Seus dribles e perfeição técnica levam o Rei Pelé a afirmar até hoje que Zico foi o jogador brasileiro que mais chegou próximo dele. Assim como outros monstros do esporte, Zico não venceu uma Copa do Mundo, fazendo parte de um clube que conta com Zizinho, Puskas, Leônidas da Silva, Cruyff, Eusébio, Di Stefano, Platini, Júnior, Cristiano Ronaldo. A diferença é que o ídolo rubro-negro virou símbolo de uma das seleções mais amadas pelo planeta bola, tão fantástica que é considerada a maior seleção a não vencer um Mundial, ao lado da "Laranja Mecânica" de 1974.
Poucas brincadeiras são tão legais para um torcedor quanto fazer listas de melhores times, seleções, jogadores, partidas etc. Vou atualizar a minha lista de maiores jogadores de todos os tempos. Lembrando que esta é a minha lista, com textos que justificam minhas escolhas. Cada um pode fazer a sua, com os critérios e justificativas que lhe parecerem mais adequados. A discussão sobre estes pontos não tem fim, e penso que a presença dos meus escolhidos pode ser defendida sem nenhum apelo ao absurdo.
NÚMERO 10: ZICO
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O imortal Nelson Rodrigues chegou a declarar no início dos anos 1970 que estava dedicado a ir de bar em bar, de rua em rua, de portão em portão para transmitir sua verdade, a de que Zico era o melhor jogador do mundo. Desde os tempos dos irmãos Antunes no Fluminense e Edu no América se profetizava que o craque daquela família de boleiros do subúrbio carioca era o franzino Arthur, que comia a bola em campeonatos de bairros e no futebol de salão.
Criado em uma família na qual o Flamengo era uma religião, Zico possuía o mesmo problema que Messi apresentaria ao Barcelona quase meio século mais tarde, um físico franzino que só lhe permitiu jogar profissionalmente depois de um severo e planejado tratamento de vanguarda.
O garoto conquistou a torcida de cara e conduziu um grupo de juvenis ao título carioca de 1974. Seus dribles e perfeição técnica levam o Rei Pelé a afirmar até hoje que Zico foi o jogador brasileiro que mais chegou próximo dele. O futebol do ''Galinho de Quintino'' amadureceu em um misto de inteligência, habilidade no drible, perfeição nos passes, destreza na bola parada e faro de gol que deixariam extasiados os torcedores do Flamengo, os amantes do futebol e a crítica especializada dentro e fora do país.
Zico fez do Maracanã sua casa, tornou-se o maior artilheiro da história do estádio mais importante de todos, e levou o Flamengo a uma hegemonia crescente: primeiro no Rio de Janeiro, depois no Brasil e por fim na América do Sul e no mundo. O ''Camisa 10 da Gávea'' se transformou em uma lenda sem fronteiras, líder de uma equipe que foi considerada pelo Grande Júri da FIFA, reunido no fim do século XX, entre as dez melhores já vistas.
Assim como outros monstros do esporte, Zico não venceu uma Copa do Mundo, fazendo parte de um clube que conta com Zizinho, Puskas, Leônidas da Silva, Cruyff, Eusébio, Di Stefano, Platini, Júnior, Cristiano Ronaldo. A diferença é que o ídolo rubro-negro virou símbolo de uma das seleções mais amadas pelo planeta bola, tão fantástica que é considerada entre as maiores já montadas pelo Brasil ainda que não tenha ficado sequer entre as quatro primeiras da Copa de 1982. Muitos consideram o Brasil daquele ano como a maior seleção a não vencer um Mundial, ao lado da "Laranja Mecânica" de 1974. O Galinho brilhou em campos espanhóis com o mesmo fulgor e magnitude com que comandava o Flamengo em seus dias de glória.
Maior goleador da seleção depois de Pelé, fenômeno de popularidade na pequena Udinese -- com a qual chegou a disputar a artilharia do italiano contra Platini, que atuava pela poderosa Juventus --, maior ídolo da história do clube de maior torcida do Brasil, o Galinho de Quintino também conheceu a dor e a tragédia, seja por não ter levado o escrete canarinho à conquista de uma Copa -- o que lhe daria uma dimensão ainda maior nessa lista, seguramente entre os cinco primeiros --, seja pelas limitações físicas que o acompanharam na fase final de sua trajetória, vítima da violência de adversários que quase puseram um ponto final em sua carreira.
No início dos anos 90, depois da primeira aposentadoria, Zico foi escolhido pelos japoneses para se tornar a estrela que consolidaria um campeonato nacional no país, também aqui similar à ida de Pelé para o Cosmos, nos Estados Unidos. A estrela surgida no Rio, conquistadora do Maracanã e do mundo, foi também inesquecível no país do sol nascente.
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