segunda-feira, 21 de setembro de 2020

DA RELAÇÃO ENTRE A NR E O FASCISMO, ou: sobre como provocamos histeria em liberais

 A Nova Resistência critica as três grandes teorias modernas: o liberalismo, o comunismo e o fascismo. Mas para colocar uma ideologia em um desses conjuntos, usamos critérios próprios à Quarta Teoria Política. É necessário entender, antes de qualquer outra consideração, a nossa aplicação das categorias de liberalismo, comunismo e fascismo.




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Recentemente, a Nova Resistência tem sido alvo de uma campanha de um grupo minúsculo de anarco-liberais que, travestidos de ''esquerda'', militam para manter a hegemonia liberal nos partidos que deveriam representar o campo nacional-popular-revolucionário.

Essa campanha não nos preocupa, pelo contrário: se o inimigo demonstra preocupação com nossa presença, é sinal de que o trabalho está na direção correta. Táticas de ''linchamento virtual'', o totalitarismo da ''cultura do cancelamento'', difamações sem pé nem cabeça etc. tem por efeito tão somente abrir oportunidade de divulgarmos nossas posições e ideias, ampliar a repercussão de nossas redes sociais e espaço de atuação, além de desmoralizar nossos adversários, que não suportam minimamente qualquer divergência ao mesmo tempo que enchem a boca para falar de ''democracia''.

Os iconoclastas que derrubam estátuas, deliram com um suposto ''lugar de fala'' que lhes permitiria monopolizar o debate público, e formam hordas para perseguir figuras importantes do próprio campo nacional-popular-revolucionário apenas dão novos tiros no pé, ao deixar claro para quem quiser ver que não passam de um cavalo de Tróia que, além de não terem voto e serem brandidos como espantalho pelo liberalismo-conservador, vivem numa bolha de intolerância e irrealidade.

Vou aproveitar o espaço que nos foi proporcionado pelo ranger de dentes de nossos inimigos liberais e esclarecer as relações entre a Nova Resistência, única organização quarto-teórica no Brasil, e o Fascismo.

O principal critério usado para associar uma dada ideologia a uma das 3 grandes teorias modernas criticadas pela QTP é o sujeito político mais fundamental dessa ideologia. Na hora de avaliar uma ideologia, nos perguntamos: qual o principal sujeito político mobilizado por ela?

É em torno do sujeito mobilizado que se levantam as principais reflexões filosóficas, políticas e sociais de dada ideologia, de modo que vamos direto ao coração de dada ideologia na hora de chamá-la de 'liberal', 'comunista' ou 'fascista'.

As palavras 'liberal', 'comunista' e 'fascista' que usamos para nos referirmos a cada uma das 3 grandes teorias modernas é, portanto, uma generalização, que parte de critérios teóricos próprios, e que não se subordina nem depende de outros critérios de classificação.

O núcleo central da Terceira Teoria Política, q denominamos de fascismo, é o sujeito 'nação/estado'. Toda ideologia que advoga a prioridade de um identidade nacional homogênea, diante da qual todas as demais associações pessoais se apagam, faz parte do fascismo.

A TTP, ou Fascismo, se caracteriza pela subordinação dos vínculos classistas, religiosos, regionais, institucionais, étnicos, raciais, culturais e outros a esse ultra-nacionalismo homogêneo.

A identidade fundamental se daria por um pertencimento à sociedade nacional. Não importa se essa sociedade nacional homogênea é construída abstratamente por critérios raciais, étnicos, culturais, históricos etc. Toda ideologia ideologia que parta prioritariamente desse sujeito político é, pelos critérios da QTP, uma ideologia que faz parte do conjunto 'FASCISMO'.

A NR chama de fascistas não apenas os movimentos associados ao nazismo ou a Mussolini. Incluímos na TTP regimes nacionalistas tais como o salazarismo, o franquismo, o peronismo, o integralismo e outros.

Percebam que não há valoração nessa apreciação, ela se deve a uma classificação teórica.

Assim, quando perfis anarco-liberais dizem em podcast que a QTP defende ''etnoestados'', estão chutando pra fora de modo tão escalafobético e vergonhoso que só nos provocam risos. Esses perfis anarco-malucos da esquerda pós-pós só demonstram, com acusações desse naipe, não entenderem bulhufas da QTP e das posições da NR.

Em certa medida, consideramos o fascismo como totalitário, e o Estado Nacional contemporâneo como 'etnocida'.Criticamos inclusive o getulismo quanto a seus aspectos homogeneizantes. Repudiamos a política indigenista do Estado Novo, a elevação da cultura carioca a uma caricatura de ''cultura nacional'' ou ainda a política de nacionalização q se abateu contra colônias de imigrantes.

Existem aspectos secundários do fascismo que também criticamos. O mais notável deles é o anti-comunismo de muitas dessas organizações. Vários movimentos de TTP ainda hoje são tomadas pelo vírus do anticomunismo fanático.

Não somos comunistas [falarei dessa teoria moderna em outra postagem], mas a consideramos uma posição hoje MORTA como utopia social e projeto de poder. Esse cadáver é brandido como espantalho por liberais que satanizam qualquer ameaça à sua hegemonia atual no Ocidente.

Do mesmo modo, rimos e condenamos o antifascismo histérico que também é brandido como espantalho por certos movimentos liberais que se travestem de ''esquerda'' pra defenderem pautas das grandes corporações, como é o caso dos anarco-malucos e suas agendas de bizarrices.

Isso posto, os adeptos da TTP estão muito mais próximos de nós por causa das qualidades periféricas de sua visão de mundo. [Lembro que consideramos TTP todo movimento a que outras ideologias chamariam genericamente de ''nacionalistas''.]

Por terem uma ênfase no bem comum, em uma perspectiva patriótica, serem ao mesmo tempo anti-individualistas, ''soberanistas'' e focados em uma identidade que não se reduz a um materialismo economicista, a TTP fornece bases mais sólidas para um SALTO [não continuidade] para a QTP.

A TTP busca se construir sob aspectos eminentemente populares [sejam eles históricos, culturais ou étnicos], e por isso tem um direcionamento parcialmente correto, embora manchado pela ''unipolaridade'' interna que os leva à homogeneização, e pelo racismo típico da modernidade.

O Trabalhismo é a principal corrente nacionalista no Brasil, e junto com o bolivarianismo chavista e o peronismo, uma das principais e mais frutíferas TTPs da América Latina. Se fundamenta na cultura popular, no anti-imperialismo, e na Democracia Social, sem cair em viés anti-comunista.

Nesse sentido, a tradição trabalhista tem de ser ''quarto-teorizada'', deixando de lado seus aspectos mais restritos, homogeneizantes e datados, a fim de se elevar ao patamar necessário para enfrentar os grandes debates e temas do mundo contemporâneo.

"Quarto-teorizar'' o trabalhismo é livrá-lo de seu aspecto fascista -- no sentido em que a QTP define fascismo. Estamos, portanto, fazendo exatamente o contrário do que os anarco-malucos, apoiadores de bizarrices liberais, nos acusam.

Queremos não só superar as tendências fascistas no trabalhismo, mas evitar também a redução dessa tradição política a uma mera fachada comunista ou liberal [falarei dessas teorias modernas em outras postagens].Os anarco-malucos e ''psolistas'' infiltrados no PDT desejam, evidentemente, transformá-lo em mais um partido pós-moderno.

Na verdade, os movimentos mais apegados ao cadáver fascista costumam criar inimizade com a NR justamente porque expomos a fragilidade da teoria e da práxis dessas organizações, que se tornaram, assim como a ''esquerdalha pós-pós'', em meros instrumentos da hegemonia liberal.

Organizações dissidentes que, diferentes da NR, são verdadeiramente TTP, em geral deram apoio ao Reino dos Bozós por conta de seu anti-comunismo histérico e de sua incapacidade de entender os reais conflitos do nosso tempo.

A NR é, de fato, o movimento trabalhista capaz de atualizar a tradição de Getúlio, Jango e Brizola, livrando-a de suas limitações terceiro-teóricas, e da infiltração que liberais tentam realizar em suas fileiras.

Na verdade, nós SIM somos os reais TRABALHISTAS.

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