But first on earth, as Vampyre sent,
Thy corse shall from its tomb be rent;
Then ghastly haunt the native place,
And suck the blood of all thy race;
There from thy daughter, sister, wife,
At midnight drain the stream of life;
Yet loathe the banquet which perforce
Thy corse shall from its tomb be rent;
Then ghastly haunt the native place,
And suck the blood of all thy race;
There from thy daughter, sister, wife,
At midnight drain the stream of life;
Yet loathe the banquet which perforce
Must feed thy livid living corse
(The Vampyre, a Tale)
(The Vampyre, a Tale)
Sérvio se protege: rumores de 2012 davam conta do retorno à atividade do vampiro Sava Savonic |
Falo agora de um tema que parece um tanto diferente dos
assuntos a que me dedico nesse espaço, mas que na verdade tangencia algumas
questões que já foram tratadas aqui. Trata-se de um tópico de demonologia e diz
respeito a um tipo de fenômeno que no Ocidente contemporâneo ficou conhecido
como vampirismo. Não o vampiro tal como retratado na literatura contemporânea
ou no cinema do século XX [1], mas de entidades que, atestadas na cultura de povos
de todos os continentes, apresentam características similares o suficiente para
que sejam classificadas sob um mesmo rótulo.
O termo 'vampiro' tem provavelmente origem turca. Seu uso
não era comum na Europa, ou talvez nem mesmo conhecido, antes do século XVIII. A
palavra é só uma das formas usadas para se referir à possibilidade de retorno
de indivíduos que, após a morte, tornam-se espectros e/ou cadáveres sugadores
de energia vital -- e por vezes sangue [2]. Sob diversos nomes, essa forma de
''demônio'' aparece no conjunto de crenças das mais diversas populações e em
[quase] todas as épocas. O romenos possuíam os strigoi; os gregos os vrykolakas
e tympaniaios; em certas regiões das Américas [México, Porto Rico, Chile etc.]
existem os 'chupa cabras'; no interior do Brasil há histórias sobre o 'corpo
seco'; os antigos persas falavam do Pisaca, e na Índia o tema recebe o nome
de vetala; na antiga Mesopotâmia acreditava-se na existência de lilitu e estries; na Antiga Roma havia as lamia; na África negra os sasabonsam e
os ramanga; no sul da Ásia os ghoul.
A crença popular na existência dos vampiros se encontra fortemente
enraizada no seio da população dos países ortodoxos, principalmente no leste da Europa e nos Bálcãs. O vampirismo possuiria mais de uma origem [3]: a
prática da feitiçaria em vida; a maldição, sendo a pior delas a dos pais e a excomunhão [4]; ou o contágio do contato e ataque
de outros vampiros. Um exemplo é o strigo romeno: ''Os vampiros na Moldávia, Valáquia e
Transilvânia (agora parte da Romênia) são comumente chamados de strigoi (cuja
forma singular é strigo). Os strigoi eram geralmente considerados espíritos que
retornavam dos mortos. Diferente do upir ou vryrolakas, os strigoi passavam por
diferentes estágios depois de ressurgirem do túmulo. O strigo é invisível no
começo, atormentando os membros vivos de sua família ao mover objetos e roubar
comida. Depois de algum tempo, ele se torna visível, parecendo com a pessoa quando
viva. Mais uma vez, o strigo retorna para sua família, roubando gado,
implorando por sustento e trazendo doenças. Os strigoi vão se alimentar dos
humanos, primeiro dos membros de suas famílias e depois de qualquer um que
encontre. Em alguns relatos, os strigoi às vezes sugam o sangue de suas vítimas
diretamente do coração. Os strigoi são corpos reanimados que predam os vivos.
No início, um strigo precisa retornar ao túmulo regularmente, da mesma maneira
que um upir. Se o povo suspeita que alguém se tornou um strigo, exuma o corpo e
o queima. Mas depois de sete anos, se o strigo continuar rondando, pode então
viver onde bem entender. Diz-se que há strigoi que viajam para cidades
longínquas para começarem novas vidas como pessoas comuns, e que esses vampiros
clandestinos se uniriam. Além do strigoi morto-vivo, chamado de strigoi mort, o
povo também temia os vampiros vivos, ou strigoi viu. Eles eram pessoas vivas
amaldiçoadas que estavam condenadas a se tornar strigoi mort quando morressem.
Se um strigoi mort vivendo entre humanos tivesse qualquer filho, a descendência
era tida como carregando a maldição dos strigoi mortos-vivos no além. Quando um
conhecido strigoi viu morria, a família destruía seu corpo para garantir que não
se levantaria do túmulo.''
Um dos mais bem documentados casos de
vampirismo na era contemporânea, muito famoso pela confirmação que teria
recebido de magistrados locais e de um comandante militar, é o do camponês
sérvio Pete Plogojowitz, que viveu em Kilisova no início do século XVIII. Depois
de falecido, seu espectro apareceu ao filho implorando por comida. Na segunda vez em que isso
ocorreu o rapaz se recusou a atender o pedido da aparição. No dia seguinte
apareceu morto em condições misteriosas e com significativa perda de sangue.
Foi o início de uma série de mortes na aldeia, em circunstâncias semelhantes, e
cujas vítimas haviam reportado sonhos com Plogojowitz seguidos de exaustão física e mental. Nove mortes ocorreram ao
longo de uma semana, levando a investigações oficiais que acabaram por concluir
que se tratava efetivamente do ataque de um vampiro. O corpo de Plogojowtiz foi
desenterrado e destruído e as mortes cessaram [5]. A dessacralização de corpos e a
cremação, muito usadas na área rural da Grécia e do leste da Europa como forma
de combate ao vampirismo, receberam críticas e sanções graves da Igreja [6],
contando inclusive com condenação de São Nicodemos o Hagiorita no Pedalion [7]. Mas sempre foi comum que sacerdotes realizassem exorcismos em situações semelhantes [8].
Túmulo do século XIII encontrado em mosteiro búlgaro contendo corpos trespassados por estacas de ferro no coração: solução radical contra o ataque de vampiros |
No Ocidente, um dos mais famosos casos
de vampirismo e de exorcismo ocorreu na Londres no fim dos anos 1960 e início
dos anos 1970. Relatos da aparição de um espectro que exauria as forças de quem
o encontrava no cemitério de Highgate associada a suspeitas de ação
ritualística de uma seita satanista na região levaram a uma histeria e caça ao
vampiro por parte de sociedades ocultistas, praticantes de magia, aventureiros
e também sacerdotes católico-romanos [9]. O Bispo da ICAR Séan Manchester teria
realizado um exorcismo contra o demônio baseado no antigo Rito Romano. Sua ação
foi exposta em um livro sobre o tema, que consta com fotos do vampiro que
teria sido destruído na ocasião [10].
A sensacionalista cobertura midiática do Vampiro de Highgate Cemetery, que gerou uma fenômeno de histeria |
Também no Brasil há contos que, embora
não usem o termo 'vampirismo', acabam se remetendo a fenômenos similares --
embora também acrescidos da presença de antigos
símbolos tradicionais na mentalidade popular na forma de folclore, o que é
comum em casos de relatos sobrenaturais transmitidos oralmente. Um
deles é o 'Corpo Seco', espectros que retornam dos mortos e atacam desavisados
em estradas e beira de rios [11]. No Rio de Janeiro temos também a história da
portuguesa Bárbara dos Prazeres, prostituta e homicida que vivia no Arco dos
Telles no fim do século XVIII e início do século XIX, e que lembra em alguns
aspectos a história da Condessa psicopata Elizabeth Bathory [12]. Assim como a
nobre húngara, Bárbara buscava na magia uma forma de evitar o envelhecimento; a
solução encontrada incluía o assassinato ritualístico de crianças e a ingestão
do sangue das vítimas. A prostituta homicida teria fugido para o outro lado da
cidade quand seu envolvimento no desaparecimento de crianças foi descoberto.
Há testemunhos ainda hoje de seu aparecimento nos atuais Arcos de Telles e no
centro do Rio de Janeiro, uma figura espectral e sedenta de sangue ainda
pronta a atacar inocentes [13].
Arco do Telles, local de residência de uma das psicopatas mais tenebrosas da história brasileira, Bárbara do prazeres, prostituta, homicida, feiticeira e espectro sedento por sangue |
Longe de se constituírem em meras
reuniões de superstições que acometiam sociedades tradicionais, os casos de vampirismo são manifestações de atividades demoníacas ligadas à prática de magia negra e à
invocação de espíritos do mundo das potestades do ar -- chamado de psíquico ou
astral no esotericismo contemporâneo. Por outro lado, a possibilidade do retorno espectral ou semi-corpóreo também se liga ao mistério do processo da morte, terreno de perigosa dissolução em que a alma se vê diante das próprias paixões e dos tipos de entidades com as quais se vinculou ainda em terra. Os elementos principais do ''folclore'' e
dos casos registrados são entremeados por uma coerência descritiva que aponta que a atividade demoníaca pode ser exercida por meio de fantasmas ou restos
psicossomáticos de indivíduos falecidos. A descrença no fenômeno cresceu na
idade contemporânea por causa da crescente inconsciência sobre os processos de
morte e da necessidade de que sejam acompanhados por ritos específicos, a
incapacidade de perceber a eficiência e os fins e algumas vezes até a
existência de certas práticas de magia e de satanismo, e uma profunda restrição
da mentalidade hodierna aos fatos mais brutos do domínio corporal. O cidadão
atual se deixa afetar pela ponta do iceberg de casos de homicídio em série,
tornando-se cego, no entanto, para os aspectos mais tenebrosos daquilo que chega
ao conhecimento público.
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[1] A figura do vampiro vendida pela indústria começou a se popularizar de fato com a publicação da obra ''O Vampiro'', de John William Polidori, em 1819. Desde então passou por uma intensa romantização que agregou elementos das crenças ocultistas européias oitocentistas -- como é o caso de Bram Stoker, que era membro de organizações esotericistas e parece ter realizado pesquisas para a criação de seu Drácula -- bem como características da civilização hedonista, urbana, cosmopolita e sexualizada do século XX, cuja principal expressão é a versão de Anne Rice que comanda hoje o imaginário ocidental. Para a leitura do clássico e excelente conto de terror de Polidori: The Vampyre: a Tale.
[2] Outra importante diferença a ser considerada entre essas entidades tal como retratadas nas tradições ancestrais e as figuras reelaboradas na contemporaneidade é aquela realizada pelo ocultismo ocidental. As crenças esotericistas europeias imaginaram o vampiro como uma forma de entidade astral ou como um sujeito vivo que possui a singular capacidade psicológica ou psíquica de absorver a energia de quem estivesse ao seu redor. Essa imagem não é totalmente equivocada, mas é bastante restrita e já se trata de uma racionalização feita em cima de parâmetros permeados por uma abordagem moderna do fenômeno. Uma das características marcantes do fenômeno vampírico é sua base corporal e sua associação com o processo da morte ou às tentativas de sustá-lo.
[3] ''Lawson lista os seguintes tipos de pessoas que se encontram em maior risco de se tornarem mortos-vivos:
(1) Aqueles que não recebem os ritos funerários completos e apropriados;
(2) Aqueles que tem morte repentina ou violenta (incluindo suicidas), ou, em Maina, onde a vendeta ainda está em voga, aqueles que foram assassinados mas não foram vingados;
(3) Crianças concebidas ou mortas em uma das grandes festas da Igreja ou natimortas;
(4) Aqueles que morrem sob uma maldição, especialmente dos pais ou auto-invocada, como no caso de um homem que, ao cair em perjúrio, joga sobre si toda sorte de danação caso o que estivesse dizendo fosse falso;
(5) Aqueles que morrem excomungados;
(6) Aqueles que morrem sem batismo ou apóstatas;
(7) Pessoas de vida má e imoral em geral, mais particularmente os que lidam com magia negra e feitiçaria;
(8) Aqueles que comem a carne de uma ovelha que foi morta por um lobo;
(9) Aqueles cujo cadáver foi pisado por um gato ou outro animal.'' Fonte: [Que a terra não os os receba]
[4] Na Grécia há a crença em dois tipos de 'atividade vampírica', a do Vrykolaka e a do Tympaniaios. O primeiro deles estaria ligada à prática de magia e a mortes violentas e traumáticas. O segundo, cuja existência era mais passível de aceitação pelas autoridades eclesiásticas, era o destino do indivíduo que foi excomungado ou anatematizado pela Igreja. Também há a crença generalizada de que a apostasia pode levar à transformação do indivíduo em um vampiro após a morte, crença que foi aproveitada por Bram Stocker na figura do Conde Vlad Tepes, que apesar de herói romeno na luta contra os turcos chegou a aceitar a comunhão católica-romana como forma de conseguir um exército.
[5] A página oferece um resumo rápido da história de Peter Plojogowitz.
[6] O medo do vampirismo se devia não apenas ao parasitismo da entidade, mas também a sua capacidade a um só tempo homicida e contagiosa. Arqueólogos encontram sinais de combates ao vampirismo até mesmo próximo a mosteiros [Túmulos de vampiros em mosteiro búlgaro]. Era comum que uma estaca fosse colocada na boca ou no peito do cadáver suspeito. A decapitação e a cremação também eram alternativas. O caso citado na Bulgária traz um detalhe importante: os pesquisadores ficaram surpresos ao notarem que os cadáveres de 'vampiros' eram todos masculinos, o que demonstra a falha das interpretações do fenômeno como algum tipo de superstição misógina.
[7] Para a passagem do Pedalion em que São Nicodemos da Santa Montanha ataca a crença na existência de vrykolakas e condena a prática de exumar e destruir corpos: Superstição e violação de tumbas.
[8] Sobre a posição historicamente mais comum dos sacerdotes gregos quanto ao Tympaniaios: ''A atitude da Igreja Ortodoxa oficial quanto ao segundo tipo de morto-vivo discutido por Allatios era bem diferente daquela mostrada quanto aos vrykolakas. Enquanto a Igreja marginalizou os vrykolakas, o tympaniaios era uma criação eclesiástica, consequências da excomunhão [...]'' [Sobre a crença dos gregos: Leo Allatios e a Ortodoxia popular]
[9] Para maiores informações sobre o passo a passo do caso do Vampiro de Highgate Cemetery, acompanhe a descrição dos eventos feita por David Farrant, que fazia parte de uma associação ocultista inglesa que esteve no centro do furacão de toda a publicidade midiática e histeria sobre a existência do fenômeno em Londres. Convém notar que a leitura propiciada por Farrant se insere na perspectiva dos movimentos esotericistas e mágicos da Inglaterra: Como tudo começou.
[10] O Bispo Manchester dá uma interessante descrição sobre a capacidade de metamorfose do vampiro e sobre a destruição daquele que atacava no cemitério: ''A forma corpórea ,através da atividade demoníaca, tem a habilidade sobrenatural de se desmaterializar e re-materializar fora dos arredores de sua tumba. Isso se aplica a todos os tipos de metamorfoses, como descrevi em meu livro. Ele pode assumir outra aparência, e reter mais do que somente a figura espectral quando retorna à forma corpórea a partir de alguma outra, seja ela qual for. Graças às palavras que pronunciei durante uma prolongada cerimônia de evocação e exoercismo no ''Great Northern London Cemetery'' há três décadas, o vampiro tomou a forma do que aparentava ser ''um vapor nebuloso'' que se dirigia para mim. O ritual continuou por quase uma hora antes que uma misteriosa mudança no ambiente ocorresse e levasse ao contorno de uma figura sobre o túmulo diante de mim. Estivesse ou não se metamorfoseando naquilo que eu veria em breve, a próxima manifestação foi de fato uma abominação diabólica do tamanho de um grande gato, que corria para trás e para frente do modo mais aterrorizante e ao redor do perímetro que havia sido intercalado com sal e taças de água benta. Esta forma foi empalada na medida em que o exorcismo atingiu seu clímax. Imediatamente ele voltou a se metamorfosear mais uma vez em um estado corpóreo, mas agora verdadeiramente morto e requerendo um novo enterro e orações. A fórmula que usei se encontra no Ritual Romano anterior ao Vaticano II''. Nesse link [Metamorfoses demoníacas] pode ser lida a explicação do Bem Aventurado Santo Agostinho para essa capacidade dos demônios, segundo descrição de Tomás de Aquino. O texto de Sean Manchester citado acima pode ser lido por inteiro em Metamorfose.
[11] De maneira significativa, o Corpo Seco teria se originado por causa da maldição pronunciada pelos pais a um filho de vida dissoluta e perversa. Um resumo sobre os contos pode ser encontrado em 'A maldição' e 'O ataque do corpo seco'. Uma reportagem interessante sobre esse caso recente: Corpo seco aterroriza sul de Minas.
[12] A história da condessa húngara envolve sadismo, homicídios, psicopatia e práticas mágicas que revelam um espírito atormentado por demônios. Bathory torturou e matou centenas de mulheres, e uma das razões seria a de se banhar no sangue das vítimas a fim de manter a própria juventude por meio da absorção de sua força vital: A condessa sangrenta.
[13] Mais uma vez há aqui a conexão de homicídio, feitiçaria, absorção de sangue: A bruxa do Arco do Telles. O sangue, cujo consumo é proibido por Deus nas Sagradas Escrituras, está vinculado a certos elementos vitais da alma que são, inclusive, passíveis de transmissão ancestral e que se ligam ao poderes irascíveis e à parte animal do homem.
Interessantíssimo.
ResponderExcluirExiste algum registro de imagem desses espectros ou algum esboço de corporeidade? Os corpos são iguais aos dos humanos? Tem traço demoníaco? Como identificar? É possível que um humano seja "sugado" por um ente desse como se ele fosse um encosto?
ResponderExcluirLívia, no livro que mencionei do bispo católico romano Sean Manchester há fotos do vampiro de Highgate Cemetery, que teria sido exorcizado por ele. Não vi as fotos, mas dizem que são bastante convincentes.
ResponderExcluirOs vampiros possuem corporeidade sim. A base corporal deles é, em geral, cadáveres de indivíduos falecidos e que tiveram uma morte traumática, não passaram pelos devidos ritos funerários, foram excomungados ou amaldiçoados de alguma outra forma [a maldição dos pais é uma das mais poderosas nesse sentido], ou possuíam algumas paixões violentas que os toram veículos para atividade demoníaca. Outra causa muito comum de vampirismo é o falecimento de um sujeito que lidava com feitiçaria quando em vida. O que ocorre é que os demônios se aproveitam dos elementos cadavéricos desses sujeitos para a realização da atividade vampírica. Esses elementos corporais em decomposição são de diversos tipos, não apenas físicos. Há outros tipo de corporeidade em nós, mais sutil. Na tradição cristã, se trata do mundo ou reino dos espíritos aéreos, também chamado de plano sub-celeste. O homem tem contato com esse mundo através de certos elementos de sua psique, e a imaginação [que é uma faculdade cognitiva e criadora d'alma] é uma das mais ligadas a essa esfera. Esse mundo possui uma corporeidade plástica. Segundo o Bem Aventurado Santo Agostinho de Hipona, os demônios conseguem projetar diversas formas nas imaginações daqueles que os atacam. Ele explica que eles conseguem projetar a mesma forma na imaginação de várias pessoas diferentes ao mesmo tempo, de modo que se trata de uma corporeidade objetiva mas distinta da sensorial, porque não é formada pelos elementos do mundo físico. E sim, uma pessoa pode ser sugada por vampiros. Na verdade, é justamente isso o que eles fazem, se alimentam de pessoas, exaurindo as energias delas e eventualmente levando-as à morte. Esse ataque, por sua vez, é contagioso. O vampirismo é como uma doença transmissível.
Obrigada, neném. Te amo.
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