segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

O ''povo'' e o Logos na abordagem tradicionalista de Dugin

 


Na entrevista que concedeu ao podcast Pisando em Brasa, Aleksandr Dugin abordou sua visão de ''povo'' de uma maneira tradicionalista. Para explicá-lo, ele mobilizou conceitos presentes nas tradições aristotélica, hegeliana e socialista.

O ''povo'' não poderia ser entendido no âmbito do particular: não é um coletivo nem no sentido francês de nação [soma de indivíduos que escolhem assinar um contrato social] nem no sentido germânico [substrato étnico de um conjunto de indivíduos].
O ''povo'' seria uma ideia no sentido aristotélico do conceito: um universal ''encarnado'' nas substâncias individuais, até certo ponto como uma ''forma substancial'', e que faz desses particulares membros de uma mesma espécie.
Se é em parte ''forma substancial'', o ''povo'' não pode ser visto nem como substrato étnico [Dugin nega que esteja falando de etnia] nem como soma de indivíduos. Ele é o 'universal' específico que se conhece NOS particulares e singulares.
Dugin supera o conceito de nação em suas duas faces mais gerais, portanto.
O russo vai além e mobiliza o conceito de ''Geist'', ou Espírito, com que Hegel se referia à Razão por trás e ''acima'' de dada população [povo]. Se trata de uma Razão Superior àquela possuída pelos indivíduos na temporalidade cronológica, mas que move dada população [povo] para determinado fim histórico.
É fácil ver a conexão que Dugin faz com a angelologia de Corbin ou os Logoi de São Máximo Confessor e da tradição ascético-metafísica cristã.
O ''Geist'' de uma população [povo] é também o Anjo de Corbin, a pessoa por trás de todo indivíduo, e que existe em ATO nos céus e em POTÊNCIA a ser realizada na temporalidade. Mais uma vez, Platão se une a Aristóteles, já que agora a noção de povo é vista não somente por meio do conceito de substância [ousia] aristotélico, mas envolve certa autonomia do Anjo ou Logos, a Ideia por trás substância e que é o motor de sua realização. Mas o Anjo não é a Ideia platônica apenas como ''arquétipo'', como fica claro no terceiro modo com que o pensador russo expõe o tema.
Pra se referir à possível passagem da potência ao ato, o pensador russo mobiliza uma noção próxima a da ''causa final'' aristotélica. Se o Anjo é a causa exemplar de determinada população, e que faz dela um ''povo'' com uma dinâmica histórica, esse ''povo'' por sua vez só pode ser compreendido se vislumbrado como ''comunidade de destino''.
É aquela população que tem uma mesmo fim na história, conhecido pela contraposição a outros que ameaçam sua existência, e que para alcançar esse objetivo se fundamenta em um imaginário formado de elementos de sua história comum.
Quando o ''povo'' toma a decisão por realizar seu fim, seu destino [seu ''telos''], ele instrumentaliza esse imaginário comum e ''ativa seu espírito'' [palavras de Dugin], ou seja, seu GEIST [Espírito hegeliano que move uma população na história], seu ANJO [O verdadeiro ser do indivíduo, que existe em ato nos céus e em potência na temporalidade], seu LOGOS [a essência inscrita na Natureza pensada por Deus, segundo São Máximo Confessor, e que é tema na Noomaquia de Dugin].
Óbvio que a decisão tomada pelo ''povo'' não está [necessariamente] no âmbito liberal da democracia entendida como soma de votos individuais. Nem muito menos numa explosão as forças inconscientes e do substrato étnico. E sim no âmbito dessa Razão ou Espírito que aponta seu escopo histórico, no âmbito desse Eu Superior ou desse Anjo, ou ainda do Logoi que dá realidade a cada ser.

Não num mundo das ideias, mas encarnado em certos particulares que o expressam de maneira acurada na temporalidade, como ''exemplos perceptíveis'' daquela Ideia original, como realizações mais perfeitas desse Logos ou Anjo. Como ''grandes homens'', ''vanguardas'', ''organizações'' que se tornam espelhos que refletem esse Geist.

A perspectiva de Dugin é perfeitamente adequada a uma cosmologia e metafísica cristã-ortodoxa, ou aquilo que tem sido chamado de ''ontologia icônica''. Trata-se, em grande medida, de uma exposição cristã da economia e da soteriologia divina, aplicada ao terreno da antropologia, geopolítica, ciência política e meta-história.

A teologia do ícone está bastante associada ao Logoi que São Máximo Confessor, São Marcos Asceta, Evágrio do Ponto, São Diádoco da Foticéia, Santo Isaac o Sírio, São João Clímaco, Santo Hesíquio do Sinai dentre outros ensinavam estar inscritos na Natureza, não essa decaída e acessível pelos sentidos corpóreos, mas na Original, criada por Deus.

São Máximo Confessor chega a afirmar que Cristo ''encarnou'' na Natureza antes de se fazer carne na Virgem Maria. Os logoi dos seres corpóreos são a operação que Evágrio chamava de Sabedoria Divina, a ''arte do artista em sua obra''. Não é apenas um ''protótipo'', mas a ''vontade divina'' estabelecida para aquele ser, uma ''semente'' de sua realização escatológica. O ícone expressa não a imagem mas também a semelhança. O logos é a inscrição da intenção, do sentido e da vontade divina para dado existente. São ideias-vontades.

Daí a dinâmica e o movimento dessa perspectiva, já que a ideia ou essência de algo está na vontade divina estabelecida para esse algo. Essa vontade divina é um logos [palavra], no sentido usado na Criação, no Livro de Gênesis, seu 'nome', seu princípio e o fim para o qual tende, verdadeiro ''ponto de contato'' entre o ente e Deus.

O logos de um ser existente é conformado pela síntese ou conjunto de diversos outros logoi, que são partilhados com outros existentes. É a unificação e coesão desses logoi em um logos de um ser que mantém sua identidade no interior do todo. A unidade de todos os logoi está no Verbo Divino, assim como o Verbo Divino está inteiramente refletido no logos de cada ser.

Isto quer dizer que os logoi mais particulares são partilhados por logoi mais gerais, todos eles unificados no Logos Divino, em sua dimensão econômica, como revelação da vontade divina para a Criação. A Noomaquia de Dugin é meditação e aplicação da escatologia, cosmologia e metafísica cristã.


domingo, 3 de janeiro de 2021

O "Complexo de Israel'' não fica na Cidade Alta e em Vigário Geral

Bichos escrotos saiam dos esgotos
Bichos escrotos venham enfeitar
Meu lar
Meu jantar
Meu nobre paladar 

Titãs, ''Bichos Escrotos''



O Globo noticia que traficantes e milicianos estão se unindo para expandir o ''complexo de Israel'', um conjunto de três favelas dominadas por Peixão, do Terceiro Comando Puro [TCP], e que agora entrou em acordo com paramilitares do Quitungo.[1]

A reportagem simplifica um processo muito mais amplo e que já vem acontecendo há quinze anos. O Peixão é só espuma, o ''bonde de Jesus'' é um grupo pequeno do TCP que atraiu atenção midiática por perseguir religião afro-brasileiras em seus territórios. [o que sequer é novidade, já era feito por Fernandinho Guarabu em 2005, no Morro do Dendê, Ilha do Governador]. [2]
Ora, todo o crescimento desenfreado do TCP se inicia em 2004/05, e em função da aliança 5.3 -- acordo entre as milícias 5M e figuras do terceiro comando. Guarabu, que tomou o Morro do Dendê do Marcinho PQD [notem o apelido -- ele havia sido expulso do Exército por desviar armas pro Morro do Dendê], tinha vínculos com Batoré, um dos aliados do Capitão Adriano na formação do hoje famigerado ''Escritório do Crime''. Batoré foi expulso da PM por ser flagrado negociando armas com Guarabu, em 2005.
Os fundadores do Escritorio do Crime tinham vínculos, por sua vez, com as milícias de Jacarepaguá e, principalmente, com o Jogo do Bicho. O ''Capitão'' Adriano, por exemplo, estava associado com a contravenção antes mesmo de entrar pra PM -- o que me faz imaginar se o Bicho não impõe e patrocina carreiras no Exército e nas Polícias -- e também comandava pontos de bicho na Zona Norte do Rio sob égide de Luizinho Drummond.
Em 2008/09, tanto as milícias quanto o Comando Vermelho foram abalados. Eram anos da CPI das milícias, impulsionada pelo gabinete de Marcelo Freixo [e com forte atuação de Marielle], e que evitou uma aliança que se costurava entre as milícias de JPA e as milícias de Campo Grande, colocando na cadeia Natalino, Jerominho etc., que já tinha mandatos políticos no Rio desde aquela época. O Comando Vermelho foi sacudido pela expansão das UPPs, cujo principal símbolo foi a ocupação do Complexo Vermelho com ajuda logística do Exército. As UPPs sempre se voltaram prioritariamente para favelas dominadas pelo Comando Vermelho, justamente por causa da aliança que se costurava entre milícias, TCP, jogo do Bicho. A investida prejudicou as finanças dessa organização criminosa, que criou dívidas com fornecedores, e ficou mais frágil nas disputas de fronteira com o PCC.
[Uma disgressão: o tráfico de atacado, que comandava as rotas de drogas que passavam pelo Brasil rumo a Europa -- e que também alimentava o tráfico de varejo nas principais cidades brasileiras, onde se localiza a ponta do iceberg do crime, as facções de traficantes de favela -- eram dominadas por famílias de bicheiros ligadas ao aparato de repressão do Exército e da PM formado durante o regime militar. A partir da segunda metade do anos 1990 e nos anos 2000, outros atores passaram a disputar esse domínio, pelo menos no que diz respeito às rotas de drogas que vão para as grandes cidades. O grande símbolo dessa disputa foi a transformação de Fernandinho Beira Mar, do Comando Vermelho, em um dos principais ''matutos'' vinculados aos cartéis de drogas e armas colombiano e boliviano. Mais tarde, figuras do PCC também entraram no jogo. É possível que exista também um conflito entre famílias de bicheiros e matutos dessas organizações de varejo e presídios nesse nível do jogo da criminalidade, o das rotas de drogas e armas para as grandes metrópoles -- já que as rotas muito mais lucrativas que embarcam cocaína para a Europa parecem nunca ter deixado o controle da jogatinha, que se aliou a 'Ndrangeta na década passada. Mas esse é uma tema complexo.]
Essas organizações se rearticularam nessa época em torno de um inimigo comum, o Comando Vermelho. Isso está no plano discursivo, primeiramente. Em grandes cidades, como o Rio de Janeiro, o crime é territorializado. É o reflexo mais visível do ''Estado Paralelo'', que necessita de alguma legitimação diante dos moradores e uma justificativa moral para si mesmo. O domínio territorial ilegal é exercido para evitar um ''mal maior'', a expansão da criminalidade desordenada que leva insegurança aos ''homens de bem'', às ''boas famílias'', às ''comunidades'' etc. Daí essas organizações podem praticar ilegalidades ''controladas'' [rufianismo, extorsão, jogatina etc.] desde que mantenham as comunidades livres de roubos, confusões, visibilidade de drogados.
A aliança entre bicheiros, milícias, policiais, políticos, PCC, e agora o TCP foi feito em nome da ordem e dos ''homens de bem'' contra o mal maior representado pelo Comando Vermelho. [todos os lados desse conflito são facínoras, o que importa aqui é a compreensão do desenho dessa guerra, que implica numa expansão e articulação ampla do Narco-Estado].
As milícias se redimensionaram, permitindo também o ''tráfico controlado'' do TCP, assim como o TCP passou a permitir também a exploração de gatonets, transporte alternativo etc. E todos se comprometiam com a manutenção da jogatina do bicho em suas regiões. Outros negócios envolvem as já tradicionais atividades de extorsão de comerciantes, cobrança de taxas a moradores, cafetões, clínicas de aborto. E novos investimentos, como a lavagem de dinheiros em shoppings, comércio de rua, e, principalmente, mercado imobiliário. Tudo unido à corrupção policial, contrabando de fronteira, corrupção de juízes e apoio a representantes políticos.
Por isso se diz que as milícias são um fenômeno muito mais perigoso do que o tráfico de drogas per si, porque envolvem um novelo de acordos de braços muito mais amplos e raízes bem mais profundas do que a visibilidade do tráfico de varejo permite supor.
Claro que o panorama é bem mais complexo e movediço, porque a ponta repercute embates entre as principais famílias do crime organizado, cujas atividades criminosas possuem um largo espectro e áreas de intensa de disputa. O Escritório do Crime mesmo era usado na resolução de conflitos entre bicheiros [vide o assassinato de Marcos Falcon, presidente da Portela e narcomiliciano, por Batoré].
Voltando ao Peixão, famigerado ''bandido de Cristo'', ele iniciou o ''complexo de Israel'' ao tomar a Cidade Alta em 2016 usando um caveirão da Polícia Militar, alugado por um milhão de reais [3]. E expandiu o ''complexo de Israel'' com uso de drones e apoio logístico de policiais e milicianos. Existem vídeos apreendidos e que mostram traficantes armados do TCP dentro de caveirões da PM. O discurso evangélico desses traficantes é apenas a reprodução entre esses favelados da justificativa do ''mal feito contra o mal maior e em nome da família e dos bons costumes''.
A família Bozó é o exemplo mais conhecido de políticos vinculados a esse fenômeno, mas se eu tivesse de escolher um representante ainda mais ''perfeito'' do problema minha escolha recairia sobre Wilson Witzel. Ex-fuzileiro, ex-juiz, ligado à lavagem de dinheiro de bandidos como Mário Peixoto, vinculado ao Pastor Everaldo [igrejas evangélicos devem ser um dos ramos da lavagem de dinheiro nas grandes cidades, e como controlam comunidades e votos, tem grande papel na intermediação com a política], eleito com um discurso de ordem e de repressão policial que deixou de lado a imagem das UPPs e investia contra favelas do CV a fim de liberá-las para a expansão das narcomilícias. Detalhe: Witzel era sionista e chegou a impor projeto nas escolas públicas do Rio para fazer propaganda do sionismo. Tenho dois vídeos sobre o significado maior do governo de Wilson Witzel no Rio de Janeiro, um representante acabado do avanço do Narco-Estado. [4]
No cume dessa montanha de ignomínia estão os negócios dos bicheiros. Não se trata de ''maquininhas'' em padarias, apontadores em esquinas, ou 'termas' em Copacabana apenas. Isso é a ponta do iceberg. Também não se trata mais de apenas contrabando de armas para traficantes de grandes cidades. Nem só de tráfico de varejo. Tudo isso faz parte, porque gera dinheiro, mas não é só isso. Também não é só lavagem de dinheiro em igrejas evangélicas, comércio de rua, lojas de shopping, empresas de fachada em fronteiras, expansão de cadeias de rádio e TV, mercado imobiliário das principais metrópoles, ou criação de gado. Não é mais só controle de rotas de tráfico de atacado, embarcando drogas para a Europa em aliança com a 'Ndrangheta. Tem mais coisa aí. A jogatina hoje vive também de cassinos e bingos, clandestinos ou não, frequentados pela elite em toda a América do Sul. Nos anos 1990 e 2000, o Bicho se globalizou e passou a comandar o jogo e a prostituição clandestina em boa parte da Pátria Grande. As fortunas envolvidas são incomensuráveis, a lavagem de dinheiro envolvem esquemas internacionais tão complexos quanto aqueles bolados pelo sistema financeiro quando da Privataria tucana dos anos 1990.
Nesse processo, os bicheiros fizeram pacto com ramos judaicos da Bratva russa e com a Família Abergil -- um dos ramos da máfia israelense e com vínculos com organizações criminosas marroquinas. Dez anos atrás, já existiam dezenas de milhares de telefonemas interceptados dando conta de ligação entre os grandes bicheiros e estas máfias. Em todo esse tipo de relação existe participação de agências de inteligência, nas duas pontas da aliança, isso é óbvio [basta lembrar que a cúpula do Bicho se consolidou nacionalmente em torno do aparato repressivo do Exército e das Polícias -- esquadrões de morte, arapongas do regime militar, contrabandistas, discurso anticomunista etc.]. [5]
Quando dizemos que o Reino dos Bozós é expressão da emergência da esgotolândia ao poder, quando dizemos que a crise de legitimidade da década passada permitiu a ascensão ao poder daquilo que de pior existia na sociedade brasileira, e que esse era o verdadeiro telos da Nova República, não estamos usando uma metáfora qualquer pra causar impacto. Estamos sob o governo de baratas, ratos e vermes. Os Titãs, sem terem consciência disso, previram ainda nos anos 1980 o que iria acontecer: bichos escrotos saíram dos esgotos, e enfeitaram nosso lar, nosso jantar e nosso nobre paladar. _______________________________________ [1] https://extra.globo.com/casos-de-policia/traficantes-evangelicos-fecham-pacto-com-milicia-para-expandir-complexo-de-israel-24821015.html

[2] ''Guarabu passou a frequentar a Assembleia de Deus Ministério Monte Sinai em 2006 e se converteu. A partir daí, quem andasse de branco pela favela era “convidado a sair”. A situação se repete na Serrinha, ocupada pela mesma facção criminosa.'' https://oglobo.globo.com/rio/traficantes-proibem-candomble-ate-roupa-branca-em-favelas-9892892

[3] https://extra.globo.com/casos-de-policia/pm-investiga-se-policiais-colocaram-bandidos-em-caveirao-para-retomar-cidade-alta-21308066.html

[4] https://www.youtube.com/watch?v=alLeXijdgtI e https://www.youtube.com/watch?v=y1vWNfxlOtA&t=362s

[5] ''A ligação com a Bratva e a Abergil teria sido feita pelo israelense Yoram El Al. Ligado à máfia de Israel, ele é apontado como principal elo entre os bicheiros do Rio e os mafiosos Meir Zloff, Tal Amir, Genrich Birman e Vitaly Okorov (russo de origem judaica). Todos têm extensas fichas criminais, que incluem envolvimento em contrabando de componentes eletrônicos e pedras preciosas, lavagem de dinheiro e até tráfico de mulheres para prostituição. Yoram foi o primeiro do grupo a chegar ao Brasil, em 2006. Já tinha contra si na época mandados de prisão expedidos nos Estados Unidos e no Uruguai, sob a acusação de operar ilegalmente remessas de dinheiro para contas off-shore.
A aliança dos estrangeiros com contraventores do Rio vem sendo monitorada há quase dois anos pela PF, que nesse período reuniu 21 mil gravações de telefonemas entre Yoram, Meir Zloff, Tal Amir e Haylton Carlos Escafura, filho de Piruinha, além de outras pessoas envolvidas no esquema. A investigação, iniciada a partir de um atentado a bomba sofrido pelo contraventor Rogério Andrade, em abril de 2010, indica que o explosivo plástico usado no crime — que resultou na morte do filho do bicheiro — foi trazido para o país por Tal Amir. A apuração do atentado foi transferida para a Divisão de Homicídios, da Polícia Civil. A partir daí, a PF concentrou sua investigação na aliança das quadrilhas israelense e russa com os contraventores do Rio.'' https://www.defesanet.com.br/seguranca/noticia/3929/-Bicheiros-do-Rio-se-unem-a-mafias-russa-e-israelense/?fbclid=IwAR3p_VyqKkuIoIiRvySExWdSnYAHtjAIflvgItdDczfgTaJvkfH6uABk4W4