sexta-feira, 8 de novembro de 2019

SOBRE MALANDROS E MANÉS, ou: o delírio do nacionalista que confunde sapos com príncipes


''Udenismo de macacão'', essa era a ideologia que Leonel Brizola dizia ser o norte do ''sapo barbudo'': ''Lula e Fernando Henrique se acotovelam para ver quem implementa o mesmo programa neoliberal''

Curioso como alguns nacionalistas se deixaram enganar por meia dúzia de palavras pronunciadas por Lulla-lá quando saiu da prisão. É como se ele nunca tivesse feito algo similar antes, falado mal da Globo, do capitalismo, do entreguismo, dos liberais, das elites etc.
Como se fosse a primeira vez que fingisse ser um patriota, fazer parte de uma tradição nacional-popular -- quem lembra da visita ao túmulo de Getúlio, em São Borja? -- ou mesmo representar qualquer perigo para o sistema hegemônico.
Ora, cartas de boas intenções não servem de nada diante da longa biografia do sujeito.
Estamos falando de um político que destruiu a indústria brasileira, inventou uma tal de ''nova classe média'' que nada mais era do que uma economia de shopping para as classes populares, se uniu a Edir Macedo e a Henrique Meirelles, se abraçava com o Partido Democrata dos Estados Unidos, e promovia o pós-modernismo com unhas e dentes.
Lembro a esses cândidos nacionalistas do programa de governo que Haddad soltou ano passado. O PT prometia fazer o contrário de quase tudo o que havia realizado nos 13 anos em que esteve no Palácio do Planalto. Bastou ir para o segundo turno para o novo Fernando da USP começar a rasgar o documento apresentado nos debates do turno inicial e chamar o tal ''mercado'' pra conversar.
Papel aceita qualquer merda. Pelegos como Lulla-lá são capazes de dizer qualquer coisa para chegarem lá. E o critério do nacionalismo popular brasileiro para julgar quem era um verdadeiro líder sempre passou pelo problema incontornável de saber se o político estava com o povo ou era, na verdade, um traíra disfarçado.
Lulla-lá nunca passou nesse critério. É o oposto, foi reprovado com louvor, se é que podemos dizer assim.
Impressiona que alguns nacionalistas se deixem enganar por sentimentalismo barato, espetáculos, e dois arrotos e meio dados pelo sapo barbudo. Um sorrisinho e eles já saem beijando qualquer batráquio como se príncipe fosse.
Tomem tenência. Como já dizia o filósofo: malandro é malandro, e mané é mané.

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