domingo, 30 de março de 2014

A placa do caminhão era sérvia

Djokovic é campeão pela quarta vez do Master de Miami



Atropelamento sem dó nem piedade. Djoko levou o Master desta semana com um pé nas costas.

Ele era mesmo o meu favorito tanto pra Indian Wells e Miami, mas a vitória de hoje sobre Nadal impressiona pela facilidade, a mesma já demonstrada no ATP 500 de Pequim e no Finals do ano passado. Incrível como a maior das armas do espanhol, seu monstruoso top spin na esquerda do adversário, não fazem nem cócegas no sólido backhand duplo de Nole. Pior ainda, quando a bola vem alta só serve mesmo pro sérvio encher a mão no drive do espanhol, que sistematicamente perde o controle do ponto.

Pra fazer frente ao jogo do Djoko atualmente, Nadal depende de um saibro de média velocidade, em que ele tenha um equilíbrio mais perfeito entre longas trocas e uma superfície em que seu top spin ande mais. Nas quadras de saibro mais lentas, que amortecem esse golpe do Rafa, Novak tem vantagem.

Ou seja, ele é meu favorito também pra Monte-Carlo.

Em quadra dura podemos esquecer. Ultimamente o Nadal tem conseguido apenas evitar vexames, mas não é competitivo contra o sérvio. 

Com isso, a diferença entre os dois líderes do ranking da ATP, que era de mais que era de mais de quatro mil pontos depois do Australian Open, caiu para menos da metade. Se Djoko conquistar Mônaco mais um vez tem tudo pra virar número um do mundo antes mesmo de Roland Garros, já que Rafa defende dois mil pontos em Madrid e Roma contra apenas duzentos de seu concorrente.

E Nole chega ao quadragésimo oitavo título de sua carreira e ao décimo oitavo Master, caminhando de modo consistente pra se tornar um dos nomes mais vitoriosos da era profissional do tênis. Como eu já disse noutras paragens, ele é a síntese do jogo atual. Defende como ninguém, contra-ataca, tem um forehand que anda e um backhand duplo que é um espetáculo. Como não bastasse, saca bem e tem uma devolução comparável à de Agassi. Nas quadras lentas atuais não precisa nem saber dar slice e jogar na rede, o que tem é suficiente para torná-lo uma máquina indomável de títulos.

O próprio Nadal não se negou a reconhecer: ''Enfrentar Djokovic é a pior coisa que pode acontecer para mim, porque ele devolve melhor que eu, ele saca melhor que eu, especialmente neste tipo de quadra", analisa com frieza e sinceridade Nadal, que perdeu 14 dos 21 duelos que já realivou contra o sérvio nesse tipo de superfície. "Ele esteve melhor do que eu em tudo. Conseguiu sempre achar o golpe certo na posição certa".

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