quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

OS 10 MAIORES JOGADORES DA HISTÓRIA, NÚMERO 4: JOHAN CRUYFF


Cruyff foi a síntese de duas características que se tornaram essenciais para o orgulho futebol do Velho Mundo: liderou um time que colocou fim à idéia de que apenas os times sul-americanos jogavam de maneira técnica e habilidosa; e criou uma revolução tática no jogo que está na base do nascimento de sua fase moderna.




 NÚMERO 4: JOHAN CRUYFF


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Cresci lendo, ouvindo e considerando Johan Cruyff o maior jogador europeu da História. Depois de ficar em dúvida por causa da ascensão de Zidane, recoloco o holandês em sua posição de direito. Ainda assim, ele permanece fora do top 3 por não ter conquistado uma Copa do Mundo.


Cruyff foi a síntese de duas características que se tornaram essenciais para o orgulho futebol do Velho Mundo: liderou um time que colocou fim à idéia de que apenas os times sul-americanos jogavam de maneira técnica e habilidosa; e criou uma revolução tática no jogo que está na base do nascimento de sua fase moderna.


Para a Holanda, ele representa a ascensão ao primeiro escalão do futebol mundial. O país que era até então nada no mundo da bola foi capaz de formar uma geração que chegou a duas finais seguidas de Mundiais. O Ajax, por sua vez, liderada pela mítica camisa 14, se tornou tricampeão europeu, desbancando os times italianos.


O Futebol Total da Holanda de 1974 apresentou ao mundo jogadores que não possuíam uma posição definida, que giravam pelo campo, trocando de funções, e apresentando ao planeta a marcação pressão em bloco alto e o uso perfeito da regra do impedimento. Era um time caracterizado pela versatilidade e pela intensidade física. Algumas performances daquele time e de seu meia-atacante estão entre as mais assombrosas que já se viram em um Mundial, como a demolição da Argentina por 4 a 0 seguida da superação da seleção brasileira comandada por Zagallo, e então campeã do mundo, por 2 a 0.


Cruyff nunca mais disputaria outra Copa. Durante muito tempo se acreditou que sua ausência na Argentina, em 1978, teria se dado por um posicionamento político contrário ao regime ditatorial. Recentemente, no entanto, o ídolo holandês declarou que a principal causa para sua desistência teria sido um sequestro relâmpago que sua família sofreu na Espanha meses antes da disputa do torneio. Outra versão seria uma promessa feita à sua mulher, a quem traiu de modo mais ou menos público quando do Mundial na Alemanha.


O camisa 14 também marcou época no Barcelona, levando o clube catalão a quebrar um jejum de catorze anos sem títulos da Liga Espanhola. 


Depois de anunciar a aposentadoria aos 30 anos de idade, Cruyff voltou aos gramados para substituir Pelé na liga americana. Atuou ainda na segunda divisão espanhola e venceu mais campeonatos holandeses no início dos anos 1980 antes de colocar fim à gloriosa carreira.


Johan Cruyff talvez seja o símbolo máximo da inteligência tática. Na eleição de melhores jogadores do século XX da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol, realizada com consulta a jornalistas e jogadores, o holandês ocupou a segunda posição da lista final, abaixo apenas de Pelé.


Sua passagem pelos campos teve o brilho do famoso ''giro de Cruyff'', o drible que imortalizou e que passou a ser associado ao seu nome a partir de então. E sua história no esporte teria continuidade com portentosas contribuições como técnico e uma voz sempre ativa na defesa dos estilos das escolas nacionais. Sempre foi um grande crítico ao abandono dos pontas e insistiu até o fim que a Holanda atuasse de maneira propositiva. O jogador tático e revolucionário era um grande conservador em questões de identidade de jogo.

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