O mais fascinante na carreira de Serena Williams é sua capacidade
de se reinventar ao longo dos anos e atingir o pico de sua performance em uma
fase em que a maioria das jogadoras enfrenta o declínio técnico e físico. Não
se trata apenas de apontar que Serena se mantém em alto nível depois dos trinta
anos, algo que outros gênios também fizeram. Mais do que isso, foi depois dessa
idade que Serena impôs seu domínio mais duradouro e marcante no circuito feminino.
Não pretendo causar mal
entendidos. Antes de 2012, a carreira da mais jovem das irmãs Williams já seria
suficiente para estabelecê-la como uma das maiores tenistas
de todos os tempos. Até então, ela havia conquistado 39 títulos, incluindo 13
Grand Slams, e se consolidado como a sétima jogadora com o maior número de semanas como número um do mundo
[123 semanas]. Mas Serena se recusou a aceitar o já enorme tamanho que possuía
no esporte, e mostrou para todos que era, literalmente, imparável.
Depois que completou 30 anos, a
norte-americana venceu mais 33 títulos, incluindo 10 majors, e acrescentou 196
semanas ao seu total como líder da WTA, chegando a igualar o recorde de 186
semanas consecutivas no topo que pertencia a Steffi Graf. Se antes de 2012
Serena havia terminado duas temporadas à
frente do circuito, depois dessa data ela realizaria a façanha mais três vezes.
E todos esses números são provisórios, já que ela promete retornar para superar
o número de 24 majors de Margaret Court. Poucos duvidam.
Diante disso, é defensável que
2015 não tenha sido o ano de seu melhor desempenho em quadra. Em 2013, por
exemplo, ela levantou 11 taças e obteve um aproveitamento superior a 95%. Mas
nunca antes na carreira de Serena ela esteve tão perto do Calendar Slam. Mais
especificamente, faltavam dois jogos para que o sonho dos torcedores norte-americanos
se realizasse em plena Nova York.
A derrota para Roberta Vinci na semifinal do
torneio não tira o brilho da supremacia de Serena nos majors. Entre o USO 2014
e o Aussie Open 2017 foram onze semifinais, oito finais e seis títulos. Nesse
período, Williams monopolizou o número um do ranking entre fevereiro de 2013 e
setembro de 2016, liderando o circuito de ponta a ponta em 2014 e 2015.
Dona de saque e devolução mortais
e de um dos mais poderosos forehands já vistos, Serena conquistou também 16
majors e 3 medalhas olímpicas em duplas femininas e mistas. Em 2015, foi campeã
do Australian Open, de Roland Garros e de Wimbledon. Derrotou tenistas como
Venus Williams, Maria Sharapova, Vika Azarenka, Simona Halep, Garbine Muguruza,
dentre outras. Chegou também a 94,43% de aproveitamento, com 53 vitórias e
apenas 3 derrotas ao longo do ano. Onde ela vai parar, nem o tempo mais ousa
dizer.
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