sexta-feira, 19 de abril de 2024

OS MAIORES DA HISTÓRIA DO FLAMENGO -- Goleiros: Final

Termino a listagem dos grandes atletas que passaram pela meta do clube da Gávea. Na próxima, começo a tratar da posição de zagueiro. Quem quiser ler as primeiras postagens, clique:


i. Amado Benigno, Yustrich [David Knipel]

ii. Sinforiano García, Antonio Cantareli, Raul Plassmann



6) GILMAR RINALDI (1990/1994)




O gaúcho Gilmar é mais um goleiro que chegou à Gávea já experiente e com uma carreira robusta, mas ainda assim marcou o coração da torcida com grandes atuações e contribuições para grandes títulos. Começou no Internacional em 1978, e em meados dos anos 1980 chegou ao São Paulo pra fazer parte da equipe que ganhou o apelido de ''Menudos do Morumbi''. 


Depois de perder a posição no gol do tricolor paulista para Zetti, Gilmar rumou para o Rio de Janeiro e substituiu Zé Carlos n'O Mais Querido. Não é exagero dizer que viveu no Flamengo o auge de sua carreira. Campeão estadual em 1991 e Brasileiro em 1992, retornou à seleção brasileira e fez parte do elenco que conquistou a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.




Rinaldi é o quinto goleiro com mais partidas vestindo o Manto Sagrado, atrás apenas de Cantareli, Zé Carlos, Júlio César e Sinforíano García. Foi ídolo indiscutível de um dos times mais identificados com a arquibancada que já tive o prazer de presenciar. Jogou com gente graúda como Júnior, Zinho, Renato Gaúcho, Marcelinho Carioca, Djalminha, Nélio, Júnior Baiano e Wilson Gottardo.



7) JÚLIO CÉSAR (1997/2004; 2018)




Houve um tempo em que os europeus diziam que o futebol brasileiro era o melhor do mundo por causa da profusão de craques que revelava, mas que não tinha bons goleiros. Quando a exportação em massa de atletas pra Europa se intensificou, em meados dos anos anos 1980, jogadores brasileiros de todas as posições preencheram os clubes do Velho Continente. Mas não o gol. Quem começou a mudar essa história foi o grande Dida, goleiro que brilhou no Milan por toda a primeira década desse século. E quem consolidou de vez a nova imagem dos arqueiros pátrios foi Júlio César.


Nascido na Baixada Fluminense e criado na Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, Júlio César se tornou um dos maiores ídolos d'O Mais Querido, ainda mais admirado por ter se destacado em um momento de vacas magras, em alguns dos anos mais difíceis do futebol profissional do Flamengo. 




Formado no clube, onde chegou com 12 anos de idade, ficou na reserva de Clemer nos primeiros anos. Se tornou titular no Campeonato Brasileiro de 2000, com apenas 20 anos de idade, e virou peça fundamental na conquista do tricampeonato carioca [99/200/01] contra o então poderoso Vasco da Gama, e na Copa dos Campeões [2001] contra o São Paulo. Nos anos seguintes, liderou os fracos elencos rubro-negros que mantiveram O Mais Querido na primeira divisão do campeonato brasileiro durante as piores temporadas da nossa História. 




Júlio César partiu pra Europa em 2005, e fez grande sucesso na Inter de Milão, enfileirando títulos. Acabou eleito o melhor goleiro do mundo em 2010 e envergou a camisa titular da seleção brasileira nas Copas de 2010 e 2014. Retornou à Gávea em um contrato simbólico, em 2018, para se aposentar pelo time de coração. Nunca defendeu nenhum outro clube brasileiro senão o Flamengo, e é o terceiro goleiro com mais partidas com o Manto Sagrado [285 jogos], atrás apenas de Cantareli e Zé Carlos.




8 ) OUTROS


Depois dos sete nomes escolhidos pra prateleira principal dos goleiros d’O Mais Querido do Brasil seguem outros nomes que merecem ser recordados de forma especial.



I) JURANDIR (1942/1946)





Paulista que fez grande sucesso no Palestra Itália [atual Palmeiras] e no futebol argentino, barrou Yustrich no gol rubro-negro. Só foi derrotado em seu vigésimo quinto jogo pelo Flamengo, recorde depois igualado pelo goleiro Felipe em 2011. Tinha a fama de “Rei dos pênaltis” e foi fundamental na conquista do primeiro tricampeonato carioca em 1942/43/44.



II) RENATO (1964; 1967/68; 1972/1975)





‘Prata da casa’, foi muito emprestado durante os anos 1960. Se firmou como titular na Gávea depois de passagem pelo Atlético Mineiro, no início dos anos 1970. Conquistou o bicampeonato da Taça Guanabara em 1972/73, e os campeonatos cariocas de 1972 e 1974. Fez parte do elenco da seleção brasileira que terminou em quarto lugar na Copa do Mundo de 1974.



III) ZÉ CARLOS (1984/1991; 1996/1997)




Segundo goleiro que mais defendeu o Manto Sagrado, com 352 jogos pelo Flamengo, atrás apenas de Cantareli. O ‘Magrão’ foi titular do gol rubro-negro por cinco anos ininterruptos antes de perder a posição pra Gilmar Rinaldi. Voltou em 1996, e, pé quente, venceu o campeonato carioca invicto. Tem 4 taças guanabaras, 2 campeonatos cariocas, 1 copa do Brasil e um campeonato brasileiro. Pela seleção brasileira, foi medalha de prata nas Olimpíadas de Seul, e fez parte do elenco que conquistou a Copa América de 1989. Disputou também a Copa do Mundo de 1990.



IV) BRUNO (2006/2010)





Estaria na prateleira principal não tivesse se tornado o mandante do sequestro e assassinato da mãe de seu filho, Eliza Samúdio, crime que chocou a opinião pública em 2010, e colocou fim à sua carreira e ao seu status de ídolo da Nação. Mas seria falsear a história negar sua importância como atleta rubro-negro. Teve participação decisiva no tricampeonato carioca em cima do Botafogo, em 2007/08/09, bem como na conquista do campeonato brasileiro de 2009, se notabilizando como grande pegador de pênaltis. É o sexto goleiro que mais vestiu a camisa do Flamengo.



V) DIEGO ALVES (2017/22)




Carioca que se profissionalizou no Atlético Mineiro e depois construiu sólida carreira na Espanha, chegou no Flamengo já bastante experiente, aos 32 anos de idade. Se tornou o goleiro mais vitorioso da história rubro-negra depois de Raul Plassmann, vencendo o tricampeonato carioca 2019/20/21, o bicampeonato da Supercopa do Brasil 2020/21, o bicampeonato brasileiro 2019/2020, as Libertadores da América 2019 e 2022, a Recopa Sul-Americana em 2020, além da Copa do Brasil 2022. 

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