sábado, 6 de abril de 2019

Série Grandes Temporadas da Era Aberta III: Bjorn Borg, em 1979


O nome de Bjorn Borg é um capítulo à parte na história do tennis. No saibro, somente Rafael Nadal pode ser comparado ao jovem sueco que assombrou o mundo a partir de 1974, ano em que conquistou seu primeiro título em Paris ao derrotar outra lenda da terra batida, Manuel Orantes.


Ele só perdeu uma vez no Aberto da França, para o italiano Adriano Panatta, que levantou a taça em 1976. Em todas as demais edições entre 1974 e 1981, saiu com o troféu, com exceção de 1977, em que não jogou o torneio.

Seu domínio absurdo sobre Roland Garros pode ser medido pelo peso dos adversários que superou nas grandes finais: além de Manuel Orantes, o sueco derrotou Guillermo Vilas [duas vezes] e Ivan Lendl.

Uma performance histórica se deu na final de 1978, quando venceu Vilas por três sets a zero, sem que o argentino -- um dos maiores saibristas de todos os tempos e em pleno ápice de sua carreira -- conseguisse fazer mais do que cinco games em todo o jogo [6-1, 6-1, 6-3].

Mas a epopeia desse ídolo do esporte não se limitou de forma nenhum ao saibro. Borg reinou em Wimbledon de um modo que ninguém achava que fosse possível. Foram seis finais e cinco títulos consecutivos na grama sagrada do All England Club. Ainda é dele o recorde de vitórias seguidas no torneio mais antigo, tradicional e prestigioso do tennis: um série de 41 jogos.

Eu poderia ter escolhido 1980 como sua melhor temporada. Mas preferi ficar com a performance de 1979. Nesse ano, o sueco alcançou mais de 93% de aproveitamento de vitórias. Conquistou nada menos que 13 títulos, incluindo aí 2 Grand Slams e a Masters Cup [atual Finals].




Os feitos se tornam ainda mais impressionantes se considerarmos que Borg dominava Roland Garros no fundo de quadra pra menos de um mês depois vencer Wimbledon no saque e voleio. E que ele conseguia todo esse domínio sem se preocupar em jogar o Aussie Open [só atuou lá em 1974].

Foi nessa temporada também que se consolidou a ideia, exagerada mas significativa, de que Borg "havia se tornado maior que o tennis".

Em 1979, a hegemonia de Borg foi sedimentada com vitórias tanto contra Vilas sobre o saibro, quanto sobre Lendl na hard e McEnroe no carpete. Também superou Geirulatis, Tanner, Connors e outros.

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