O meu top 10 de jogadores brasileiros. O critério é o nível técnico apresentado pelo atleta ao longo da carreira, sua importância para clubes e para a seleção brasileira, seu desempenho, impacto popular, contribuição para o desenvolvimento do jogo, e resultados. Não vou fazer um texto específico para cada um deles, mas apresentar rápidas justificativas ou apontar onde o leitor pode encontrar minha posição para a presença destes atletas na lista geral de 10 maiores de todos os tempos.
É
impressionante o esquecimento que tem se abatido sobre o nome de Didi nas listas
nacionais e internacionais de craques. Trata-se de
um dos atletas mais vitoriosos e importantes da história do futebol nacional.
Participou de duas das maiores equipes do século XX: o Botafogo do início dos
anos 1960 e o Real Madri do fim dos anos 1950. Disputou três Copas do Mundo, foi
eleito o melhor jogador de uma delas, levantou dois troféus, e em quinze
partidas em Mundiais só saiu derrotado de campo em uma: para a Hungria de
Puskas, em 1954.
Didi
se consolidou como o maior jogador brasileiro nos anos 1950 quando, ainda
jogador do Fluminense, venceu polêmica disputa com Zizinho pelo lugar na Copa
da Suíça. Primeiro grande cobrador de falta da história da seleção, se tornou herói
das Eliminatórias para 1958 ao marcar o gol da classificação com sua “folha seca”
em vitória sobre o Peru. Suas atuações e liderança na Suécia, em 1958, o
levaram ao Real Madri, em que teve relação conturbada com Di Stefano, maior jogador
do clube e líder de uma panelinha. Ainda assim, participou das campanhas vitoriosas
na Liga dos Campeões e no Mundial Interclubes de 1960.
Retornou
ao futebol brasileiro para tomar parte do time do Botafogo que se tornaria base
da Copa de 1962, bicampeão carioca 61/62, do Rio São Paulo de 1962 e
semifinalista da Libertadores de 1963. O time só não alcançou maiores alturas
porque enfrentava o Santos de Pelé, considerado uma das três maiores equipes do
século passado. Ainda assim, a fama do Botafogo da época foi estabelecida mundialmente
em excursões por toda a Europa, que fazem d’O Glorioso um dos mais conhecidos clubes brasileiros até
hoje.
Ainda
que não fosse um goleador, Didi marcou mais de 200 tentos na carreira, 21 deles
pela seleção brasileira. Se tornou também um dos mais importantes treinadores
da história do futebol sul-americano ao liderar o Peru que se classificou para
a Copa de 1970 no lugar da Argentina.
NÚMERO 7: LEÔNIDAS DA SILVA, “O DIAMENTE NEGRO”
Um
dos atletas mais importantes da nossa história em múltiplos níveis, Leônidas
representa não só a definitiva massificação do futebol brasileiro como seu florescimento
na Copa do Mundo. Foi um dos principais responsáveis pela consolidação da
imagem de um tipo de jogo marcado pelo drible, improviso e jogadas plásticas.
Ícone do Brasil que se via como miscigenado e malandreado, foi o jogador mais
popular até a ascensão de Pelé e Garrincha. É também o único jogador brasileiro
a marcar gols em todos os jogos das duas Copas de que participou: fez o único
do país em 1934, e foi o primeiro artilheiro brasileiro em 1938. [Por causa de
uma contusão, ele não estava em campo na eliminação diante da Itália, na
semifinal.]
Leônidas
é oficialmente reconhecido como o principal jogador do Mundial de 1938, na
França, marcando 7 gols em 4 partidas, ocasião em que anotou um dos mais famosos
tentos da história da competição, ao anotar de bicicleta, uma artimanha até
então desconhecida para os europeus. Ainda hoje se encontra entre os dez
maiores goleadores da seleção brasileira, e dentro do top 10 ninguém tem média
melhor do que ele, nem Pelé: 37 gols em 37 partidas, um gol por jogo.
Tornou-se
um dos maiores ídolos e goleadores da História do Flamengo [tem mais de 150
gols pelo clube e média superior a 1 gol por jogo] e do São Paulo. Foi também um os
grandes trunfos da CBD para trazer a quarta edição da Copa do Mundo para o Brasil.
Fez mais de 500 gols em toda a carreira.
NÚMERO 8: ZIZINHO, “O MESTRE ZIZA”
Sucessor de Leônidas da Silva no Flamengo, era reconhecidamente o maior jogador brasileiro dos anos 1940. Saiu consagrado como o melhor jogador da Copa de 1950, mesmo com a derrota brasileira no torneio. Ídolo de Pelé, era considerado um jogador completo, capaz de jogar em todas as posições do meio campo para frente. Sua marca registrada era a arrancada com a bola grudada no pé, driblando em zigue-zagues. Conduziu o Flamengo ao seu primeiro tricampeonato, e depois do Mundial de 1950 brilhou por 7 temporadas no Bangu antes de terminar a carreira no São Paulo levantando o campeonato paulista de 1957.
Recusou o convite para jogar a Copa de 1958, segundo ele para não deixar de fora “um
jovem jogador que atuava na mesma posição.” Tem mais de 300 gols marcados
durante a carreira. É o 14º maior goleador da seleção, com 31 gols; e o terceiro em maior número de assistências, com média de 0,59 por partida, a maior do top 10 de "passes para gol" na equipe nacional.
NÚMERO 9: RONALDINHO GAÚCHO, ''O BRUXO''
Jóia
gaúcha no fim dos anos 1990, saiu brigado do Grêmio em um período em que os
clubes brasileiros ainda não tinham se adaptado à derrocada da Lei do Passe.
Despertava desconfianças da imprensa paulista, que se tornaram ridículas com a
Copa de 2002, em que foi um dos protagonistas do Penta, com assistências e gols
históricos. Mas foi ao trocar o Paris Saint Germain pelo Barcelona que o “Bruxo”
deu o salto definitivo em sua carreira, elevando o Barcelona de rival do Real
Madri a dono do continente.
Além
de tornar o Barça um clube vencedor na Europa, Ronaldinho atingiu um nível de
atuações que o levaram a ser comparado com Maradona, dada a união entre a
habilidade com a bola, capacidade de drible e jogadas geniais. Tornou-se
sinônimo de entretenimento e foi eleito pela FIFA como o
melhor do mundo em duas temporadas consecutivas. Seria a grande esperança brasileira
em 2006, mas naufragou com o restante da equipe, que não conseguiu alcançar as semifinais.
Com
a carreira abalada pela falta de compromisso profissional, Ronaldinho
perdeu espaço no Barcelona e depois na Europa, ainda que tivesse condições de
disputar o Mundial em 2010 pelas performances que demonstrava no Milan. Voltou
para o Brasil alcançando algum sucesso no Flamengo e, principalmente, no
Atlético Mineiro. Conquistou a Libertadores da América com o Galo, em 2013, se
tornando um dos nove atletas brasileiros a ter levantado o troféu das competições
continentais europeia e sul-americana.
Chamado
por Romário de “o último romântico”, Ronaldinho se tornou, sem
querer, embaixador do futebol no mundo inteiro, tamanho seu carisma e sua arte
com a bola nos pés. O “Bruxo” vivenciou uma das eras mais vitoriosas da seleção
brasileira. Venceu não só a Copa de 2002 como também a Copa das Confederações
de 2005 e Copa América de 1999. É o 13º
maior goleador [34 tentos] e o 9º em assistências pela seleção nacional. Marcou
mais de 350 vezes na carreira. Alguns dos momentos que proporcionou no campo estão
entre os mais extraordinários da história do esporte.
NÚMERO 10: RIVELINO, “A PATADA ATÔMICA”
Atleta
que mais defendeu a camisa da seleção brasileira no século XX e um dos
destaques da Copa de 1970, em que recebeu o apelido de “Patada Atômica”, o “Reizinho
do Parque São Jorge” foi um dos maiores meia-armadores da História e ídolo
máximo de Diego Maradona. Era o grande nome da seleção na maior parte dos anos
1970, entre a despedida de Pelé e a ascensão definitiva de Zico. Um dos maiores
ídolos do Corinthians e do Fluminense, foi bicampeão carioca em 1975/76,
participando da maior equipe já vista no tricolor das Laranjeiras, a “Máquina”.
Rivelino é o 7º maior goleador da seleção, com 43 gols, e o 7º maior em número
de assistências. Marcou mais de 250 vezes na carreira.
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