domingo, 14 de abril de 2019

Série Grandes Temporadas da Era Aberta VIII: Rafael Nadal, em 2010


O MONSTRO DA PHILIPPE CHATRIER




Nunca um jogador dominou tanto numa superfície do tennis quanto Rafael Nadal no saibro! A frase é hoje um jargão comum que ninguém mais ousa contestar. Ela soa quase que natural, e por isso mesmo é necessário se distanciar um pouco dessa sensação de ''normalidade'' pra compreender corretamente a dimensão alcançada pelo canhoto de Mallorca na superfície.


Próximo de completar 33 anos de idade, Nadal venceu 92% de seus jogos na terra batida. Borg, que se aposentou no auge da carreira, tem 86% de aproveitamento. Para fins de comparação, Federer, considerado por muitos o mais eficiente jogador sobre a grama em toda a Era Aberta, tem 87% de aproveitamento na relva. 

Rafael Nadal detém o recorde de vitórias consecutivas sobre uma superfície, com 81 triunfos sobre o saibro entre abril de 2005 e maio de 2007. É também o maior detentor de troféus na terra batida, 57 e contando.

Se não bastasse, em toda sua carreira, Rafa Nadal só perdeu dois jogos de melhor de cinco sets no saibro [em 91 partidas disputadas, o que lhe confere um média de 98%]. 

Entre 2005 e 2018, venceu 11 dos 14 Roland Garros que disputou. É o tenista que mais venceu partidas em Paris, um total de 86 [contra duas derrotas, um aproveitamento de 97,6%] .

Para completar, tragamos à mente os grandes nomes que se tornaram mestres em dada superfície do esporte branco: de Bill Tilden a John McEnroe, Sampras e Federer na grama; de Jimmy Connors a Ivan Lendl, Agassi e Djokovic na dura; de Ken Rosewall e Vilas a Borg, Muster e Kuerten no saibro.

Agora podemos repetir com o devido assombro diante do caráter absolutamente extraordinário do feito: Nunca um jogador dominou tanto numa superfície do tennis quanto Rafael Nadal no saibro!


REI DE TODOS OS PISOS


Não foi em 2010 que Rafa obteve o melhor aproveitamento de sua carreira. Com 71 vitórias e 10 derrotas, o maior atleta espanhol da história chegava à excelente marca de 87,7%, inferior aos 91,5% que construiria três anos depois.

Tampouco foi em 2010 que ele amealhou o maior número de títulos. Foram sete taças em nove finais, enquanto em 2013 o tenista de Mallorca levantou 10 canecos em incríveis 14 decisões.

E eu, pessoalmente, também considero ter sido em 2013 que Rafa alcançou seu maior nível técnico.

Então porque a escolha específica por 2010 nessa série sobre ''As Grandes Temporadas''?

Porque foi nesse ano que Nadal realizou algo que ninguém nunca conseguiu na Era Aberta, nem antes nem depois. E não estou falando do feito espetacular de ter vencido pelo menos 3 majors, que o colocou em um restrito grupo ao lado de Laver, Connors, Wilander, Sampras e Federer.

E sim que Rafael Nadal, que muitos diziam ser apenas um 'saibrista', é o único tenista nos últimos cinquenta anos a conquistar Grand Slams em três pisos diferente em um mesmo ano, proeza cuja singularidade dá a dimensão de sua dificuldade.

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O Touro Miúra reafirmou sua hegemonia no saibro de Paris, abocanhou seu segundo troféu dourado na grama sagrada do All England Club, e se tornou o tenista mais jovem a completar o Career Grand Slam com sua vitória nas quadras duras de Nova York. Como celebrou um jornal espanhol: Rei da terra, de fato, mas em todas as superfícies.

Para completar o momento espetacular, Nadal chegou à final da Master Cup/Finals em hard indoor.

Rafa provou sua hegemonia com vitórias sobre Federer, Djokovic, Murray, Juan Carlo Ferrero, Fernando Verdasco, David Ferrer, Robin Soderling, Andy Roddick, Lleyton Hewitt dentre outros.

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