domingo, 14 de abril de 2024

OS MAIORES DA HISTÓRIA DO FLAMENGO -- Goleiros 1 e 2

Esta postagem inaugura uma nova série no blog, a dos maiores ídolos do futebol do Flamengo, citados por posição e, em geral mas nem sempre, em ordem cronológica. Claro que se trata de uma perspectiva pessoal, mas ela é bem fundamentada na história d'O Mais Querido do Brasil. A série já foi inteiramente publicada no Facebook há dois anos. Se trata, então, de uma transposição para este blog, mas com alguns ajustes pontuais.


Para estar entre os maiores de um clube não basta ser um dos melhores atletas a vestir a camisa. Tem muita gente boa que passa por um grande time mas não deixa marcas, enquanto outro mais limitados caem no gosto da torcida e atravessam jornadas épicas.


Desse modo, vou dar preferência àquilo que um jogador representou para o Flamengo mais do que à qualidade técnica que tinha. Não quer dizer, claro, que vou desprezar a qualidade, apenas priorizar o peso que sua figura teve nessa instituição mais do que centenária.


Começo pelos goleiros, posição que não precisa de maiores explicações.



GOLEIROS



1) AMADO BENIGNO (1923/1934)





Ídolo rubro-negro da era amadora, Amado conquistou os cariocas de 1925 e 1927. Foi campeão brasileiro [de seleções] pela Seleção Carioca em 1927 e 1928, e também o primeiro amazonense a vestir a camisa da seleção brasileira.

O sujeito era tão flamengo [como se dizia à época], que decidiu disputar um amistoso pelo clube no dia da apresentação da seleção pra Copa do Mundo de 1930 sem avisar a CBD [Confederação Brasileira de Desportos, antigo nome da CBF]. Foi cortado quando o técnico Píndaro de Carvalho -- outro grande nome do Flamengo, como veremos -- descobriu a artimanha.

Amado quase levou o garoto Oscar Niemeyer, que atuava no Fluminense, para jogar n'O Mais Querido, o que livraria o país de um arquiteto bizarro que ergueu feiuras em diversas metrópoles brasileiras. Mas essa é uma opinião polêmica de minha parte. O fato é que Niemeyer não aceitou o convite.



2) YUSTRICH (1935/1944)





Seu nome verdadeiro era David Knipel. Nascido no Mato Grosso e de ascendência alemã, veio pro Rio de Janeiro com apenas seis meses de idade e se profissionalizou no Flamengo. O apelido era referência ao famoso goleiro Juan Elias Yustrich, do Boca Juniors.

Knipel foi o ídolo do gol rubro-negro no início da Era Profissional. Campeão carioca em 1939 e tricampeão em 1942/43/44, teve como companheiros de Flamengo lendas do porte de Fausto, a ''Maravilha Negra''; Domingos da Guia, ''O Divino Mestre"; Leônidas da Silva, ''O Diamante Negro"; e Zizinho.





Depois se tornou um técnico extremamente vitorioso tanto no Rio de Janeiro quanto em Minas Gerais e em Portugal. Era bem polêmico por causa da fama de disciplinador. Não permitia que os jogadores ficassem de barba por fazer, fumassem, jogassem sinuca etc. A extrema rigidez o levou a uma montanha de situações que entraram pro anedotário do futebol brasileiro.






Yustrich tinha também o apelido de ''Homão'' por causa de seu tamanho [1,90m de altura, em uma época em que a média de altura do brasileiro era bem menor do que a atual] e de seu temperamento ''viril'', cheio de ''macheza''. Quase foi técnico da seleção de 1970, mas a CBD preferiu Zagallo no lugar de João Saldanha.

Aliás, a queda de Saldanha esteve muito ligada ao ''Homão'', que era um dos mais cotados pra substituí-lo. Dizem que ''João sem Medo'' apareceu na Gávea armado pra tirar satisfações com Yustrich, então técnico d'O Mais Querido. Knipel não economizava nas críticas ao treinador da canarinho, visando derribá-lo pra ocupar o lugar, mas não estava na concentração nesse dia. O episódio algo bizarro foi usado pela CBD pra justificar a saída de Saldanha do comando da equipe.



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