quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Os Espasmos de uma militância que agoniza

por André Luiz V.B.T. dos Reis

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Certa bolha no Twitter vinculada à parte da militância pedetista exemplificou ontem de modo exato toda a problemática que tem sido debatida em veículos de imprensa sobre o totalitarismo e o fanatismo de alguns grupos de esquerda pós-moderna, que se definem como ''identitários''.

Esses grupos desenvolveram não só uma intolerância extrema como também métodos para calar e retirar do debate público qualquer posicionamento que não seja chancelado por eles próprios.


A mídia tem dado muito destaque à infame ''cultura do cancelamento'', em que ignorante arremetem contra qualquer um, inclusive pesquisadores e especialistas, que eles pensem não ter direito ou ''lugar de fala'' para tratar de determinados temas. Bitolados, eles acreditam possuir um monopólio do discurso sobre certos assuntos, o que significa impor um interdito a discordância de seus 'doutos' pareceres.


Mas a doença daquilo que vou chamar daqui por diante como ''esquerdalha'' é mais antiga do que a repercussão que alcançou recentemente nos meios de comunicação. Pessoas familiarizadas com a vida acadêmica sabem que os tais grupelhos se esforçam para vetar o estudo de nomes importantes do cânone de conhecimento, para forçar o estudo de outros, invadem aulas para calar professores, armam confusões em eventos que não agradam à sua ideologia, desrespeitam cultos em Igrejas etc.


Voltando ao acontecimento que motivou essas linhas, a turma do ''cala a boca'' que inchou o PDT nos últimos anos -- tentando transformar o partido em uma cópia bastante aproximada do PT e do PSOL -- atacou o candidato a vereador André Matos. O crime do sujeito seria concordar com os posicionamentos trabalhistas da Nova Resistência.


Como não é segredo para ninguém, a NR critica todo o programa de engenharia social identitária pós-moderna, que fragmenta a sociedade brasileira segundo parâmetros dos grandes centros capitalistas de poder, das megacorporações globais, e que tem por objetivo avançar um cosmopolitismo de costumes que caminha de mãos dadas com o mercado mundial.


Resposta do candidato André Matos à perseguição de parte de uma militância fanática e bitolada, cujo totalitarismo não suporta qualquer posição divergente


A agenda cultural priorizada por esses movimentos se choca frontalmente com os valores mais profundos das populações brasileiras, criando um fosso entre o povo e as organizações verdadeiramente nacionalistas-populares. Esse fosso, buraco cavado pela esquerdalha, é responsável pelo atual cenário desastroso em que se encontra a República, sequestrada por um súcia entreguista que pretende sepultar as possibilidades de independência e soberania da Pátria.


Ao criticar a pós-modernidade líquida, a NR nada mais faz do que proteger o sistema de valores mais fundamental que conforma a cosmovisão do brasileiro comum, que não admite nem apoia violência contra supostas ''minorias'', mas tampouco está disposto a viver em um país cujas leis são impostas por meia dúzia de três saídos de uma pequena burguesia voltada para o que acontece na Europa e nos EUA, e cujo patriotismo se resume à defesa de recursos materiais que existem em nosso território, sem qualquer compromisso orgânico com as culturas populares.


Inconformados com tamanha ousadia de uma organização como a nossa, que se coloca ao lado do povo como eles jamais poderão fazer, só resta a esses alucinados a gritaria, a chiadeira, a choradeira, a perseguição e o uso indiscriminado de jargões e rótulos que retiram de um esvaziado baú de idéias mofadas que carregam nas costas.


Para a esquerdalha, acreditar em Deus, ser contra o aborto, defender a família tradicional, ser contrário à ''ideologia de gênero'', exigir penas mais rigorosas para o crime, contestar o feminismo anti-essencialista, denunciar o lobby pró-pedofilia etc. são sintomas de ''fascismo''. Mas essa é tão somente a moralidade básica das classes populares, aquelas que esses militantes saídos do seio de uma classe média com culpa burguesa odeiam com todas as forças.


Nós, na Nova Resistência, somos trabalhadores brasileiros, muitas vezes saídos dos subúrbios e periferias das grandes cidades, ou então do interior onde ainda pulsa o Brasil Profundo; somos representantes dos ''sertões'' do país, inspirados por toda a história de luta de nossos ancestrais de todas as etnias e regiões, que se levantaram de diversas maneiras -- com armas algumas vezes, com malandragem e falsa adequação às normas, em outras -- contra as tentativas do ''litoral'' de impor um conceito de ''civilização'' que perpetua o status escravista das relações de poder do país.


Essa esquerdalha que repete mandamentos proclamados por suas divindades situadas em São Francisco, Nova Iorque e Londres carrega o mesmo tipo de mentalidade e retórica daqueles que investiram contra os Cariris, contra Palmares, contra Canudos, contra o Contestado, contra o Queremismo, contra a Brizolândia etc.


São os mesmos, exatamente os mesmos, travestidos com outras bandeiras, mas que carregam o mesmo temor que as elites da Primeira República sentiam do Monstro da Lagoa Negra que, ao se erguer, engoliria e destruiria todos os projetos eurocêntricos e ocidentalizantes com que o racismo das elites sempre se expressou.


Mal sabem eles, que tanto rotulam, que já estão marcados. Não por nós, mas pelo povo que desprezaram. A hora deles já soou, e não vai adiantar pularem de uma legenda decrépita -- PT ou PSOL -- para outra ainda minimamente viva pensando que vão enganar os brasileiros. Eles já não conseguem mais esconder a quem servem, lacaios do imperialismo que são.

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