechar os olhos para fontes primárias dando conta do golpe contra Dilma para manter os cleptocratas do poder. E fechar os olhos para o choque neoliberal que acossou o país em todas as instâncias -- da política externa à legislação trabalhista. Ou seja, tem de se fazer, com todo o respeito, de imbecil. Esse tipo de incapacidade analítica motivada por azia só leva ao triunfo dos inimigos, é uma vantagem incomensurável dada ao status quo.

Sobre esse tema eu gostaria de ressaltar dois pontos: deixando de lado as óbvias limitações de ser um partido orientado para a segunda teoria política, o ‘socialismo’ em sentido largo, o PT sofre de um câncer que acomete a esquerda no mundo todo, o mal do reformismo gradual. Esse câncer existe no nosso país desde sempre. São notórias as leituras de um PCB, em plena década de 1950 e 1960, de que o Brasil ainda não havia feito a transição para o capitalismo e que por causa disso era necessário apoiar a burguesia nacional contra o “imperialismo”. A incapacidade analítica aí chegava aos píncaros e se casava com uma miopia política tão ferrenha que só podia tornar esse comunismo em idiota útil dos capitalistas. Esse mal do reformismo, que se acentuou na medida em que os social-democratas lograram construir um Estado de Bem Estar Social na Europa, persegue a esquerda brasileira como um fantasma, e isso pode ser dito até mesmo dos trabalhistas. Mas não me entendam mal, nessa fração da esquerda nacionalista havia uma gradualismo temperado por certo radicalismo e virilidade caudilhesca e senhorial, que, quando unida à competência política podia causar mais estragos do que uma revolução mal conduzida e sem meios de criar apelo popular – como são exemplo nossos guerrilheiros no Araguaia.

O gradualismo reformista, quando não apimentado por essa virilidade caudilhesca capaz de radicalismos pra manter sua base política, acaba no mais rotundo e desalentador fracasso. Acaba sendo um anticlímax. O exemplo acabado disso é o PT, e essa é a maior crítica que se pode fazer à trajetória desse movimento de segunda teoria política. Olhando para o PT se percebe como seus líderes compuseram uma estratégia de longo prazo, que se afirmaria ao longo dos vinte anos em que supostamente dominariam a cadeira presidencial. Essa estratégia consistia em conciliações iniciais com o sistema financeiro, a mídia e a classe média em torno da manutenção da arquitetura econômica neoliberal enquanto eram avançadas mudanças em outros planos: investimentos em energia nuclear, reorientação da política externa, apoio a movimentos de esquerda latino-americanos, investimentos no Nordeste, programas assistencialistas e liberais de transferência de renda, recuperação da capacidade interventora do Estado por meio da recomposição de seus quadros etc. Em um segundo momento, o PT implementou uma sutil mudança na arquitetura econômica: uma postura mais neokenesyana e menos monetarista, com uma política anticíclica e redução gradual e controlado dos juros básicos na economia.

Essas medidas não abalaram nem de perto o predomínio da bancocracia, mas já foram suficientes para que parte do sistema partidário e da classe média tentassem derribar o governo. A justificativa inicial era o Mensalão, um mesada que o gênio de José Dirceu criou para evitar a partilha de postos do Estado com o Congresso Cleptocrata. Mas a popularidade de Lula e um cenário internacional favorável, que produziu no país uma onda de consumo e expansão de crédito, deu suporte à manutenção do projeto gradualista de reforma, agora já plenamente adaptado aos esquemas do “presidencialismo de coalizão” inaugurados por Fernando Henrique Cardoso e que permitiam ao Presidente manter uma sólida maioria no Parlamento.

O segundo passo da estratégia petista foi uma remodelação de cima do sistema educacional brasileiro [o projeto da Pátria Educadora, de Mangabeira Unger] e uma virada na arquitetura econômica. Agora não bastava só um abraço tópico ao neo-keynesianismo, era necessário superar a financeirização da economia por meio de uma política neo-desenvolvimentista que combatesse o spread bancário e recuperasse o investimento público e a indústria brasileira. Foi aqui que a porca  torceu o rabo. Num cenário de mudança da política externa norte-americana, de crise econômica mundial, de retração do mercado das matérias primas que exportávamos, essa nova mudança foi sabotada pela elite econômica financeirizada. Foi aí que a FIESP e companheiros se voltaram definitivamente contra o PT, e, mais especificamente, contra Dilma Rousseff, dando azo à aliança com a classe média, a Globo, e os interesses americanos que planejaram a derribada do frágil consenso esquerdista no país.

É necessário que se tenha atenção para isso: o PT caiu, ou melhor, foi abandonado pelas forças produtivas e empresariais, justamente porque tentou fazer a transição para uma forma de desenvolvimentismo. A escolha de Lula por Dilma Roussefr já indicava isso claramente, porque se trata de um quadro técnico historicamente ligado ao trabalhismo e ao PDT, não uma política de raiz petista. Só em 2000 Dilma abandonou o PDT e migrou para o PT. Era uma transição planejada para o nacional desenvolvimentismo, dentro da abordagem gradualista e reformista petista. Claro que pode-se criticar aqui a competência e a eficiência desse desenvolvimentismo de Guido Mantega – os próprios desenvolvimentistas afirmam que eram políticas equivocadas e porcas e eu mesmo possuo texto em que critico as raízes e os fundamentos do projeto do Pátria Educadora. Mas o importante é perceber a principal razão do confronto que explodiu a partir dali. É notório que muitos aptos a apoiar um projeto nacional desenvolvimentista hoje se regozijam com a queda de Dilma, sem perceber o porquê se formou definitivamente a aliança que despedaçou o governo da petista.

A queda de Dilma diz respeito não somente ao PT, mas a qualquer um que apoie uma mudança da arquitetura financeirizada do país. Revela que os movimentos e líderes que pretendam levar a efeito essa mudança serão sabotados por diversas organizações empresariais e pela grande mídia, da mesma maneira que Dilma foi. E serão apedrejados quanto mais competentes forem as mudanças propostas, visto que boa parte do setor industrial está comprometido até o talo com a economia financeirizada.

É necessário repetir até a exaustão: De certo modo, o estopim para a queda de Dilma e do PT foram antes seus acertos do que seus erros. Mas de modo estrutural, o maior problema foi a própria postura gradualista, que repetindo um erro histórico da esquerda do país, pensa poder alcançar grandes resultados com pequenas e paliativas mudanças, sem que as forças hegemônicas da estrutura de poder brasileiro percebam suas manobras. Nesse ponto, a capitulação do PT foi ainda pior do que a do trabalhismo dos anos 1950 e 1960. Porque as derrotas daquele trabalhismo se deram em meio a atos simbólicos de radicalismo que mantiveram o capital político de seus líderes.

Peguemos o exemplo da heroica queda de Getúlio: Quando a guerra de classes se acentuou no país e os coronéis do Exército assinaram um manifesto em fevereiro de 1954, cujo cerne era impedir qualquer aumento do salário mínimo que colocasse em risco a hierarquia social brasileira, Vargas pareceu desistir diante de seus inimigos ao demitir João Goulart, então Ministro do Trabalho e autor da polêmica proposta rejeitada pelo alto oficialato que se fazia porta voz ali da classe média tradicional. Durante dois meses só se falava de capitulação de Vargas frente ao clamor dos coronéis na defesa dos interesses da classe média. Ora, na data do seu discurso de maio para os trabalhadores, um inflamado Vargas anunciou o aumento de 100% causando uma comoção popular e uma crise política sem precedentes. A demissão de Goulart havia sido uma estratégia de radicalização. Vargas estava assumindo inteiramente para si a responsabilidade, e com isso o ônus e o bônus, pelo aumento. Com isso manteve suas bases políticas, ao mesmo tempo que preservou para o futuro a figura de Jango. Quando de sua aparente derrota, aquele fatídico ultimato dado pelos generais em agosto seguido por seu suicídio, essas mesmas massas saíram desesperadas às ruas e formaram a base para a continuidade do trabalhismo.

Comparem com o gradualismo civilizado e democrático de Dilma. Uma vez acuada por manifestações logo depois das eleições de 2014, o que ela fez? Concessões aos liberais com mudanças na legislação previdenciária, que, de cara, alienaram metade daqueles que escolheram por ela depois da ferrenha campanha contra Aécio Neves. É inócuo evitar radicalismos acreditando em uma conciliação democrática com os agentes hegemônicos da sociedade. Essa crença na democracia burguesa é um retrocesso, foi uma ilusão coletiva em um partido que foi capaz de gerar um líder como Zé Dirceu, que imaginou o mensalão pra não ter de distribuir cargos para a cleptocracia. O Império da lei não é nada e nada pode diante do conflito entre as classes. Até os militares, quando de suas aventuras e desventuras golpistas dos anos 1940 aos 1970, diziam atuar sob o império da lei e no cumprimento de seus deveres constitucionais, o mesmo tipo de declaração dada por gente como Sérgio Moro, que finge não ter realizado crimes na sua cruzada anti-esquerdista.

Mesmo de uma perspectiva da segunda teoria política, é necessário radicalizar e ter em mente que o reformismo redunda sempre em fracasso, e no pior dos fracassos, aquele que dizima as possibilidades políticas de um movimento pela total alienação de seu público. O cadáver do partido dos trabalhadores está aí a lembrar pra esquerda e para todos que pretendam recuperar ou capturar seu legado, que existe certa estrutura de poder no país que tem de ser desafiada custe o que custar, com os meios necessários para que a vontade desses agentes seja dobrada. Nesse sentido, a esquerda brasileira precisa se ''venezualizar'', aprendendo com o exemplo do Comandante Chávez. Ou se tornar “brizolista” de vez. É a única maneira de estabelecer qualquer mudança significativa e permanente no país, sem que se dê um passo para logo depois ter de retroceder três.