Quando Sérgio Moro resolveu ir pro Twitter defender o projeto 666 com que ele pretendeu ameaçar o jornalista Glenn Greenwald de deportação sumária, iniciou assim suas considerações: ''SÓ NO BRASIL QUE...''
A mensagem de Serginho do Mal foi passada com essas breves palavras, todo o restante sendo mero apêndice, complemento de importância bem menor. Um complemento, diga-se de passagem, repleto de tergiversações, mentiras e até baboseiras explícitas. Mas pouco significativo quando comparado às palavras introdutórias.
Porque só sendo representante de uma classe média vira-lata, ou pelo menos influenciada por essa mentalidade deletéria, pra fazer uso desse tipo de linguagem.
O Ministro da Justiça e da Segurança Pública quer dizer com isso que o nosso país tem um déficit em relação às outras sociedades do mundo, uma inferioridade implacável e irremediável. O que ele quer dizer é que ''só nessa merda chamada Brasil'' isso e aquilo.
Os brasileiros, somos nós que estamos por trás do uso do termo ''Brasil'' na frase de Moro, somos o cocô da bosta do bandido. É assim que ele nos vê. Por isso não entendemos a magnitude civilizatória do decreto 666 de Sérgio Moro, que qualquer outro povo do planeta terra, da história e quiçá do universo, aprovaria sem maiores delongas ou muxoxos.
''SÓ NO BRASIL QUE...'' é o lema da classe média vira-lata, que se acha muito acima da nojeira que percebe ser o homem e a sociedade pátrias. É a alma daquele quinta-coluna doido pra participar da maravilhosa civilização anglo-saxã, estadunidense ou europeia. Ele quer imitar o ocidental médio, inclusive em seus preconceitos contra os demais povos, particularmente o nosso, pra mostrar que não é um animal asqueroso como seus compatriotas.
É o mesmo tipo de mensagem que Deltan Dallagnol, um verdadeiro purgante em forma humana, transmite ao dizer que os EUA são uma terra de gente honesta porque ''colonizados por verdadeiros cristãos''. O lacerdismo de classe média está inextrincavelmente ligado a esse ódio pela própria gente, pela própria origem. É racismo em sua face mais cristalina, e ainda pior, porque exercido contra os seus, contra a própria família, contra o próprio sangue e solo.
A raiz de todos os males da sociedade brasileira está nesse desprezo de parte da elite pelo próprio povo, e a mania de gente da classe média de bancar o feitor de escravos, abanando o rabinho pros senhores que tem o chicote na mão pra delatar e prejudicar aquela gente da qual saiu mas com a qual não quer nada a ver. A alma de Moro grita do espelho em que ele se contempla, ''não sou índio, não sou preto, não sou mestiço, eu sou UM VERDADEIRO CRISTÃO, um OCIDENTAL.''
Nada disso, Moro. Você é apenas um traíra, um lesa-pátria, um cão adestrado, um quinta-coluna, um sujeito indigno da língua que fala e das calças que veste.
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