segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

OS 10 MAIORES JOGADORES DA HISTÓRIA, NÚMERO 9: BECKENBAUER

 Franz era sinônimo de elegância nos gramados. Quase um paradoxo, ele se tornou um atleta completo assim que trocou o meio campo pela zaga central. A mudança de posição não o transformou em mais um zagueiro habilidoso como tantos outros, e sim na referência principal de uma transformação tática que marcou décadas de futebol alemão, a criação da função de líbero no país, não "à italiana", mas jogando livre e construindo a equipe por trás. Beckenbauer ficava na sobra na linha de defesa, mas era também a principal saída de bola e o grande armador do Bayern e da Alemanha.






NÚMERO 9: BECKENBAUER


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'Der Kaiser' é um atleta que, praticamente consenso nos anos 1980 e 1990, tem sido um tanto esquecido nas grandes listas dos últimos dez anos. Seja porque o futebol alemão tenha passado por problemas de renovação depois do tricampeonato mundial e só superados recentemente, talvez por causa dos escândalos de corrupção na FIFA que envolveram seu nome, seja por um lapso da ''memória coletiva'', o jogador símbolo do Bayern de Munique anda com a cotação em baixa.


O grande capitão germânico era imprescindível em qualquer top 5 até pouco tempo atrás. Na eleição para jogador do século que a FIFA empreendeu em 1999, com um Grande Júri formado por dirigentes esportivos, ex-jogadores, jornalistas e analistas de todo o mundo, Beckenbauer ficou em quarto lugar entre os maiores futebolistas da História, logo atrás de Johan Cruyff. Já a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol o escolheu como terceiro melhor de todos os tempos.


Em minhas recordações, 'O Imperador' é o sujeito que igualaria em 1990 o feito de Zagallo. Como técnico do time alemão, levantou a Copa do Mundo da Itália e se tornou o segundo homem a conquistar o título tanto como jogador quanto como treinador [Meu pai corrigiu ao ouvir um narrador anunciar a façanha: ''Zagallo venceu DUAS vezes como jogador e uma como técnico!''].


Franz era sinônimo de elegância nos gramados. Quase um paradoxo, ele se tornou um atleta completo assim que trocou o meio campo pela zaga central. A mudança de posição não o transformou em mais um zagueiro habilidoso como tantos outros, e sim na referência principal de uma transformação tática que marcou décadas de futebol alemão, a criação da função de líbero no país, não "à italiana", mas jogando livre e construindo a equipe por trás. Beckenbauer ficava na sobra na linha de defesa, mas era também a principal saída de bola e o grande armador do Bayern e da Alemanha.


O 'pai dos líberos' foi um dos principais destaques do time alemão ocidental que chegou à final contra a Inglaterra em 1966, marcando quatro gols naquela campanha.


Ainda que a seleção germânica não tenha ido à decisão no México, 'Der Kaiser' protagonizou partidas épicas junto com sua equipe: a eliminação do 'English Team' nas quartas de final seguido d'O Jogo do Século contra os italianos em uma das semifinais do torneio. Esse confronto terminou na prorrogação com o placar de 4 a 3 para os italianos, e Beckenbauer atuou boa parte do tempo com uma tipoia improvisada depois de ter deslocado o ombro em uma disputa ainda no segundo tempo do jogo, quando sua equipe se encontrava com a desvantagem de um 1 tento a 0 no placar.


Não bastassem duas Copas brilhantes, Franz emendou uma terceira. Em 1974, ele conduziu a Alemanha Ocidental à conquista da Copa jogada em casa, superando na final o Futebol Total da Holanda de Johann Cruyff.


Beckenbauer foi o líder técnico daquela que se tornou a maior geração da história do futebol alemão. Sua carreira em clubes é também brilhante, tornando-se não só o maior ídolo do Bayern de Munique mas sendo escolhido Presidente da icônica equipe europeia. A dinâmica do esquecimento e da memória, que também se abate sobre outros grandes craques, vai trazer a imagem d'O Imperador à tona mais dia menos dia.

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