quinta-feira, 2 de maio de 2019

Série Grandes Temporadas da Era Aberta XIII: Navratilova, em 1983



Os tempos atuais nos tornaram céticos quanto às alegações de grandeza baseadas apenas na plástica do jogo ou na habilidade de um atleta, e talvez esse não seja o caminho mais efetivo para apontar o tamanho real de Martina Navratilova no esporte e explicar porque ela é considerada por muitos como a maior tenista já surgida. Todos pedem números. O que levanta a questão de saber que números seriam suficientes.

Para alguns é suficiente lembrar que, tendo vencido 18 majors em simples, ela ainda encontrou tempo para conquistar outros 31 em duplas femininas e mais 10 em duplas mistas. Ou que foi recordista de semanas como número um do ranking [antes que Graf batesse suas 332 semanas na ponta] e continua recordista de semanas como número um em duplas [223 semanas]. E que terminou sete temporadas na primeira posição da WTA, sendo três vezes líder de ponta a ponta no ano.

Talvez seja necessário acrescentar que Martina venceu 167 títulos de simples [recorde na Era aberta, já que 100 dos 192 torneios de Margaret Court são anteriores a 1968], e que ainda levantou outros 177 em duplas femininas e 15 em duplas mistas, perfazendo um total de 359 taças como profissional.

Um caminho alternativo seria mencionar os 11 títulos do Tour Finals [o equivalente na WTA da Master Cup/Finals da ATP], as mais de 1400 vitórias em simples na carreira, as 4 Fed Cups


Estamos falando da maior jogadora de grama da história, dona de um saque e voleio perfeito, a maior campeã de Wimbledon em simples [nove títulos], a maior finalista do All England Club, e que, em todas as modalidades [simples, duplas e duplas mistas], venceu vinte vezes na grama sagrada inglesa.

Existem também dados mais específicos e de difícil repetição, como o recorde de 74 vitórias seguidas no circuito em um mesmo ano, construído ao longo de 1984, e o fato de que das dez temporadas com maior percentagem de vitórias na história, nada menos do que quatro pertencem a ela [a lista é completada por 4 temporadas de Graf e 2 de Margaret Court].

Eu diria, porém, que é possível sintetizar todo o impacto dos argumentos acima falando da melhor temporada da carreira dessa canhota tcheca. Em 1983, Navratilova venceu 3 Grand Slams [Australian Open, Wimbledon e US Open], dois deles sem perder set [ela perdeu apenas cinco games em Londres e três em Nova York], levantou 16 títulos [incluindo o Tour Finals] e alcançou a marca de 86 vitórias em 87 jogos, um aproveitamento quase perfeito de 98,85%. Ou seja, Martina perdeu apenas um jogo, uma zebra nas oitavas de final de Roland Garros. E há de se registrar que em toda a temporada ela deixou míseros nove sets em quadra.

Para muitos analistas e amantes do esporte, a temporada de 1983 foi o mais perto que alguém chegou da maestria, sendo um dos mais infalíveis indicadores da verdadeira dimensão da tenista americana. Naquele ano, Navratilova venceu todas as suas seis partidas contra Chris Evert, e também derrotou tenistas do porte de Tracy Austin, Andrea Jaeger e Pam Shriver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário