Embora a precocidade não fosse incomum entre os gênios do tênis até uma geração atrás, Martina Hingis deixou todos de queixo caído quando em
1996, contando apenas 15 anos de idade, venceu o torneio de duplas femininas em
Wimbledon. Não contente com isso, realizou no ano seguinte uma das maiores temporadas de
uma tenista na Era Aberta.
É como se o circuito feminino tivesse se tornado o playground de
uma menina, ou a festa de uma adolescente. Em 1997, Martina se tornou a mais jovem tenista a
vencer um Grand Slam em simples com a conquista do Australian Open. Ela possuía
apenas 16 anos e 3 meses, mais nova do que Seles quando de sua conquista de
Roland Garros sete anos antes. Detalhe: ela levantou a taça sem perder um set
sequer em sua campanha -- façanha que ela repetiria no US Open. Foi também com
uma vitória sobre Seles em Miami que ela se tornou a mais jovem número um que o
mundo já havia visto. Martina também é a mais jovem campeã em simples da
história de Wimbledon e do US Open.
O jogo de Hingis não possuía a
potência que se tornava padrão em seu tempo, mas era intuitivo, tático e
talhado por sua dedicação às duplas, modalidade em que conquistou 13 majors na
chave feminina e 7 nas mistas. Não é à toa que ela é, ao lado de Navratilova
e Pam Shriver, a única tenista a conquistar o Calendar Slam em duplas
femininas, feito alcançado em 1998.
Em 1997, Martina deu início a uma
sequência de 80 semanas ininterruptas no topo do ranking da WTA e às seis
finais consecutivas que fez no Aussie Open. Entre o US Open de 1996 e Roland
Garros 1999, a suíça chegou a 11 semifinais seguidas, jogou oito finais e
conquistou cinco Grand Slams. Alcançou todas as finais de majors no ano, e
levantou a taça em Melbourne, no All England Club e em Nova York, vencendo
respectivamente Mary Pierce, Jana Novotna e Venus Williams nas finais. Foram 12
títulos em 13 finais, e 75 vitórias em 80 jogos [um aproveitamento de 93,75%].
A carreira de Hingis foi
comprometida por lesões que a obrigaram a passar por cirurgias em ambos os
tornozelos e a se retirar no início de 2003, quando contava apenas 22 anos de
idade. Naquele momento, ela era a quarta tenista com o maior número de semanas
como número 1 do ranking da WTA [209 semanas, atrás apenas de Graf, Navratilova
e Evert; mais tarde ela foi ultrapassada também por Serena Williams].
A suíça
retornou ao circuito quatro anos depois, alcançando mais uma vez o top 10. Mas
anunciou de novo a aposentadoria no fim de 2007 depois que um metabólito de
cocaína foi encontrado em um teste antidoping -- Martina nega até hoje o uso da
droga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário