segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

OS 10 MAIORES JOGADORES BRASILEIROS DA HISTÓRIA

O meu top 10 de jogadores brasileiros. O critério é o nível técnico apresentado pelo atleta ao longo da carreira, sua importância para clubes e para a seleção brasileira, seu desempenho, impacto popular, contribuição para o desenvolvimento do jogo, e resultados. Não vou fazer um texto específico para cada um deles, mas apresentar rápidas justificativas ou apontar onde o leitor pode encontrar minha posição para a presença destes atletas na lista geral de 10 maiores de todos os tempos.



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NÚMERO 1: PELÉ, "O REI DO FUTEBOL"




Jogador mais completo e maior goleador da História [com quase 1300 gols], atleta com mais assistências na seleção, o texto sobre ele pode ser lido em: Pelé [clique para ler]



NÚMERO 2: GARRINCHA, "A ALEGRIA DO POVO"



Provavelmente o maior driblador já visto, é o sexto em número de assistências com a camisa canarinho.  Tem quase 300 gols na carreira, 245 apenas pelo Botafogo. Falei sobre o  "Anjo das Pernas Tortas" em: Mané Garrincha [clique para ler].



NÚMERO 3: ZICO, "O GALINHO DE QUINTINO"




Mais de 600 gols na carreira. 5º maior artilheiro da seleção e 4º em número de assistências, o texto sobre o "Pelé Branco", jogador brasileiro que o Rei considera ter se aproximado mais dele, pode ser lido em: Zico [clique para ler].



NÚMERO 4: ROMÁRIO, "O GÊNIO DA GRANDE ÁREA"




O "Baixinho" era tecnicamente perfeito, um dos maiores finalizadores da história, tinha habilidade e domínio de bola raramente vistos no esporte, e em seu auge atlético uma velocidade imbatível nos 30 primeiros metros.

Sua carreira internacional costuma ser minimizada pelos europeus por ter ficado "escondido" muito tempo no campeonato holandês, considerado bastante secundário na Europa, em um tempo em que as interações entre os grandes clubes ainda não haviam entrado na Era bilionária atual.

Comprado pelo "Dream Tream" montado por Cruyff no Barcelona, encantou a todos mesmo já tendo perdido parte da explosão com que era conhecido no Brasil e na Holanda. Cruyff declarou que foi o melhor jogador que ele já treinou, e Carles Rexach, braço direito do holandês, e que ajudou a contratar Messi para o Barça, afirma que nenhum atleta o deixou tão espantado e assombrado por seu nível de qualidade quanto Romário.

Começou na ponta-esquerda, mas foi um dos grandes 'atacantes' genéricos típicos do futebol brasileiro nos anos 1990, unindo a qualidade de goleador com a de ponta-de-lança. Revolucionou a posição de centroavante. Maior jogador da Copa de 1994, foi eleito pela FIFA como o melhor daquela temporada.

Romário foi o jogador mais importante da seleção brasileira na Era Pós-Pelé, o "Salvador da Pátria", papel que já exercia desde o gol do título da Copa América de 1989, quebrando um jejum brasileiro de 40 anos na competição. Até hoje é o quarto maior artilheiro da camisa canarinho, com a média de 0,71 gols por partida -- dentro do top 10 dos goleadores, inferior apenas à de Pelé e a de Leônidas da Silva. Tem mais de 800 gols na carreira, e é um dos maiores goleadores da história do Flamengo, do Vasco da Gama e do PSV Eindhoven.

Nunca se dedicou à parte atlética e dizia explicitamente que não gostava de treinos ["treinar pra quê se eu já sei o que fazer?", como perguntava funk carioca feito em sua homenagem].



NÚMERO 5: RONALDO, "O FENÔMENO"





Considerado sucessor de Romário, explodiu muito cedo no Cruzeiro, seguiu os passos do "Baixinho" mas com precocidade, e se tornou o primeiro grande astro do futebol brasileiro adaptado ao nascente mercado comum europeu de clubes. Assombrou o planeta inteiro ainda adolescente, tamanha a união entre habilidade no drible, potencial técnico, capacidade de finalização, velocidade e força física. Aos 20 anos de idade, já havia sido eleito pela FIFA como o melhor da temporada por duas vezes.

Ronaldo foi também vítima de uma má preparação física e fortalecimento muscular realizado na Holanda, que o fizeram conviver com tendinites já nos primeiros anos de Europa e acabaram por romper completamente os tendões de seu joelho direito duas vezes consecutivas quando ainda tinha 22 anos de idade. As contusões foram impressionantes, o afastaram dos gramados por três anos, e ele foi considerado morto para o futebol. Sua ressurreição esportiva em plena Copa de 2002, em que marcou 8 gols em 7 jogos, incluindo os três que decidiram a semifinal e a final da competição, foi um dos momentos mais gloriosos e impactantes da história.

A carreira do "Fenômeno" foi minorada por causa das contusões [ele sofreria outra ruptura ligamentar no Milan, em 2008, desta vez no joelho esquerdo]. Mas não o impediram de assumir status de lenda. É considerado pelos europeus como o maior centroavante já visto. Não fossem as lesões, certamente estaria hoje no top 5 dos maiores jogadores de todos os tempos.

Era reserva na seleção que conquistou o tetra em 1994, mas foi o principal nome do título em 2002, ao lado de Rivaldo. É o brasileiro que mais marcou em Copas do Mundo, com 15 tentos em 17 partidas, uma impressionante média de 0,88. É o terceiro maior artilheiro e o quinto em assistências na história da camisa canarinho. Marcou mais de 400 gols na carreira.


NÚMERO 6: DIDI, “O PRÍNCIPE ETÍOPE”



É impressionante o esquecimento que tem se abatido sobre o nome de Didi nas listas nacionais e internacionais de craques. Trata-se de um dos atletas mais vitoriosos e importantes da história do futebol nacional. Participou de duas das maiores equipes do século XX: o Botafogo do início dos anos 1960 e o Real Madri do fim dos anos 1950. Disputou três Copas do Mundo, foi eleito o melhor jogador de uma delas, levantou dois troféus, e em quinze partidas em Mundiais só saiu derrotado de campo em uma: para a Hungria de Puskas, em 1954.

 

Didi se consolidou como o maior jogador brasileiro nos anos 1950 quando, ainda jogador do Fluminense, venceu polêmica disputa com Zizinho pelo lugar na Copa da Suíça. Primeiro grande cobrador de falta da história da seleção, se tornou herói das Eliminatórias para 1958 ao marcar o gol da classificação com sua “folha seca” em vitória sobre o Peru. Suas atuações e liderança na Suécia, em 1958, o levaram ao Real Madri, em que teve relação conturbada com Di Stefano, maior jogador do clube e líder de uma panelinha. Ainda assim, participou das campanhas vitoriosas na Liga dos Campeões e no Mundial Interclubes de 1960.

 

Retornou ao futebol brasileiro para tomar parte do time do Botafogo que se tornaria base da Copa de 1962, bicampeão carioca 61/62, do Rio São Paulo de 1962 e semifinalista da Libertadores de 1963. O time só não alcançou maiores alturas porque enfrentava o Santos de Pelé, considerado uma das três maiores equipes do século passado. Ainda assim, a fama do Botafogo da época foi estabelecida mundialmente em excursões por toda a Europa, que fazem d’O Glorioso  um dos mais conhecidos clubes brasileiros até hoje.

 

Ainda que não fosse um goleador, Didi marcou mais de 200 tentos na carreira, 21 deles pela seleção brasileira. Se tornou também um dos mais importantes treinadores da história do futebol sul-americano ao liderar o Peru que se classificou para a Copa de 1970 no lugar da Argentina.

  


NÚMERO 7: LEÔNIDAS DA SILVA, “O DIAMENTE NEGRO”




 

Um dos atletas mais importantes da nossa história em múltiplos níveis, Leônidas representa não só a definitiva massificação do futebol brasileiro como seu florescimento na Copa do Mundo. Foi um dos principais responsáveis pela consolidação da imagem de um tipo de jogo marcado pelo drible, improviso e jogadas plásticas. Ícone do Brasil que se via como miscigenado e malandreado, foi o jogador mais popular até a ascensão de Pelé e Garrincha. É também o único jogador brasileiro a marcar gols em todos os jogos das duas Copas de que participou: fez o único do país em 1934, e foi o primeiro artilheiro brasileiro em 1938. [Por causa de uma contusão, ele não estava em campo na eliminação diante da Itália, na semifinal.]


Leônidas é oficialmente reconhecido como o principal jogador do Mundial de 1938, na França, marcando 7 gols em 4 partidas, ocasião em que anotou um dos mais famosos tentos da história da competição, ao anotar de bicicleta, uma artimanha até então desconhecida para os europeus. Ainda hoje se encontra entre os dez maiores goleadores da seleção brasileira, e dentro do top 10 ninguém tem média melhor do que ele, nem Pelé: 37 gols em 37 partidas, um gol por jogo.

 

Tornou-se um dos maiores ídolos e goleadores da História do Flamengo [tem mais de 150 gols pelo clube e média superior a 1 gol por jogo] e do São Paulo. Foi também um os grandes trunfos da CBD para trazer a quarta edição da Copa do Mundo para o Brasil. Fez mais de 500 gols em toda a carreira.

  


NÚMERO 8: ZIZINHO, “O MESTRE ZIZA”




 

 

Sucessor de Leônidas da Silva no Flamengo, era reconhecidamente o maior jogador brasileiro dos anos 1940. Saiu consagrado como o melhor jogador da Copa de 1950, mesmo com a derrota brasileira no torneio. Ídolo de Pelé, era considerado um jogador completo, capaz de jogar em todas as posições do meio campo para frente. Sua marca registrada era a arrancada com a bola grudada no pé, driblando em zigue-zagues. Conduziu o Flamengo ao seu primeiro tricampeonato, e depois do Mundial de 1950 brilhou por 7 temporadas no Bangu antes de terminar a carreira no São Paulo levantando o campeonato paulista de 1957.


Recusou o convite para jogar a Copa de 1958, segundo ele para não deixar de fora “um jovem jogador que atuava na mesma posição.” Tem mais de 300 gols marcados durante a carreira. É o 14º maior goleador da seleção, com 31 gols; e o terceiro em maior número de assistências, com média de 0,59 por partida, a maior do top 10 de "passes para gol" na equipe nacional.

  


NÚMERO 9: RONALDINHO GAÚCHO, ''O BRUXO''



 

Jóia gaúcha no fim dos anos 1990, saiu brigado do Grêmio em um período em que os clubes brasileiros ainda não tinham se adaptado à derrocada da Lei do Passe. Despertava desconfianças da imprensa paulista, que se tornaram ridículas com a Copa de 2002, em que foi um dos protagonistas do Penta, com assistências e gols históricos. Mas foi ao trocar o Paris Saint Germain pelo Barcelona que o “Bruxo” deu o salto definitivo em sua carreira, elevando o Barcelona de rival do Real Madri a dono do continente.

 

Além de tornar o Barça um clube vencedor na Europa, Ronaldinho atingiu um nível de atuações que o levaram a ser comparado com Maradona, dada a união entre a habilidade com a bola, capacidade de drible e jogadas geniais. Tornou-se sinônimo de entretenimento e foi eleito pela FIFA como o melhor do mundo em duas temporadas consecutivas. Seria a grande esperança brasileira em 2006, mas naufragou com o restante da equipe, que não conseguiu alcançar as semifinais.


Com a carreira abalada pela falta de compromisso profissional, Ronaldinho perdeu espaço no Barcelona e depois na Europa, ainda que tivesse condições de disputar o Mundial em 2010 pelas performances que demonstrava no Milan. Voltou para o Brasil alcançando algum sucesso no Flamengo e, principalmente, no Atlético Mineiro. Conquistou a Libertadores da América com o Galo, em 2013, se tornando um dos nove atletas brasileiros a ter levantado o troféu das competições continentais europeia e sul-americana.

 

Chamado por Romário de “o último romântico”, Ronaldinho se tornou, sem querer, embaixador do futebol no mundo inteiro, tamanho seu carisma e sua arte com a bola nos pés. O “Bruxo” vivenciou uma das eras mais vitoriosas da seleção brasileira. Venceu não só a Copa de 2002 como também a Copa das Confederações de 2005 e  Copa América de 1999. É o 13º maior goleador [34 tentos] e o 9º em assistências pela seleção nacional. Marcou mais de 350 vezes na carreira. Alguns dos momentos que proporcionou no campo estão entre os mais extraordinários da história do esporte.

  

NÚMERO 10: RIVELINO, “A PATADA ATÔMICA”




 

Atleta que mais defendeu a camisa da seleção brasileira no século XX e um dos destaques da Copa de 1970, em que recebeu o apelido de “Patada Atômica”, o “Reizinho do Parque São Jorge” foi um dos maiores meia-armadores da História e ídolo máximo de Diego Maradona. Era o grande nome da seleção na maior parte dos anos 1970, entre a despedida de Pelé e a ascensão definitiva de Zico. Um dos maiores ídolos do Corinthians e do Fluminense, foi bicampeão carioca em 1975/76, participando da maior equipe já vista no tricolor das Laranjeiras, a “Máquina”. Rivelino é o 7º maior goleador da seleção, com 43 gols, e o 7º maior em número de assistências. Marcou mais de 250 vezes na carreira.

 

 

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