sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

OS 10 MAIORES JOGADORES DA HISTÓRIA, NÚMERO 2: LIONEL MESSI

 A hegemonia de Messi o levou a ser apontado quatro temporadas seguidas como o maior jogador do mundo pela France Football [um prêmio que a esta altura ele já possui 7 vezes]. Tamanha qualidade gerou especulações sobre seu peso na história do futebol, e não poucas vozes chegaram a declarar o argentino o maior de todos os tempos. A temporada de 2011/12 foi o maior exemplo das alturas que o camisa 10 do Barcelona era capaz de atingir nos gramados. Foram 73 golos em apenas 60 jogos um desempenho comparável ao do Rei do Futebol.





NÚMERO 2: LIONEL MESSI


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Messi era tão espetacular que gerava imensa expectativa quando juvenil. Diamante cujos problemas de crescimento foram resolvidos por um tratamento hormonal na Espanha, e que foi preparado pelo Barcelona desde os 13 anos para se adequar ao esquema, mentalidade e estilo de jogo do clube, foi ancorado no início da carreira profissional pelo sucesso de Ronaldinho Gaúcho.


Uma vez chegando ao time titular, no entanto, não demorou muito para que o meia-atacante se tornasse a principal figura de uma equipe que acabou fazendo história não só por sua dominância na Europa ou pela qualidade de seu futebol, mas por representar uma revolução tática, o tiki taka. Foi este estilo de jogo implementada no Barcelona que levou a Espanha, que possuía boa parte de sua espinha dorsal formada por atletas do clube, ao seu primeiro e tão esperado título mundial. Messi é o símbolo máximo dessa equipe e dessa filosofia, um time imensamente compactado, de jogadores que giravam em posições de ataque e que, mantendo a posse de bola com passes curtos, exibia um futebol de imensa pressão sobre o adversário, capaz de fazê-lo correr atrás da bola como numa roda de bobo até ser levado à exaustão. Se Ronaldinho Gaúcho representou a definitiva ressurreição da figura do ponta, Messi elevou à perfeição a figura de "Falso Nove", cujos protótipos já podiam ser vistos em Puskas, na Hungria de 1954. 


A habilidade do argentino de conduzir a bola em alta velocidade e grudada no pé, com dribles curtos e trespassando como um raio a linha de defesa dos adversários, se tornou quase que lendária. Talvez fosse menos espetaculoso que Ronaldinho Gaúcho, a referência do Barça antes do argentino, mas sua eficiência era maior sem perder nada em beleza. Além disso, Messi se tornou um dos mais mortíferos atacantes do futebol mundial, um artilheiro sem piedade, cujos recordes de golos na Europa e futebol decisivo o tornaram comparado a Maradona e Pelé.


A hegemonia de Messi o levou a ser apontado quatro temporadas seguidas como o maior jogador do mundo pela France Football [um prêmio que a esta altura ele já possui 7 vezes]. Tamanha qualidade gerou especulações sobre seu peso na história do futebol, e não poucas vozes chegaram a declarar o argentino o maior de todos os tempos. A temporada de 2011/12 foi o maior exemplo das alturas que o camisa 10 do Barcelona era capaz de atingir nos gramados. Foram 73 golos em apenas 60 jogos um desempenho comparável ao do Rei do Futebol.


A caminhada de Messi para o posto de maior nome do esporte mais popular da história foi obstaculizada, no entanto, por causa do segundo aspecto de sua jornada, aquele que colocou uma pulga atrás da orelha dos fãs d'A Pulga, como Lionel é chamado por causa do físico frágil. Seu desempenho no clube, até então sem paralelo, passou a ser cada vez mais comparado com o do atacante português Cristiano Ronaldo, que depois de imenso sucesso pelo Manchester United, chegou ao Real Madri, maior rival do Barcelona, para disputar o reinado de Messi. 


O número 7 desafiou o número 10, e foi mais bem sucedido em quatro das cinco temporadas que se seguiram a 2012, empatando o número de prêmios conferidos pela FIFA ao melhor da temporada, um recorde que era um dos maiores sinais da imensidão técnica de Messi. O status de artilheiro e de jogador decisivo do argentino também se tornou alvo de golpes do rival, que ultrapassou sua absurda média de golos e causou confusão na mídia e no público ao levantar a questão de quem seria melhor, Messi ou Cristiano.


A vida de Messi não era menos complicada na seleção nacional. O argentino convivia com a sombra do magnífico Diego Maradona, imbatível no coração do torcedor portenho. Mesmo que tenha se tornado o maior goleador da Albiceleste, Lionel não conseguia colocar fim ao incômodo jejum de títulos que constrangia nossos hermanos, e que beirou os trinta anos. A medalha olímpica de 2008 e as dezenas de tentos com a camiseta da equipe pátria não mitigaram os fracassos recorrentes que acompanham o camisa 10 portenho tanto em competições continentais quanto na Copa do Mundo. Desde 2007, quando amargou o vice-campeonato da Copa América diante da seleção brasileira, até as duas finais seguidas perdidas nos penais para o Chile, em 2015 e 2016, as decepções se acumularam ao ponto dele anunciar que deixaria a seleção, decisão da qual se arrependeu e voltou atrás após pedidos de seus compatriotas.


O maior espinho no dorso de Messi era a Copa do Mundo. Ainda que tenha conquistado um polêmico prêmio de melhor jogador de 2014, ocasião em que a Albiceleste chegou à final no Maracanã e saiu derrotada pelos alemães, Lionel não conseguia traduzir seu status de gênio para os gramados do mais importante e definidor evento esportivo do planeta. Participou de quatro Copas sem conseguir marcar em jogos eliminatórios ou contra seleções de peso e tradição, A Pulga sempre pareceu sair da Copa devendo, abaixo do que poderia render e sem suprir as expectativas em torno do seu nome.


Todas essas dúvidas se dirimiram neste ano de 2022. Aos 35 anos de idade, Messi conduziu a Argentina ao tricampeonato mundial no Qatar, com uma performance que beirou a perfeição, disparada a sua melhor em Copas, e que lhe garantiu o posto de maior jogador do torneio -- se tornando o primeiro atleta a conquistar o prêmio em dois Mundiais diferentes. Era o título que faltava para colocá-lo no nível em que muitos sempre apostaram que chegaria e que já lhe conferiam antes mesmo que os troféus com a Albiceleste se concretizassem. 


É provável que os argentinos continuem por muito tempo ainda considerando Diego Maradona o melhor jogador do país. Mas para o restante do planeta já não há dúvidas que a carreira d'A Pulga é superior, tanto em clubes quanto na seleção.  Messi abateu todos os leões que a carreira lhe colocou.  Sua técnica apurada, sua capacidade de definição de partidas e campeonatos, o posicionam na lista apenas atrás do Rei Pelé.

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