terça-feira, 13 de agosto de 2019

Mais sujo que pau de galinheiro




Resultado de imagem para caneta quebrada de moro


Por motivos inexplicados, Serginho do Mal impediu que a Força Tarefa apreendesse os celulares de Eduardo Cunha quando ele foi preso. O ''malvado preferido'' da nova direita brazuca não gozava mais de imunidade parlamentar, e era comum a apreensão de celulares pela República de Curitiba. Mas o chefão de todo o aparato estatal paralelo que havia se montado em Curitiba disse uma nã-nã-ni-nã-não quando o Procurador Purgante, também conhecido como Dallagnol, avisou que iria proceder, se é que me entendem.
Enfim, Serginho do Mal conhece seus amigos, e aplica a lei segundo as conveniências políticas. Orientou a investigação de suspeitos na lista da Odebretch para os trinta por cento que o apeteciam, segundo os vazamentos. Protegeu Fernando Henrique Cardoso de qualquer mácula. E agora, sabemos que também estendeu sua toga para esconder alguma coisa cabulosa que pudesse ser encontrada nos celulares do ''Malvadão''.
Os procedimentos contra Deltan voltaram a ser desengavetados, debatidos e apurados no CNMP. Quando uma peça chave da Lava Jato cair nas malhas das sanções devidas, toda a muralha ao redor vai ceder. Ou antes, o casco do navio vai ceder de modo irreversível.
Os ratos já começaram a perceber que as bombas e os esforços dos marujos não conseguem evitar que a água se acumule e pese sobre a embarcação. E como era de se esperar, os roedores começaram a, ehr, vazar. Dias Toffoli seguiu a linha imposta por Mendes em entrevistas recentes, e avisou à Lava Jato que ela não é uma instituição e que tudo de bom que há nela vem do STF. O que implica que há coisas ruins na operação, que vem da força tarefa e que nada tem a ver com a institucionalidade. Ou seja, a banana vai estourar nas mãos dos procuradores de primeira instância, principalmente.
Dodge entendeu o recado, e já defende a Operação com trocentos ''poréns''. Quando a Procuradora Geral precisa avisar que os membros da força tarefa tem de atuar na ''legalidade'', é que a barra tá mais suja do que pau de galinheiro.
O rato mais importante a pular fora do navio condenado é Jair Bozó. O chefão perdeu o respeito por Serginho do Mal, retirou suas prerrogativas, o tornou um enfeite, mero adorno de seu Reinado da Estupidez. O chefão do Reino reduziu Moro a um ''jogador de seu time''. Ora, jogadores estão aí pra serem substituídos de acordo com o andamento da partida. E para os lacerdistas mais fanáticos, o presidente não esconde mais que Moro perdeu -- como dizer? -- ''superpoderes''. No jargão típico dos bozós, isso acontece quando o sujeito já não tem mais caneta, conforme declarou Jair a respeito de Serginho.
Ruim para o partido lavajatista, mas ruim também para o Reino, que sai ainda mais fraco desse afastamento. Se Moro não aceitar seu novo papel de bobo da corte, e ele não parece ter inteligência nem humor suficiente pra cumprir a função que Jair lhe concede, tem de pegar a caneta quebrada e voltar pra casa, esperando nova chance política nas eleições do ano que vem. Ele teria de procurar uma maneira digna de sair por cima do imbróglio. Só que vem perdendo oportunidades.

Caso ele consiga encontrar a janela para saltar do barco antes de Bozó retirar sua última pata de vez, o Reino também será sacudido. Romper com o lacerdismo da classe média tem preço, e ele costuma ser alto. E não é como se Jair não tivesse nada a esconder.

Ruim para eles, bom para o Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário