A Nova Resistência critica as três grandes teorias modernas: o liberalismo, o comunismo e o fascismo. Mas para colocar uma ideologia em um desses conjuntos, usamos critérios próprios à Quarta Teoria Política. É necessário entender, antes de qualquer outra consideração, a nossa aplicação das categorias de liberalismo, comunismo e fascismo.
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
DA RELAÇÃO ENTRE A NR E O FASCISMO, ou: sobre como provocamos histeria em liberais
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Os Espasmos de uma militância que agoniza
por André Luiz V.B.T. dos Reis
Esses grupos desenvolveram não só uma intolerância extrema como também métodos para calar e retirar do debate público qualquer posicionamento que não seja chancelado por eles próprios.
A mídia tem dado muito destaque à infame ''cultura do cancelamento'', em que ignorante arremetem contra qualquer um, inclusive pesquisadores e especialistas, que eles pensem não ter direito ou ''lugar de fala'' para tratar de determinados temas. Bitolados, eles acreditam possuir um monopólio do discurso sobre certos assuntos, o que significa impor um interdito a discordância de seus 'doutos' pareceres.
Mas a doença daquilo que vou chamar daqui por diante como ''esquerdalha'' é mais antiga do que a repercussão que alcançou recentemente nos meios de comunicação. Pessoas familiarizadas com a vida acadêmica sabem que os tais grupelhos se esforçam para vetar o estudo de nomes importantes do cânone de conhecimento, para forçar o estudo de outros, invadem aulas para calar professores, armam confusões em eventos que não agradam à sua ideologia, desrespeitam cultos em Igrejas etc.
Voltando ao acontecimento que motivou essas linhas, a turma do ''cala a boca'' que inchou o PDT nos últimos anos -- tentando transformar o partido em uma cópia bastante aproximada do PT e do PSOL -- atacou o candidato a vereador André Matos. O crime do sujeito seria concordar com os posicionamentos trabalhistas da Nova Resistência.
Como não é segredo para ninguém, a NR critica todo o programa de engenharia social identitária pós-moderna, que fragmenta a sociedade brasileira segundo parâmetros dos grandes centros capitalistas de poder, das megacorporações globais, e que tem por objetivo avançar um cosmopolitismo de costumes que caminha de mãos dadas com o mercado mundial.
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Resposta do candidato André Matos à perseguição de parte de uma militância fanática e bitolada, cujo totalitarismo não suporta qualquer posição divergente |
A agenda cultural priorizada por esses movimentos se choca frontalmente com os valores mais profundos das populações brasileiras, criando um fosso entre o povo e as organizações verdadeiramente nacionalistas-populares. Esse fosso, buraco cavado pela esquerdalha, é responsável pelo atual cenário desastroso em que se encontra a República, sequestrada por um súcia entreguista que pretende sepultar as possibilidades de independência e soberania da Pátria.
Ao criticar a pós-modernidade líquida, a NR nada mais faz do que proteger o sistema de valores mais fundamental que conforma a cosmovisão do brasileiro comum, que não admite nem apoia violência contra supostas ''minorias'', mas tampouco está disposto a viver em um país cujas leis são impostas por meia dúzia de três saídos de uma pequena burguesia voltada para o que acontece na Europa e nos EUA, e cujo patriotismo se resume à defesa de recursos materiais que existem em nosso território, sem qualquer compromisso orgânico com as culturas populares.
Inconformados com tamanha ousadia de uma organização como a nossa, que se coloca ao lado do povo como eles jamais poderão fazer, só resta a esses alucinados a gritaria, a chiadeira, a choradeira, a perseguição e o uso indiscriminado de jargões e rótulos que retiram de um esvaziado baú de idéias mofadas que carregam nas costas.
Para a esquerdalha, acreditar em Deus, ser contra o aborto, defender a família tradicional, ser contrário à ''ideologia de gênero'', exigir penas mais rigorosas para o crime, contestar o feminismo anti-essencialista, denunciar o lobby pró-pedofilia etc. são sintomas de ''fascismo''. Mas essa é tão somente a moralidade básica das classes populares, aquelas que esses militantes saídos do seio de uma classe média com culpa burguesa odeiam com todas as forças.
Nós, na Nova Resistência, somos trabalhadores brasileiros, muitas vezes saídos dos subúrbios e periferias das grandes cidades, ou então do interior onde ainda pulsa o Brasil Profundo; somos representantes dos ''sertões'' do país, inspirados por toda a história de luta de nossos ancestrais de todas as etnias e regiões, que se levantaram de diversas maneiras -- com armas algumas vezes, com malandragem e falsa adequação às normas, em outras -- contra as tentativas do ''litoral'' de impor um conceito de ''civilização'' que perpetua o status escravista das relações de poder do país.
Essa esquerdalha que repete mandamentos proclamados por suas divindades situadas em São Francisco, Nova Iorque e Londres carrega o mesmo tipo de mentalidade e retórica daqueles que investiram contra os Cariris, contra Palmares, contra Canudos, contra o Contestado, contra o Queremismo, contra a Brizolândia etc.
São os mesmos, exatamente os mesmos, travestidos com outras bandeiras, mas que carregam o mesmo temor que as elites da Primeira República sentiam do Monstro da Lagoa Negra que, ao se erguer, engoliria e destruiria todos os projetos eurocêntricos e ocidentalizantes com que o racismo das elites sempre se expressou.
segunda-feira, 22 de junho de 2020
O Projeto Nacional de Ciro e o Imperialismo, ou: Nova Roma [Pátria Grande] ou Suécia Tropical?
Darcy Ribeiro, "América Latina: a Pátria Grande"
sábado, 13 de junho de 2020
Ciro, Nildo e o Trabalhismo, ou: como Ouriques mirou em Mangabeira e acabou atacando a tradição trabalhista
Leonel Brizola
Um dia após seu lançamento, o livro ''Projeto Nacional: o Dever da Esperança", de Ciro Gomes, foi criticado em tons fortes pelo professor Nildo Ouriques, conhecido político nacionalista filiado ao PSOL. No canal do Youtube “Duplo Expresso”, o deputado vaticinou que na obra não há qualquer modelo alternativo para o país. O que Ouriques quer dizer, de fato?
“Igualmente, o progressismo do século XXI deveria defender a iniciativa privada e o microempreendedor do poder sem limites dos grandes conglomerados e corporações. Da mesma forma, deveríamos defender a democratização e a generalização da propriedade privada, e não sua posse pelo Estado, porque hoje vivemos num mundo em que cidadãos em suas casas podem ser cada vez mais proprietários de bens de produção. Essa também é uma revolução que nossa sociedade está começando a experimentar e que acaba não com o trabalho, mas com os empregos. Em vez da oposição à propriedade privada de alguns bens de produção, devemos lutar é por sua universalização.’’
“Ele é também a materialização brasileira da Doutrina Social da Igreja e tem essa intenção de origem. Considere, por exemplo, este trecho: “É necessário que mercado e Estado ajam de concerto um com o outro e se tornem complementares. O livre mercado pode produzir efeitos benéficos para a coletividade somente em presença de uma organização do Estado que defina e oriente a direção do desenvolvimento econômico, que faça respeitar regras equitativas e transparentes, que intervenha também de modo direto, pelo tempo estritamente necessário, nos casos em que o mercado não consegue obter os resultados de eficiência desejados e quando se trata de traduzir em ato o princípio redistributivo”.25 Poderia ter saído de uma obra do trabalhista Alberto Pasqualini ou de alguma conferência de Keynes, mas é tão somente um excerto da Doutrina Social da Igreja. Essa comunhão entre a luta por justiça social e o cristianismo caracteriza o trabalhismo desde seu início. Ele advoga um modelo político e econômico que equilibra a garantia da propriedade privada com sua função social. Esse equilíbrio se expressa de forma muito feliz na famosa frase de Leonel Brizola: “A propriedade privada é uma coisa tão boa, que a queremos para todos”. Apresenta-se como uma alternativa tanto ao denominado “socialismo real” quanto à tradição econômica liberal. Continua a ser a verdadeira alternativa nacional ao “petucanismo”, a autodenominada “esquerda” democrática, que quando chegou ao poder aderiu ao neoliberalismo com maior ou menor força.’’
E evidente que ela não passou desapercebida pelo professor Ouriques. Daí sua declaração de que Ciro está “flertando com o Papa Francisco I”, sua defesa de que os trabalhistas se afastem de qualquer compromisso religioso, e sua avaliação absurda de que a decadência política de Getúlio se iniciou com a aproximação com a Igreja Católica-Romana [6].
O distributismo, com sua exigência de democratização da propriedade privada, sua denúncia do 'rentismo' e do consumismo, fornecem meios para uma verdadeira guinada. Mas ela não será marxista, como os udenistas e os comunistas, cada um à sua maneira, pensavam que seria.
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[1] Embora negue, o psolista cobra de Ciro um "mea culpa" público por sua participação no Plano Real, o que é de todo irrelevante na medida em que o pedetista critica os fundamentos do governo apátrida de Fernando Henrique Cardoso. De lá para cá, já se passou mais de um quarto de século.
quinta-feira, 4 de junho de 2020
O PDT QUE COSPE NA MEMÓRIA DE GETÚLIO, ou: a estratégia que causa vergonha alheia
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A Era Vargas realizava uma propaganda oficial da imagem do Presidente. O personalismo, por sua vez, faz parte da tradição política não só do PDT quanto do Brasil. |
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A postagem do PDT tem medo de discursos que valorizem a virilidade. Curioso para um partido marcado por líderes caudilhistas da fronteira gaúcha. |
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O imaginário brasileiro é profundamente marcado pelo sebastianismo, pela metafísica da saudade e pela busca do Paraíso Perdido. |